O solstício do seu timbre

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Queria ouvir o som fresco das
Rebarbativas casas mudas
Que ressoam na pele acústica dos rapazes imberbes
Onde tinham sempre dezenas de sonhos livres

Encontro-me em êxtase à medida que
Regozijo dos dezessete doces solstícios
Vibram, assim, as rígidas cordas
Na mesma frequência do seu timbre

Ah! Dê-me esta água fênica!
E sem mais despeito
Envolva-me em tua voz
Cantando e tentando enlaçar-me com teus acordes

As frígidas vestimentas cobriram a paisagem lacustre
À noite, impermeabilizaram o solo verde
Impedindo que os cachos do cabelo teu
Um dia agraciem o toque dos dedos meus

O que as chamas frias molhadas
Tímidas desfaleceram-se em azul
Um dia me fez as perder em teus olhos
Varridas pelas estrelas de cílios nus

O coração úmido lastimou-se a chorar!
Que o crepúsculo leve os gritos rasgados!
Que o nascer de um novo sol me traga olhos para ver!
Ver que quando te canto em mim, desperto o amor que há em você!

Agora uma pena flutua placidamente sobre a superfície desse lago
Desfrutando do golpe morfético
Que em meus ossos deveria estar constituindo
E alegando estar três vezes menos fazendo parte

Achei que tu havias toda a luz guardado em si
Para que quando abriste a boca
Não houvesse no mundo outra data mais importante!

Queria eu poder perfurar estas vestimentas agora
Trazer de volta a noite ao lago
Que implora pela beleza das estrelas que um dia se refletiram nele!

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