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MANUELA
Sorrio ao entrar na lanchonete da empresa do meu tio Ben e sentir o cheiro de café fresquinho. Vim pegar alguns papéis para o meu pai. Na verdade eu nem iria vir, mas papai fez um drama gigante e me convenceu vir até aqui. Tenho o pai mais dramático do mundo. Confesso que gosto do jeito dele, mesmo em um dia triste papai consegue me arrancar diversas risadas.
Passo a mão em meus cabelos e me sento em uma mesa perto da porta. Hoje não tive tempo de almoçar direito, estava fazendo um trabalho da faculdade. Estou cursando biologia. Desejo muito ser uma bióloga.
Pego meu celular no bolso da minha calça jeans quando o sinto vibrar. Tenho quase certeza que se trata do meu pai. Ele é a única pessoa que me liga umas mil vezes ao longo do dia.
— Oi, pai. — Atendo.
— Oi, minha princesinha. Pegou os papéis que eu pedi? — Pergunta. — Ai, Evelyn. Não fiz nada demais. Qual a graça de ter filhos e não escravizar eles?
Coloco a mão em minha boca tentando conter uma risada.
— Que coisa feia, papai! — Faço uma careta. — O senhor não sente vergonha em dizer isso? — Pergunto.
— A última coisa que o seu pai possui é vergonha, Manu. — Mamãe grita do outro lado da linha me fazendo dar uma gargalhada. Tenho os melhores pais desse mundo. — Que horas você vai vir para casa? — Pergunta.
— Até às sete da noite estou aí, mãe — Respondo para a minha mãe. Tenho a leve impressão que ela pegou o celular. — Diga para o papai que peguei os papéis que ele me pediu. Tchau, amo vocês. — Me despeço.
— Eu também te amo, filha. — Mamãe diz antes de encerrar a ligação.
Amo muito os meus pais. Sem eles eu não seria nada. Papai e mamãe souberam me educar muito bem. Cresci cercada de felicidade e cuidados.
— O que vai querer? — Ouço uma voz grossa e acabo me assustando. — Perdão, não quis assustá-la senhorita.
Ergo o meu olhar e perco o ar por alguns segundos ao ver o garçom sorrindo amigavelmente para mim. Ele é lindo, posso afirmar que é o garçom mais lindo que já vi em minha vida. Para um garçom ele é bem musculoso.
— Tudo bem. — Sorrio pegando o cardápio evitando continuar olhando para ele como uma completa idiota. — Vou querer um café sem açúcar com um pedaço de bolo de baunilha.
— Trago em alguns minutos. — Diz olhando no fundo dos meus olhos me fazendo arrepiar involuntariamente. — A senhorita deseja mais alguma coisa? — Pergunta. Tenho a leve impressão de que ele não está querendo se afastar.
— Não, obrigada. — Agradeço mordendo meu lábio inferior.
Ele sorri me arrancando um sorriso e segue em direção a cozinha. Tenho que aprender me controlar, estou sorrindo como uma boba, ele deve achar que estou sendo uma idiota.
Pego um livro que comecei a ler na semana passada. Sou apaixonada por romances, sem dúvidas alguma é o meu gênero literário favorito. Luiza diz que sou boba por passar horas do meu dia lendo algo que provavelmente nunca vai acontecer comigo. Minha irmã gêmea não é a maior fã de romances.
Tenho esperanças que ainda vou encontrar alguém que me ame.Depois de algumas páginas lidas fecho o livro ao ver o garçom se aproximar da mesa onde estou com o meu pedido.
— Gosta de chocolate? — Pergunta colocando um cupcake em minha mesa. Não me recordo de ter pedido um.
— Bastante. — Respondo.
— Ótimo! Esse cupcake de chocolate com calda de morango é uma delícia, tenho certeza que vai gostar. Ele é por minha conta. — Ele coloca o meu pedido na mesa e volta a me olhar. — A senhorita trabalha aqui na empresa?
— Não. No momento não estou trabalhando, apenas estudando. — Sorvo uma pequena quantidade do café que pedi. — Qual seu nome? — Pergunto um pouquinho curiosa.
— Tom, prazer. — Ele sorri estendendo a mão. Esse homem tem um sorriso perfeito. — E você, como se chama?
— Manuela. — Seguro na mão dele com suavidade ainda sorrindo. — Mas se preferir pode me chamar de Manu.
— É um prazer conhecê-la, Manuela. — Sussurra. — Infelizmente tenho que voltar ao meu trabalho. Até mais. — Se despede com um sorriso fraco.
Não queria que ele fosse, gostaria que ele ficasse aqui comigo me fazendo companhia. Tento segurar a minha língua solta para não parecer tão oferecida e sorrio fraco para o Tom.
— Poderíamos tomar um sorvete amanhã a tarde. Você aceita, Manu? — Pergunta olhando em meus olhos. Ele tem um olhar muito marcante.
— Aceito sim. No período da tarde passo aqui. — Digo rapidamente atropelando as palavras. Deus! Parece que eu nasci para passar vergonha.
— Até amanhã. — Antes de finalmente se afastar ele beija a minha bochecha e acaricia os meus cabelos de uma maneira carinhosa que me faz fechar os olhos e apreciar o seu toque suave.
Fico olhando ele caminhar de volta para a cozinha sentindo minhas mãos suarem.
O que está acontecendo comigo? Nunca me senti tão atraída por um homem como me senti atraída pelo Tom.
O seu jeito simples com toda certeza me encantou bastante.♥
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Espero que gostem do capítulo.💙O QUE ACHARAM DO PRÓLOGO?
Entrem no grupo do Facebook: Autora Maria Vitória Santos.
Beijinhos e até o próximo...😘😘😘
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Você não soube me compreender - Conto (Concluído)
Literatura FemininaManuela Montgomery é uma mulher extremamente doce e de bom coração. Desde jovem ela é apaixonada por romances, e sonha em viver a sua própria história de amor. Tom Parker é um jovem homem que sonhar em ser um lutador de box, mas no momento se cont...