Capítulo 1

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Seis meses antes.

Aquela era a terceira cidade que eu estava passando no dia, tudo bem que quase não era mais o mesmo dia. Eu estava indo embora enquanto ainda era tempo, devia ser em torno de onze e quarenta da noite e eu estava deixando a cama quentinha que eu tinha dormido para subir na minha moto e ir embora mais uma vez, e de novo eu ia deixar a morena ali, mas ela sabia que não era fácil pra mim e que pra fazer a pedra se tornar areia seria necessária muita água bater e ela estava tão disposta a ser a água quanto eu estava que ela fosse. Ela era quente como o inferno e confesso que se algum dia eu me estabelecesse em algum lugar seria por alguém como ela, ela era a calmaria que eu precisava, e ao mesmo tempo era a agitação, ela não me questionava. Eu amava isso, mas não a amava. Eu tinha me levantado já e ia começar a me vestir quando ela começou a se mexer na cama, eu sei o que viria agora, ela me perguntaria se eu já estava indo e eu diria que sim, ela me convidaria pra mais uma rodada e eu talvez fosse, mas se fosse eu perderia hora, então hoje eu teria que recusar.

-Nick? – eu disse – Já vai?

-Vou só terminar de me vestir e já to indo. Desculpa baby.

-Nick, eu preciso te perguntar uma coisa.

-Pois não baby.

-Algum dia você pensou em ficar? Em largar todas essas viagens e ficar aqui comigo? – droga Beatriz, hoje não é um bom dia – Sabe nem precisa casar não, só ficar mesmo.

-Bea é complicado, você sabe disso já te disse um milhão de vezes.

-E em todas elas não me explicou porque é tão complicado. Você ta envolvido com drogas é isso? Ou você é um assassino, por isso sai o tempo todo nessa moto. Por Deus Nick, me explica.

-Não posso morena, já te disse. – eu odiava explicar eu tinha até receio de explicar – Volta a dormir morena, quando der eu apareço por aqui de novo.

-Se você sair daquela porta sem me explicar nada Nickolas Stone você vai esquecer que me conheceu, vai esquecer tudo e nunca mais vai me ver.

-Você que manda baby – eu odiava ser cobrado e se ela queria assim, assim seria quem sabe outro dia com calma eu voltasse e a gente conversasse, nossa química era boa no fim das contas. – Se cuida morena.

Eu saio da casa dela e vou embora, peguei a estrada de novo e voltei pra onde deveria ser minha casa.

Dias atuais.

Eu voltei para aquela cidadezinha duas vezes atrás dela e todas as pessoas que perguntei por ela me disseram que ela tinha se mudado no mesmo dia em que eu sai de dentro daquela casa. Eu a procurei em cada maldito canto daquela cidade e não encontrei então eu simplesmente desisti, eu resolvi fazer a vontade dela, eu realmente aceitei que nunca mais a veria, mas não vou negar meu corpo clamava por ela, ele me pedia desesperadamente pra encontrá-la, nenhuma outra mulher tinha tido efeito nenhum sobre mim ou meu corpo, parecia que meu coração não era dela, mas meu corpo era. Eu digo que meu coração não era porque eu não sentia saudades dela, eu não chorava por sua falta, dificilmente eu ficava com minha mente fissurada nela igual agora, mas quando ficava também era meu corpo quem se sentia assim eu me arrepiava em pensar nela e isso me matava. Eu odiava sentir isso. Eu odiava saber que meu corpo se sentia dependente do dela e que há seis meses ele não era mais um corpo satisfeito, eu seria capaz de matar a morena agora se eu a visse.

Eu estava de novo em cima da minha moto, eu precisava daquilo, da adrenalina de pilotar, da velocidade, era tudo que eu precisava, e admito toda vez que ela vinha na minha mente eu pegava minha moto e saia, nela eu esquecia a existência da maldita, eu pelo menos tentava. Droga, de novo eu estava pensando nela. Se um dia eu batesse minha moto a culpa ia ser dela. Avistei uma cidadezinha chegando, fazia umas três ou quatro horas que eu estava dirigindo e o sol estava quente demais pra isso, eu precisava parar abastecer a moto e me abastecer. Dirigi até a cidadezinha e parei no primeiro posto com uma loja de conveniência que encontrei, na mesma hora meu celular tocou, olhei a tela e já sabia que viria bomba.

Patchwork Knots (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora