- Desculpe, Noah, mas vou andar atrás de você o tempo todo. Essa sua calça está muito chamativa e não quero ter que quebrar a cara de alguém hoje.
- Desculpe, Henry, mas não lembro de ter namorado. Aliás, que bom que está chamativa, assim eu arrumo alguém hoje. – Henry deu uma risada sarcástica.
- Se você pensa mesmo que eu vou deixar... Vá em frente. – Dizia em tom ameaçador.
Já era evidente que os dois estavam querendo um ao outro. E desta vez, passavam de pequenos gestos. Agora se tratava de ciúmes declarado.
A noite inteira, quando algum cara chegava perto de Noah, Henry dava algum jeito de assustar os pobres sujeitos. Afinal, ninguém seria louco de enfrentar aquele segurança atrás do príncipe, que mais parecia um pittbull quando alguém chegava perto do seu pequeno.
Mas Noah também aproveitou as oportunidades que teve para se vingar: toda vez que alguma mulher chegava perto de Henry Milles, ele fazia questão de colocar-se entre os dois e dizer “desculpe, querida, mas ele não é para o seu bico”.
E assim foi a festa inteira. No fim das contas, ninguém ficou com ninguém e eles voltaram para o loft de Henry sem o número de telefone de algum ou alguma pretendente.
- Obrigado por estragar minhas chances com metade da cidade hoje. – Falava Noah, carregado de ódio.
- Eu avisei. Mas em compensação, você fez o mesmo comigo.
- Henry, por favor, só me leve para a minha casa.
- Quem disse que vou levar? Você vai dormir comigo hoje e ponto final.
- Mas...
- Sem mas, Noah.
- Engraçado, estou prestes a completar 18 anos e não tenho autoridade sobre mim mesmo. Mais engraçado ainda é que quem impõe limitações não é meu pai, muito menos meu namorado ou irmão mais velho.
- Os seus pais disseram que eu podia sequestrar você. Reclame para eles.
- Desisto de discutir com você. Você não sabe a hora de parar de ser infantil.
- E você não sabe a hora de parar de ser chato.
- Me acha chato? ÓTIMO. Então me leve para casa, Henry.
- Eu disse que você é chato, não disse que não gosto da sua companhia.
- Desisto, não vou falar mais nada. – E a partir daí, Noah começou arquitetar um plano para deixar Henry arrependido de ter o levado para sua casa.
- Ótimo, melhor para mim. Sabe que eu te amo, né? – Falou Henry na espera de um retorno. Mas não ocorreu, já que o outro deu a palavra de que não falaria mais nada.
Chegando lá, Noah não quis assistir filmes, não quis jogar cartas, nem videogame, nem qualquer outra coisa. Só foi escovar os dentes, tirou sua roupa e deitou na cama, no quarto de visitas. Não queria dormir ao lado de Henry naquela noite. Estava possesso de raiva.
Henry estranhou quando adentrou seu quarto e não avistou o menino lá. Procurou nos outros quartos e quando estava começando a pensar que Noah havia fugido de seu loft, encontrou-o dormindo de bruços, novamente com a perna direita dobrada para cima, mas desta vez de cueca branca. Aquela maldita cueca era quase transparente, e deixava muitas coisas um pouco visíveis para Henry. Este escovou seus dentes, tirou sua roupa e deitou ao lado do outro.
- Eu esperava que no mínimo entendesse que eu quero dormir sozinho, já que não estou no seu quarto. – Noah disse, sem se mexer ou sair da posição que estava. Henry deu um sorriso. Adorava quando o outro estava afiado.
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(IM)PERFEITO - Romance gay
RomanceO carismático Noah Müller sempre havia sido, desde que o conheciam por gente, perfeito. Até mesmo o chamavam de príncipe. Mas após um leilão beneficente do mais jovem bilionário (e órfão) Henry Milles, Noah encontra-se deveras confuso acerca de suas...