Capítulo 5 - Coração intacto

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"Madito Chad Adams", pensou Noah assim que ele adentrou ao hotel por meio das portas giratórias. O moçoilo estava de matar. Aquele era apenas um uniforme que se usa para jogar golfe, mas o filho dos Adams parecia que ficava mais lindo ainda nele. Ele usava uma camisa de gola polo completamente branca e lisa, mas que pelas mangas apertadas destacavam seus braços torneados, uma calça que parecia ser um tom mais claro de marrom, um boné branco simples e aquela maldita luva branca na mão esquerda que só parecia deixá-lo ainda mais sexy. Seu cabelo estava com um corte militar que exalava sexo e a forma de sua mandíbula, mais ainda.

Os olhos de Noah pairaram sobre o rapaz por algum tempo, mas não o suficiente para que ele pudesse notar ou chegasse a imaginar, por um segundo sequer, que o príncipe Müller estava pensando numa lista de mil coisas que eles poderiam fazer, mas golfe com certeza não estava incluído.

- Boa tarde Sr. e Sra. Müller – um breve aceno de cabeça e, por último, mas não menos importante, olhou para o moço que ele pretendia conquistar naquela tarde – Noah, como vai? – o pequeno Müller quase desmaiou quando ele o abraçou brevemente. Não por vergonha, pois aquilo já era costumeiro, mas por que sentiu aqueles belos braços ao seu redor. Entretanto, como todos já sabemos, o jovem não fez nada além de apenas cumprimentá-lo com um "oi, Chad". Nem mesmo seu rosto enrubesceu.

- Então, Sr. e Sra. Müller, espero que não se importem pelo fato de eu roubar de vocês o pequeno príncipe Noah nesta tarde – ele dizia educadamente. Sua voz era tão linda, seus gestos tão educados. Por um momento Noah tentou entender por que nunca havia notado aquilo antes.

- Sem problemas, querido. Ele é todo seu – a mãe do nosso talentoso menino disse quase que imediatamente, mas sempre em tom de leveza, claro.

- Mas se não o trouxer antes das 18h – seu pai falava em tom de ameaça, mas era claro que estava brincando – nós teremos sérios problemas – bem, talvez fosse uma daquelas brincadeiras onde a verdade é dita discretamente.

- Às suas ordens, Sr. Müller – Chad fez posição de sentido e todos riram brevemente, até mesmo Noah que estava deveras constrangido - embora não demonstrasse - pelas palavras de sua mãe: "ele é todo seu". Bem, certamente conversariam sobre aquilo mais tarde.

Por um momento o nosso jovem e encantador Noah pensou no quanto aquilo parecia com um encontro. Chad fazia brincadeiras para conquistar a confiança de seus pais. Seus pais, mais do que convencidos, entregavam o príncipe com toda a felicidade do mundo. Como se por um momento dissessem "vá, abuse do nosso pequeno garoto". Aquilo fez Noah rir, internamente, é claro. Pois seria muito estranho se no meio do breve silêncio que se fez, ele começasse a rir do nada. Não combinava com o nosso virginiano, definitivamente. Então Chad, para que não conversassem mais do que o necessário, disse:

- Então, vamos? – e sorriu para o seu par daquela tarde. Droga, até mesmo aquele sorriso era lindo.

- Claro. Teria algum problema se passássemos na minha casa antes? Preciso colocar meu uniforme de golfe – e então Chad Adams imaginou-se, num momento, espiando Noah pela fechadura da porta do quarto onde se trocava. Deus sabe o quanto ele esperava para que pudesse ver a bundinha arrebitada do lindo e delicado príncipe sem nada que cobrisse por cima. Devia ser tão linda, mas é claro que ele nunca faria isso. Seus princípios com certeza gritavam mais alto do que a depravação. A não ser que o lindo Müller quisesse mostrar a ele o que tinha por baixo das calças. Aí sim, estaríamos falando de uma situação em que o mais velho dos Adams não faria questão de manter seus bons modos.

Semelhante ao nosso príncipe, o garanhão tinha a habilidade de pensar em todas essas coisas enquanto falava. Então, mesmo que em palavras dissesse "é claro, querido", na verdade ele estava pensando "por que nós não pulamos essa parte e eu enfio a minha cara no seu rabo?".

(IM)PERFEITO - Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora