Capítulo 8 - Atração não declarada

35 3 0
                                    

Dormiram juntos mais vezes e novamente só de cueca. Um tentava atrair o outro nesse quesito, pois acreditavam que aquilo era um tipo de sedução. E estavam certos, no fim das contas. Numa noite, Noah acordou e percebeu que estava dormindo no peito de Henry. Este dormia tão profunda e confortavelmente que só acordou quando sentiu falta de algo sobre o seu peito, já que Noah saiu dali para não incomodá-lo. Outra vez, Henry acordou dormindo de conchinha com o menino. Todo o corpo daquele príncipe colado no seu. E melhor ainda, aquela bunda linda encostada no seu pau. Não pôde evitar uma ereção, tão forte que teve que sair daquela posição para não acordar o outro. Este, infelizmente dormia profundamente e não se deu conta de nada disso.

Em alguns dias seria o aniversário de Henry. Noah certamente já havia preparado uma festa surpresa no salão de eventos do hotel principal de seus pais, com alguns convidados, muita bebida alcoólica e um emaranhado de doces e salgados. Além de uma torta gigante, com os dizeres “Feliz Aniversário, Gostosão”. Aquele era o apelido de Henry, pois Noah já havia visto várias pessoas o chamando assim, então adotou também.

Henry se sentiu muito amado e especial naquele dia. Só conseguia olhar para Noah e pensar no quão sortudo era por ter ele como amigo. Apesar de não ser só essa a vontade de Henry, ele ainda contentava-se com pequenos gestos de amizade como esse.

Alguns dias depois, Chad voltou a sair com Noah. O príncipe começara a ser mais flexível com o garoto, mas mesmo assim ainda recusava as investidas do rapagão. Numa noite em que estavam no cinema, acabaram dando de cara com nada mais, nada menos do que Henry acompanhado de uma bela moça. Os dois andavam de mãos entrelaçadas. Noah sentia o ciúmes o queimando por dentro, mas é claro que externamente ele parecia o mais tranquilo possível. Aquilo plantou uma sementinha na cabeça de Henry. Este encontrava-se possesso de ciúmes, ainda mais quando observava Chad cochichando no ouvido do seu menino. Enquanto isso, Milles com tanto ciúmes e raiva por não ver nenhuma fagulha de ciúmes no rosto de Noah, esquecia de dar atenção para sua companheira.

No fim das contas, os dois também morriam de ciúmes um do outro.

Aquela noite não poderia acabar de outro jeito: Chad distraído enquanto colocava a mão na cintura de Noah e o puxava para perto de si, levou um soco que nem mesmo pôde ver de onde veio, caiu no chão.

Noah questionou Henry desesperado sobre o porquê daquilo, enquanto Milles, sem saber o que dizer e completamente arrependido dos seus atos afirmava que “tinha visto Chad investindo em Noah a noite inteira e percebia que ele não estava gostando daquilo”.

Noah pegou as chaves do carro de Chad e o levou para o hospital. Como faltavam apenas alguns dias para completar 18 anos, ele já estava prestes a retirar a carteira de habilitação e sabia dirigir com excelência. Henry deixou sua companhia da noite plantada no hall do cinema e seguiu os dois.

- Noah! Para com isso, deixa que eu dirijo. – Henry insistia e ao mesmo tempo via nisso uma saída, uma forma de desculpar-se.

- Ah, sim, claro. Com certeza vou deixar você dirigir o carro de Chad depois que você quase quebrou o nariz dele. – O principezinho mostrava suas garras. Noah não sabia ao certo como agir naquele momento. Não havia gostado nenhum pouco do que Henry tinha feito.

Noah colocou Chad deitado no banco de trás e se pôs frente ao volante. Ele não tinha tempo para se preparar ou qualquer outra coisa: tinha que levar o rapaz para o hospital assim que possível. Henry observava do lado de fora, com muito medo do que poderia acontecer. Ele ofereceu-se para pelo menos acompanhá-los, mas Noah não permitiu.

O príncipe nada cauteloso foi naquele momento: saiu cantando os pneus e ocupou duas vagas da forma que estacionou o carro. De qualquer forma, o estacionamento estava quase vazio.

(IM)PERFEITO - Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora