No Compasso do Seu Coração - 1° temporada - NOVA VERSÃO

Capítulo 1 - Orlando parte I

Nanda

"I don't believe, I don't believe. You left in peace, left me in pieces..." Same Old Love - Selena Gomez

"Vamos, Maria Fernanda! Nós vamos perder o voo por sua causa, minha filha" , minha mãe gritou pela milésima vez. Eu não queria ir nessa viagem, não depois do que aconteceu. Mas a minha família não tem um pingo de sensibilidade, então me forçaram a ir nessa emocionante viagem em família. Então sinceramente, eu não fazia questão nenhuma de me apressar.

É claro que qualquer adolescente normal estaria pulando de alegria por estar indo fazer uma viagem para os parques da Universal, mas tudo o que eu queria era passar o que me restava das férias, deitada na minha cama, ouvindo minhas músicas e comendo chocolate, me lembrando de tudo que passei com ele.

Mas é claro que isso não seria possível. Desde o término, o principal assunto da casa é: o que fazer pra não deixar a Nanda chorando pelos cantos? Adivinhem? Não é fácil assim.

Por experiência própria, terminar um namoro já não é bom, mas terminar um namoro em tais circunstâncias é bem pior. Parece que você é feita de porcelana. Então leve a sério quando eu digo que não é fácil.

Tudo o que eu queria era falar sobre o que aconteceu pra desabafar e me libertar, mas todos evitam tocar no assunto. Impressionante.

"Já estou indo, mãe!" Gritei do meu quarto.

"Até que enfim a Bela Adormecida decidiu acordar pra gente sair né?", meu irmão falou do lado de fora da porta.

"Não enche, Felipe", meu irmão é dois anos mais novo que eu, mas consegue se passar por mais velho numa boa. Com seus 1.75 de altura e sua postura de cara mais velho, poderia facilmente passar por um formando do 2° grau. O que eu achava muito injusto considerando que eu era mais velha mas era frequentemente confundida com a caçula. "Eu só estava terminando de arrumar as malas."

"Anham."

Revirei os olhos e desci logo as escadas para evitar mais um ataque da minha mãe.

Passamos mais uma hora arrumando o carro, separando passaportes, conferindo documentos e etc, e finalmente chegamos ao aeroporto.

"Nós vamos fazer o check-in, e vocês tomem cuidado e não sumam de vista.", E lá estava meu pai me tratando como criança de novo. Ainda mais após tudo o que houve, eu parecia ter voltado aos 10 anos de idade, parecia realmente ser mais nova que meu irmão.

"Pai, eu não sou mais criança."

"Eu sei minha filha, mas..." , ele respirou fundo e eu revirei os olhos. "Só tome conta dela ok, Felipe?"

"Pode deixar, pai. Vamos Nanda, vamos dar uma volta", bufei e segui meu irmão pelo aeroporto. "Não seja tão dura com eles, Nanda, eles só estão preocupados com você. "É mole? Eu sendo consolada pelo meu irmão mais novo. Suspirei.

" Eu sei Fê, mas quanto mais eles me tratam assim, mais me fazem lembrar de tudo o que aconteceu. "Ele me segurou pelos ombros e olhou nos meus olhos. Em seguida me abraçou me fazendo deixar escapar algumas lágrimas. Há alguns dias eu estava que é pura lágrima, parecia uma TPM que não passava.

Depois do que me pareceu muito tempo, meus pais apareceram nos chamando e dizendo que já podíamos ir para a sala de embarque. Nos últimos dias, apesar das brigas, o Felipe era o único capaz de me passar paz. Talvez por ter sido o único que me ouviu. Ele limpou minhas lágrimas enquanto dizia:

"Não deixa eles te verem chorando. Isso tudo vai passar." Me forcei a dar um sorriso, (outra coisa que eu estava fazendo direto pra esconder o que eu realmente estava sentindo), e responder.

"Vai sim. Obrigada, Fê." E ele se limitou dar um sorriso.

Já dentro do avião decidi ir ao banheiro ver se não tinha deixado resquícios do choro. Tudo o que eu menos queria era ter que explicar o motivo do chororô pra minha mãe e ela me olhar de cara feia.

Passei de cabeça baixa e senti alguma coisa esbarrar em mim, ou melhor, alguém. Levantei a cabeça, e, percebi que por apenas um instante eu estava perdida. Um par de lindos olhos verdes me olhava de cima e eu perdi a fala por uns segundos. Esquadrinhei seu rosto e quando voltei aos olhos, por alguma razão, me senti despencando de uma altura maior que a do avião.

Uma sensação que há muito tempo eu não sabia o que era sentir...

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