Capítulo 5 - Hotel

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Nanda

"I gotta feeling that tonight's gonna be a good night, that tonight's gonna be a good night..." Gotta Feeling - Black Eyed Peas

Depois de muito tempo dentro do avião e de ficar mais tempo ainda esperando as malas, finalmente chegamos ao hotel.

Era lindo. Muito colorido, com várias piscinas e salas de jogos. Várias boates e os quartos eram gi-gan-tes-cos! Decidimos que eu ia ficar com Felipe no quarto que era ao lado dos nossos pais.

Resolvi dar uma volta com meu irmão, pra explorar o hotel e espairecer um pouco. Na verdade, isso foi só uma desculpa pra ele. O que eu queria mesmo era passar um tempo longe dos meus pais que estavam com olhar de pena pra mim. Eu precisava tentar esquecer, mas eles não colaboravam. Me olhavam como se a qualquer movimento em falso eu pudesse me desfazer em lágrimas.

Mas esquecer por hora não seria tão difícil assim, desde o encontro com o garoto do avião, ele era o que ocupava a maior parte da minha mente. Eu sabia que a gente nunca mais se veria.

A probabilidade de ficarmos no mesmo hotel era mínima. Mas eu não estava me importando, nos vimos apenas uma vez, não tinha motivo pra ficar ligando tanto assim.

"...o que você acha Nanda?" O Felipe perguntou.

"Oi? An... Desculpa eu não estava prestando atenção Fê." Eu tinha certeza que ele achava que eu estava pensando no Gustavo, quando na verdade eu só estava divagando sobre alguém que eu nem conhecia e certamente nem ia lembrar que me conheceu.

"Estava pensando nele de novo?" Ele me olhava como se tivesse descoberto todos os meus segredos.

"Não", falei baixinho. "Só no quanto você é chato!", ri mostrando língua e me virei de frente pra ele. "Vamos à sala de jogos?"

"Podemos ir, mas primeiro presta atenção por onde você anda." Tarde demais. Assim que ele disse isso, esbarrei em alguém que me segurou com braços fortes.

"Moça me desculpa." Opa! Eu conhecia aquela voz. Era a mesma voz que não saia da minha cabeça desde o avião.

"Será que a gente só vai se encontrar assim?" - me lembrei mentalmente de não gaguejar e perguntei divertida, enquanto ele me levantava.

"O que? Ah!", ele pareceu se lembrar de mim (eu disse que ele não ia lembrar) e sorriu. "Parece que sim." Nesse momento meu irmão arranhou a garganta, me fazendo perder o choque que seu toque me causava.

"An... Felipe esse é o... Nossa eu ainda não sei seu nome." Ele abriu a boca para me responder, mas foi interrompido.

"Daniel, eu estou te procurando há séculos, onde você estava?". Uma mulher mais velha, mas muito bonita chegou perto de onde estávamos.

Estava usando uma bermuda azul e uma camiseta branca. Um enorme chapéu de abas e óculos escuros. Se parecia muito com o garoto (que descobri se chamava Daniel), então supus que era sua mãe.

"Oi, mãe. Eu fui dar uma volta pelo hotel, mas acabei esbarrando na..." Deu uma pausa e me olhou.

"Nanda" - eu respondi.

Ele sorriu como se gostasse do meu nome. "Na Nanda."

"Ah, sim! Bom, prazer em conhecê-los", ela respondeu apertando a nossa mão, e já recomeçando a falar. Percebi que ela falava muito. "Vamos Dani? Eu quero te mostrar uma coisa. Ou você quer continuar falando com a sua amiga?", ela me olhou com a sobrancelha arqueada e eu corei. "Eu não estou com pressa."

No Compasso do Seu Coração - 1° temporada - NOVA VERSÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora