Capítulo 5

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Margaretha estava com uma manta sobre as pernas protegendo do vento da noite enquanto observava o céu estrelado da noite. O vento da madrugada que tocava seu rosto era um alívio para todo o calor que sentia quando olhava para frente e via o cocheiro deitado do outro lado da fogueira apagada.

Virou-se para o outro lado e viu o guarda que fazia vigia ao lado da carruagem. Precisou conter o impulso de se levantar e atirar-se sobre o cocheiro. Estar perto dele era tentação constante.

Fechou os olhos, respirou fundo e tentou dormir ao menos um pouco. Amanhã seria outro dia e esperava que a noite já estivesse no calor de sua confortável cama.

O dia mal havia raiado quando a carruagem tomou a estrada outra vez. Giovanni sentia as rédeas desconfortáveis e escorregadias por entre seus dedos. Talvez o próprio homem não estivesse prestando a devida atenção em seu ofício.

Puxou com mais força as rédeas o que terei os cavalos e fez a carruagem dar um tranco.

Uma das damas gritou lá de dentro e Giovanni desculpou-se pelo incidente. Secou uma mão por vez na calça e segurou com firmeza as rédeas. Precisava se manter atento ou levaria todos para um precipício. Estava se aproximando da região mais perigosa da estrada.

Os guardas, alguns a pé e outros a cavalo, mantinham sua marcha estava estavam atentos a qualquer movimento suspeito na estrada ou em suas margens. Precisavam manter a duquesa em segurança a todo custo, por isso rezavam para não serem pegos em alguma emboscada.

Giovanni sentia a tensão dos guardas ao redor da carruagem e se sentiu grato por isso, pois fez com que ele pensasse em outra coisa e esquecesse da duquesa por alguns minutos. Ainda havia alguns bons metros em zona perigosa com constantes assaltos.

Buscou manejar os cavalos com a perícia e maestria que possuía para que saíssem de lá o mais breve possível. A viagem seguia calma até demais e isso fazia um estranho calafrio percorrer a espinha de Giovanni, deixando-o incomodado. Era a quarta ou quinta vez que passava por aquele trecho da estrada e em nenhuma delas foi estranhamente tão pacífico. Sentiu como se todo o marasmo fosse apenas a calmaria do mar antes de uma violenta tempestade.

Margaretha sentiu um aperto no peito e pensou em segurar a mão de alguma de suas damas em busca de qualquer sinal de acontecimento ruim com elas. Entretanto optou por não fazer para não correr o risco de passar por medrosa e se expor ao ridículo.

- Há algo a incomodando, alteza? – Jane percebeu a cor fugir do rosto da duquesa.

- Não, eu estou bem. – Margaretha passou as mãos sobre a saia do vestido e tentou ajeitar sua postura no banco de frete para o que sua damas estavam sentadas.

Jane não ficou tão convencida, mas optou por não insistir. Conhecia bem a senhora a qual servia e que essa não gostava de ser atormentada não importava pelo que quer fosse.

Um homem pulou na frete da carruagem e Giovanni bateu suas costas no encosto com o susto. As rédeas escaparam de suas mãos, mas ele se apressou para pegá-las antes que os cavalos saíssem do controle. Entretanto, ainda assim, os animais relincharam e ergueram-se, apoiando-se apenas nas patas traseiras, fazendo a carruagem balançar bastante.

- O que está acontecendo? – Antonietta tinha os olhos arregalados após bater a cabeça na parede de madeira devido ao solavanco.

- Deve ser apenas um obstáculo, uma pedra talvez. – Jane quis olhar pela janela, mas manteve sua curiosidade.

Margaretha permaneceu tensa. Não conseguia se ludibriar com os esperançosos pensamentos de suas damas de companhia.

Os guardas sacaram suas espadas assim que ouviram gritos. Uma flecha acertou o acento bem ao lado de Giovanni e ele se encolheu com o susto. Já estivera perto da morte algumas vezes, mas nunca era menos apavorante.

O Amante da Duquesa ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora