Margaretha dormiu, não tão bem quanto deveria, apenas dormiu. Talvez tenha sonhado por um breve instante em poder estar no regalo que eram os braços de seu adorável cocheiro. O homem viril era uma das poucas pessoas que faziam com que ela se sentisse bem apesar de tudo.
Acordou com as cortinas sendo abertas e se espreguiçou na cama.
- Bom dia, milady. – Ouviu a voz de Jane, mas não abriu os olhos para encará-la. – Peço para que se levante, Alteza.
- Por quê? – Margaretha se espreguiçou ainda mais e abriu os olhos com dificuldade, tentando se acostumar a luz do sol.
- Cosmo de Médice está esperando-a lá embaixo.
Merda! Sabia que os Médice viriam uma hora ou outra, mas sua torcida para que não fosse tão breve em nada resultou.
- Mas que horas são?
- Quase meio dia, Vossa Graça.
Para quem sentia ter acabado de sair de uma noite mal dormida, a duquesa até havia dormido o bastante.
- Chame Antonietta para ajudar-me a me vestir e avise ao Médice que já estou descendo.
- Como desejar, Alteza. – A dama fez reverência e então deixou o quarto.
A contragosto, Margaretha saiu da cama. Tocou com os pés descalços o chão frio enquanto passava a mão pelos cabelos ruivos e desgrenhados.
Não queria ter de enfrentar a família de seu falecido marido, mas também não possuía escolhas e não estava disposta a abrir mãos do título e das propriedades que por direito eram dela.
- Milady, bom dia! – Antonietta entrou no quarto de sua senhora e fez uma breve reverência.
- Pegue em um dos baús aquele meu vestido negro, o com o decote provocativo. Além disso, o colar de esmeraldas e trance meu cabelo. Quero dar bastante ênfase ao meu busto.
- Quer impressionar o homem, Alteza?
- Distrai-lo ou seduzi-lo, o que preciso for.
Antonietta apenas assentiu e foi cumprir as ordens de sua senhora.
De frente para um grande espelho oval, suspenso por uma estrutura de madeira. Margaretha se observou enquanto a criada a vestia. Era uma mulher forte e determinada que havia se cansado de permitir que os homens jogassem com ela, seu pai, marido e até criados. Era a sua vez de aprender a jogar com eles.
- Vai fazer seu desjejum agora, milady?
- Não, mandem preparar um pequeno banquete para que o senhor que me aguarda possa comer comigo. – Ela se olhou no espelho mais uma vez enquanto girava o anel de casamento que havia posto de volta no dedo.
- Como desejar. – Antonietta fez reverência e deixou o quarto.
Margaretha segurou a barra do decreto vestido feito da macia seda árabe, e seguiu para fora de seu quarto, preparando-se no caminho para a cobra que teria de enfrentar.
- Cosmo de Médice!
O homem parado no meio de um salão formal. Virou-se e fitou a mulher que entrava. Deslumbrante, ela fazia jus ao melhor da beleza flamenca que de certo havia herdado de sua mãe.
- Alteza. – Ele se curvou, brevemente. – Vejo que continua deslumbrante mesmo como viúva.
- Obrigada pela gentileza. – Ela abriu um sorriso forçado e estendeu para ele sua mão.
Cosmo se curvou, beijou-a demoradamente e depois voltou a fitar a mulher de beleza ímpar.
Margaretha o observou. O homem estava da mesma forma como se recordava, cabelos curtos, olhos castanhos e uma barba espessa que cobria toda a parte inferior do rosto.
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O Amante da Duquesa ( Degustação)
Narrativa StoricaPlágio é crime! Romance de Época Sinopse: O que começa apenas como uma descoberta vai se tornar um perigoso vício... Na Itália do século XVI, Margaretha, a duquesa de Florença, se vê livre de um casamento infeliz após a repentina morte de seu m...