O BAILE DE MÁSCARAS

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Sábado 2:38 da manhã

Embora estivesse naquele paraíso erótico e passado por tantas experiências novas, Ricardo ainda não havia transado de fato; seu tempo estava acabando. Ele precisava se apressar.

Com suas cinco fichas garantidas, Ricardo estava pronto pra participar de qualquer orgia que surgisse pela frente; e ali em neon, havia orgia por toda parte.

— Contagem regressiva para o baile de máscaras. Alguém anunciou nos alto falantes. O baile de máscaras era o momento mais libertador da noite. Usando máscaras todos retiravam as roupas; usando máscaras, ate mesmo os mais tímidos se libertavam.

Naquele momento em neon só havia duas regras: nenhuma roupa era permitida, e o uso das máscaras era obrigatório; ate mesmo aos funcionários. Quando soou o último badalar da contagem regressiva, nada era identificável; estavam todos camuflados em meio aos corpos nus. Já que Ricardo estava pelado só precisou colocar a máscara no rosto.

Era sexo pra todo lado, ali mesmo na pista ou em cima das bancadas, deitados ou em pé. Quando aquelas pessoas cobriram os rostos e se tornaram anônimos, deixaram sair suas fantasias mais sórdidas.

E mais uma vez o predador que havia em Ricardo, começou buscar sua presa. Seus olhos buscavam naquele emaranhado de corpos nus, algum corpo que prendesse sua atenção; no meio do salão lá estava ela; também a observar, parecia perdida em meio a tanta permissão. De repente seu olhar cruzou com o de Ricardo, e embora os rostos fossem anônimos, os olhares se corresponderam no mesmo instante. Naquele exato momento, Ricardo soube que seria com ela sua primeira transa.

"Analisando aquela anônima e seu corpo escultural, eu tenho que admitir: a sorte de Ricardo realmente havia mudado."

Os dois se movimentaram como dois imãs de polos opostos; e como os opostos se atraem, eles foram um em direção ao outro, cada vez mais próximos ate que seus corpos se viram colados o bastante, a ponto do calor de um se confundir com o do outro. Com as mãos na cintura da anônima, Ricardo tratou de garantir que ela não escaparia de seu alcance. Ela por sua vez deu um leve sorriso através da abertura da máscara, como uma garantia que não iria a lugar algum.

Por algum tempo os dois ficaram ali colados; se movimentavam ao som de uma valsa que tocava ao fundo. Os dois eram os únicos dançando uma valsa ao som de uma valsa. É meio ridículo eu sei; Os outros estavam mais preocupados em foderem e serem fodidos.

Mr R Estava se sentido tão bem que ate esqueceu por algum tempo, que estava pelado abraçado com uma bela mulher também pelada. Digo isso, pois seu corpo não reagiu com uma ereção como de costume; ele só estava curtindo aquele momento com aquela anônima.

Vamos pra algum lugar mais tranquilo? Perguntou a anônima.

Um lugar tranquilo no meio daquela ferveção? Era tudo que Ricardo queria; mas ele tinha quase certeza que ali não existia lugares assim.

Eu vou pra onde você quiser. Respondeu Ricardo largando a cintura da anônima e pegando em sua mão.

Ela começou a conduzi-lo em direção a algum lugar que só ela sabia. Depois de alguns segundos, pararam em frente a uma porta grande escrito privê logo acima. Ricardo observando sem querer parecer um amador, não achou nenhuma maçaneta; antes que a garota percebesse, ele identificou uma fenda. É claro; ele precisava inserir uma ficha pra que a porta se abrisse. Inseriu a ficha, em seguida a porta se abriu; ela o abraçou e os dois entraram juntos.

Novamente um corredor e um silêncio incrível. Havia um numero incontável de portas vermelhas no decorrer do corredor. Na medida que adentravam corredor adentro, podiam-se ouvir gemidos que brotavam de trás das portas. De repente a anônima parou na frente de uma delas, e num pequeno painel cheio de números ela digitou uma senha; então a porta se abriu. Na hora caiu a ficha de Ricardo: "Deve ser uma garota de programa da boate" pensou Ricardo; e mesmo o gênio chegando a esta conclusão, o seu interesse por ela não diminuiu em nada.

O interior do quarto parecia mais uma jaula de zoológico; tipo espaço dos leões. Cada porta daquela correspondia a uma fantasia sexual, e sabe se lá porque ela achou que Ricardo iria gostar daquele tema de zoológico.

Você não gostou desse? Perguntou a garota. Ricardo não sabia o que responder, então improvisou:

É estranho! Ainda bem que tenho uma juba bem aqui. Falou sorrindo enquanto alisava seus pelos pubianos. A garota também sorrindo ameaçou tirar a máscara, mas foi prontamente impedida por Ricardo:

Você não precisa fazer isso. Levando as mãos na máscara Ricardo a arrumou no rosto da anônima.

Melhor assim — viu só?!

Obrigada. Respondeu a anônima com certo alivio na voz.

Ela se dirigiu ao fundo do quarto, e pegou algo que estava escondido em algum lugar ali. Ricardo se deitou em uma esteira feita de palha, suspensa em um batente que não se assemelhava em nada com uma cama; deitado ali, Ricardo lembrou: precisava do seu celular pra filmar ou fotografar o que estava prestes a acontecer. "porra! Meu celular." enquanto se lamentava pelo motivo de não ter nada pra registrar aquele momento, sentiu algo cair sobre sua barriga; a anônima tinha acabado de fazer uma carreira de cocaína em cima dele.

Hoje é meu primeiro dia aqui; eu preciso disso pra me soltar. Disse a anônima; em seguida levou o nariz até aquele pó branco e inspirou tudo. E julgando pelo seu estado, ela já havia repetido aquilo algumas vezes; seu nariz branco denunciava.

Ricardo não se sentiu no direito de julga-la:

­— Então quer dizer que sou seu primeiro cliente? Que sorte a minha.

Sorte a minha; pensei que seria pior; você é legal, agora estou me sentindo a vontade.

"Também, depois de ter inalado tanto pó qualquer um estaria a vontade" pensou Ricardo.

Sem preliminares ou qualquer aviso, ela subiu sobre ele e começou cavalgar em seu pau. Falava coisas desconexas e faziam movimentos fora do contexto; sorria, chorava; ás vezes gritava.

Estava tudo errado; era desconfortável pra Ricardo. Ele apenas fechou os olhos e suportou. E como tudo tem fim, de repente a anônima parou e um silêncio tomou conta do quarto; Ricardo abriu os olhos, como estava deitado, a primeira vista não viu ninguém; levantou da "cama" e a anônima estava caída no chão, espumando pela boca e tremendo. A primeira reação de Ricardo foi tirar a máscara dela, com intuito de facilitar sua respiração.

A noite cheia de surpresas do nosso amigo, ainda não havia acabado. A mulher que sempre permeou seus pensamentos e desejos, estava tendo uma overdose em seus braços; e se este livro fosse um clichê, a overdose poderia ser de orgasmo; mas como nada é perfeito, peço que aceitem a minha imperfeição.

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NEON - A BOATE DO PRAZEROnde histórias criam vida. Descubra agora