DESLIZANDO MOLHADINHO

3.7K 42 7
                                    

Até onde a busca por algo pode levar alguém? As respostas são muitas; e Ricardo estava diante da sua. Ele nada poderia fazer. Era apenas um garoto aprendendo que tudo tem dois lados.

— Help please. uma voz no meio dos gemidos se destacou

— Me desculpe... eu não sei o que fazer. E ele realmente não sabia. até então nem mesmo sabia como iria sair daquela boate.

— Sinto muito. Abriu a porta e correu pra longe dali. Seus olhos transbordavam ao olhar e pensar como aquelas garotas haviam chegado até aquele lugar. Ricardo tentava esconder de si mesmo seus sentimentos enquanto continuava a correr procurando uma saída.

"malditos ninjas cortadores de cebola" pensava ele até que olhou pra tubulação de ar e uma ideia estúpida baseada nos filmes ocorreu em sua cabeça. Antes mesmo de calcular os riscos que aquela situação traria, Ricardo já se encontrava rastejando naqueles tubos gigantes de aço que levavam ventilação por toda boate.

O espaço pequeno e claustrofóbico o fazia transpirar, facilitando de certa forma o deslize do seu corpo pela estrutura metálica.

"poderia ser pior; Ainda bem que estou pelado" algumas vozes ecoavam pela tubulação, Ricardo não queria nem saber quem estava a falar; ele só estava preocupado em encontrar uma saída daquele problema que ele havia entrando de corpo e alma, literalmente falando.

Uma abertura um pouco a frente trouxe um alivio a Ricardo. "graças a deus uma saída" pensou ele enquanto se arrastou até ela depressa, já muito apertado com vontade de mijar. Ele não mais podia segurar, suas caras e bocas evidenciavam que estava no limite.

Chegando perto da abertura ele pode constatar que estava na tubulação que passava sobre a sala de vigilância; aquela mesma cheia de monitores que ele havia passado mais cedo. "ainda bem... não tem ninguém aqui" começou então a retirar os parafusos que prendiam a proteção. Pro seu azar quando faltava apenas um, três homens entraram na sala e começaram a procurar por imagens no circuito de tv. Ricardo os observando de cima tentava segurar o mijo, suplicando a deus pra que aqueles homens saíssem logo.

— Volta, volta... um deles falou entusiasmado.

— Para ai — esse é o idiota que acionou o alarme de incêndio

Ricardo fixou os olhos no monitor mas não dava pra ver direito.

— Aproxima a imagem aí. Ordenou o outro que estava a anotar tudo em um papel.

No instante em que Ricardo viu que seu rosto estava nos monitores, esqueceu que estava segurando o mijo, e algo quente começou a escorrer pela tubulação em direção a saída de ar; o som do mijo caindo no chão da sala chamou a atenção dos homens que ali estavam.

— Mas que droga é isso? Perguntou o que estava anotando.

— Deve ser infiltração. Respondeu um outro. Se abaixando em direção ao liquido no chão em seguida passou os dois dedos e levou ao nariz.

— Essa porra tem cheiro de mijo! — Mal sabia ele que era de fato mijo.

— Cara — deixa de ser nojento. Retrucou o outro

Enquanto essa bizarrice acontecia, Ricardo estava mais preocupado com o outro cara que estava refazendo seus passos nas imagens das câmeras.

— O idiota que acionou o alarme de incêndio estava pelado, deixou as roupas no corredor do toque — porque vocês não vão lá procurar alguma pista? E assim os dois homens saíram da sala, ficando apenas o que estava vendo os monitores.

— Mandem alguém da limpeza na sala 12. Colocou o telefone de volta no gancho e saiu da sala resmungando:

— Fedor de mijo do caralho...

"Preciso sair daqui depressa" pensou Ricardo se arrastando pelos dutos em qualquer direção que eles o levassem. Ricardo pensava em Marilia e atribuía toda a culpa de tudo que estava acontecendo a ela; ele nunca a odiou, mas aquilo era demais e ela era a causa de tudo.

Pelado, exausto e sujo de mijo, esta era a situação do nosso herói.

"mais uma saída" pensou Ricardo ao ver uma claridade logo a frente. Pra dizer a verdade ele não estava esperando achar uma saída, já estava completamente sem esperança de conseguir sair daqueles dutos; mas quando ouviu sons de carros e buzinas que vinham junto com a luz, um resquício de sua fé veio á tona. Sem esperar grandes coisas lá foi ele novamente. Chegando na abertura:

— POURRA! Enfim uma saída deste inferno. ao soltar a tampa e ver o céu azul, Ricardo chorou como nunca havia chorado; ele nunca havia parado pra observar como era lindo o azul do céu de manhã.

                                                ))))))))))) Votem por favor, obrigado por ler ((((((((((

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                                                ))))))))))) Votem por favor, obrigado por ler ((((((((((

NEON - A BOATE DO PRAZEROnde histórias criam vida. Descubra agora