Após deslizar por aqueles dutos de ventilação, enfim Ricardo pôde ver o azul do céu, mas...
O duto estava a cerca de 5 metros do chão; Ricardo nem pensou no que poderia acontecer, se jogou de cara e pra sua sorte tinha uma lixeira logo abaixo; exatamente no lugar onde ele aterrissou.
Dar pra medir o nível de azar de uma pessoa quando sua sorte é cair dentro de uma lixeira, pois é... com Ricardo era assim.
"uma lixeira! Poxa deus o senhor não facilita mesmo" Ricardo e seus diálogos internos.
Pra a alegria do leitor, Ricardo estava fora da boate neon, mas ainda estava pelado. Por outro lado, era pouco mais de 5 da manhã e não haviam pessoas na rua, Correu Ricardo como uma gazela feliz pelos becos da periferia.
— Corra, corra, corra mais.
"espera ai! porque eu tenho que correr tanto se você acabou de falar que não tem ninguém na rua neste horário?"
Sim Ricardo — mas você acabou de passar saltitante e nu na frente de uma viatura da polícia.
Ricardo correu como nunca correu na vida, as aulas de educação física viriam a calhar se ele não tivesse faltado em todas elas. Seus músculos queimavam e sua respiração acelerou junto com seu coração. Ricardo olhou pra trás e viu que não havia corrido nem 100 metros.
Quando voltou seu olhar pra frente bateu a cara em alguma coisa e então apagou.
Sábado 8:05 da manhã, em algum lugar do mundo"
amarrado em uma cadeira, Ricardo tentava se livrar das amarras mas sem sucesso; até que sentiu uma mão tocar seu ombro, quando olhou era ela: Marilia vinha com a boca em direção a sua, pronta pra lhe dar um beijo do tipo desentupidor de pia.
— NÃÃO... Ricardo deu um grito desesperado que pode ser ouvido num raio de 5 quilômetros. Então enfim acordou gritando em outro lugar.
— Graças à Deus... foi só um pesadelo — Disse Ricardo aliviado; Ele estava preso, mas não em uma cadeira. Estava em uma cela da delegacia local.
— Mas que grito foi esse? perguntou um policial que chegou de pressa.
— Relaxa, foi só um pesadelo. Respondeu Ricardo.
O policial saiu e depois de poucos minutos, voltou com um pano vermelho na mão.
— Veste isso ai — o delegado vai te interrogar.
Ricardo pegou o pano e começou a abri-lo, quando o desvendou pode ver o que ele era de fato.
— Isso é um vestido!
— Sherlock Holmes é você? Desdenhou o policial, enquanto os outros prisioneiros das celas vizinhas riam da situação.
— É a única roupa que tem aqui, é isso ou se apresentar pelado ao delegado.
Ricardo e seu vestido vermelho de renda, foram levados até o delegado.
— Eu sabia que o vestido daquela vadia serviria pra alguma coisa. É, o delegado também tinha um bom senso de humor.
Nota: pra constar; a vadia louca que ele se referia, foi um travesti que fez um escândalo na delegacia; depois que um cliente usou seus serviços e se negou pagar. Então o travestir simplesmente ficou nu e saiu correndo de lá, deixando o vestido para trás.
— Artigo 233: prática de ato obsceno, três anos de prisão. Disse o delegado segurando o riso.
— Qual seu nome? — lembra o numero do RG ou CPF? — tem passagem? — o que aconteceu pra você acabar pelado na rua? — Onde estão seus documentos? — qual o seu endereço?
Eram muitas perguntas; Ricardo nada respondia, já não conseguia raciocinar direito. Até que lembrou de algo e então falou:
— O senhor já apareceu na tv?
— Quem interroga aqui sou eu. Respondeu o delegado
Ricardo estava disposto a jogar, e ele iria usar o que tinha pra se livrar daquele problema.
— A denúncia que eu tenho, vai virar notícia Nacional; e porque não dizer internacional
— Advinha quem vai dar entrevista pra tv amanhã?
Ricardo sabia que mexer com o ego daquele homem poderia salva-lo; e sejamos sinceros, que delegado não quer ficar famoso por pegar um caso tão grande?
— E o que seria essa "denúncia"? — Perguntou o delegado sem levar muita fé.
— Tráfico internacional de mulheres para fins de exploração sexual. Todos os policias e agentes que estavam na sala se olharam.
— Conte-me mais...
E iniciou-se uma longa conversa, Ricardo contou tudo em detalhes, descreveu a boate neon minuciosamente, todas as salas que viu e tudo que havia acontecido lá.
— Iremos checar, e se for mentira... você tá fudido.
O delegado no fundo sabia, que em neon havia algo além de uma simples boate, mas nunca pode fazer nada; Mitrus sempre foi cuidadosa em tudo que fazia, nunca deixava rastro, além de ter muitos contatos que a tornavam intocável; mas diante do que Ricardo havia lhe dito, ele não podia mais ignorar.
— Você pode ir. Isso mesmo caro leitor; simples assim.
Ricardo saiu vestido com aquele lindo vestido vermelho pelas ruas, as pessoas o olhavam e outros até riam, mas ele não estava se importando com os olhares e comentários; ele estava mesmo feliz. O fato de saber, que enfim, aquelas garotas seriam resgatadas do inferno que Mitrus as jogou, superava qualquer vergonha que pudesse afligi-lo.
Chegou Ricardo em sua casa totalmente esgotado, olhou no relógio, e ele marcava meio dia e vinte dois minutos. Sua mãe estava no trabalho e isso pra ele era bom, afinal não seria nada fácil explicar o motivo de estar usando um vestido.
Subiu Ricardo pro quarto, seu cansaço era tanto que ele se jogou na cama e dormiu do jeito que estava.
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NEON - A BOATE DO PRAZER
Teen FictionRicardo é um adolescente de 17 anos e também o único virgem de sua turma; e pra deixar de ser motivo de gozação ele chegará ate NEON. Sexo era tudo que ele queria, entretanto acabou encontrando muito mais, e não tem nada haver com amor.