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Nesse primeiro dia de aula só foi até o meio-dia e eu acabei de chegar em casa indo direto para o chuveiro para tomar um banho gelado.

A primeira aula foi de português, em seguida de matemática com um professor bastante bonito e alto.
A terceira de Geografia com uma professora que parecia ter uns 40 anos e depois da aula dela teve o intervalo, onde eu fiquei naquele mesmo banco de mais cedo, sentada e mexendo no celular tranquila sem ninguém fazendo barulho por perto ou eu sendo atropelada por um skate.
A quarta aula foi de Química com um professor calmo que explicava super bem e detalhado.
A quinta aula foi de história com um professor completamente chato.
E a última foi de Biologia com uma professora bem animada.

Eu e aquele garoto não nos falamos nem tivemos mais contanto visual graças a Deus. E também, depois do intervalo ele não apareceu nas aulas. Era como se ele tivesse ido embora mais cedo talvez.

Desliguei o chuveiro e fui me vestir colocando uma roupa básica e confortavel de ficar em casa e desci para almoçar. Já que meus pais estavam trabalhando eu mesmo fiz minha própria comida.
O resto da tarde fiquei em casa no tédio assistindo filmes chatos.
Então resolvi sair para caminhar e aproveitar para comprar algumas coisas que minha mãe pediu.

Coloquei meu fone e saí.

Andando naquela pequena rua calma, onde as casas não eram nem tão juntas, nem tão separadas. Nem tão grandes nem tão pequenas.
Olhando-as comecei a pensar no futuro, onde eu iria me casar com um homem simpático e calmo que me faria extremamente feliz e nós morariamos em uma casa daquelas com nossos filhos correndo pela casa.

Todos aqueles pensamentos se afastaram da minha mente quando eu vi aquele mesmo garoto que me atropelou, sentado em um pequeno degrau que ficava na frente de uma casa. Ele estava com a cabeça encostada na porta da casa enquanto os olhos estavam fechados e ele escutava música no fone.

Até que ele abre os olhos que estavam vermelhos e suas pálpebras estavam inchadas como se tivesse chorado, e vira para mim percebendo minha presença na rua, imediatamente eu desvio o olhar e ando mais rápido fazendo o indivíduo me seguir com os olhos, não sei o porquê que ele estava me olhando tanto.
Vou andando mais rápido e bufando, ele tinha virado meu inimigo a partir de hoje.

Quando eu passo de frente da casa e ele ainda me olhava, perco o controle tirando meu fone e parando.

- O que você tanto olha?

Ele apenas me ignora e volta a fechar os olhos.
Reviro os olhos e volto a andar.

*Ele me ignorou?? Esse garoto idiota!! Estou com mais raiva ainda dele*

Vou até o final da rua onde tem um supermercado e compro o que estava faltando em casa e volto passando de frente da casa daquele garoto. Sem olhar para ele passo apenas o ignorando.

Quando chego em casa percebo que minha mãe já tinha chegado, já que eram seis horas da tarde, o horário que ela sempre chega.

- Filha...como foi a aula hoje?

- Normal, e o seu dia?

- Normal também, tirando que eu recebi uma notícia triste que um garotinho da nossa rua morreu de câncer, e você sabe como eu sou sensível...ah...aquilo me deixou arrasada, imagina a mãe como deve estar?

- Ela deve estar arrasada- concordei

- Eu e outra vizinha daqui vamos ao enterro, já que amanhã é feriado e você não tem aula...quer ir também? Pra consolar a família.

- Claro!! Vamos sim.

Ela acentiu com a cabeça e foi preparar o jantar enquanto eu ia tomar banho.

*A família deve ter ficado completamente arrasada.*

Acho que posso dizer que perdir um irmão, pois quando eu tinha 6 anos, minha mãe engravidou e quando ela estava com exatos 8 meses de gestação ela caiu da escada da casa de uma tia minha e acabou perdendo meu irmão.
Foi tudo muito triste para nós. Por isso minha mãe não quis mais engravidar. É como se até hoje ela ainda esteja abalada com aquilo tudo mas tenta esconder de mim e do meu pai. Como eu era pequena não lembro de muita coisa, só da tristeza que senti.

Depois do banho coloquei meu pijama e em seguida desci para jantar, pois estava com bastante fome.
Meu pai ainda não tinha chegado, mas eu e minha mãe já que estávamos com muita fome, jantamos sem ele.

Porém, ele chegou as oito horas com uma surpresa.

Um cachorro que ainda era filhote, tendo a cor de seu pelo preto misturado com castanho e ele parecia ser da raça vira lata mas era lindo e pequeno.
Eu e minha mãe demos um grito animadas.

- Eu achei ele na rua, então levei ao veterinário, desculpem a demora.- ele dizia enquanto eu pegava o cachorrinho nos braços e dava muito carinho enquanto minha mãe enchia meu pai de beijos.

- Ele precisa de um nome!!- Eu dizia animada.- Andy seria um nome perfeito

Meus pais concordaram e ele se chamaria Andy um nome doce e pequeno igual a ele.

- O doutor disse que ele precisava dormir e comer bastante.

Colocamos Andy em uma almofada e ele dormiu tranquilamente.

Fui dormir também, completamente alegre já que eu nunca tive um cachorro. 

Suga- Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora