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Minha mãe passa rápido no meu quarto me acordando as oito horas. Vou direto pro banheiro tomando um banho rápido e colocando um vestido preto embaixo do joelho com uma meia calça preta e um tênis da mesma cor.

Desço até a cozinha encontrando minha mãe terminando de fazer o café, meu pai estava colocando leite de caixa em uma vasilha e dando para o Andy que vai correndo balançando o rabinho todo feliz.

- Bom dia- dou um beijo em cada um, até no Andy

Minha mãe me deu um sorrisinho leve, ela parecia abatida.

- Está tudo bem, mãe?- pergunto e ela acena com a cabeça em sinal  de positivo.

Comemos e saímos, meu pai preferiu ficar em casa cuidando do Andy.
Fomos de metrô até o cemitério e chegando lá vi que muita gente foi até o enterro do garotinho.
Ao entrarmos fomos recebidas por uma mulher que dizia ser a tia do falecido.
Minha mãe e eu abraçamos todos da família do menino.
Até que chegou a hora de abraçar a mãe que estava em prantos abraçada com um garoto alto de cabelo pla...ti...na...do... Mas o que...?!

A mãe soltou o filho mais velho e veio em nossa direção nos abraçando.
Assim que ela o soltou eu já tinha visto quem ele era...

O mesmo garoto que me atropelou.

- O-obrigado...p-por virem...esse...é meu filho Suga...- Ela dizia chorando e nos apresentando seu filho.

Agora eu sabia o nome dele...Suga... nome bonito.

Minha mãe o abraçou e me lançou um olhar para que eu o abraçasse também, então, dei um leve e rápido abraço nele, mas o mesmo nem se mexeu, Ele estava abalado demais para reagir a qualquer coisa.

- M-meu outro filho...ele....ele...- Ela chorava mais e mais e minha mãe a abraçou mais uma vez bem apertado.

Eu estava me sentindo muito mau por eles. Não gostava de ver as pessoas tristes. E toda a família estava abalada. Principalmente Suga, ele não tinha nenhuma reação, só seguia a mãe para todos os lugares que ela ia, e estava ali para confortá-la a qualquer momento.

Por isso que ontem os olhos dele estavam vermelhos e inchados. E eu fui insensível, apenas estava com raiva dele e...eu não sabia o que tinha acontecido.
Aquilo estava me deixando inquieta.

Em um momento, quando Suga ficou sozinho perto de uma árvore fui até ele.

- E-ei.

Ele me olhou.

- O que quer?- respondeu seco.

- Queria te pedir desculpa por ontem...e... por tudo...e dizer que...eu sinto muito pelo que aconteceu...

Ele me olhou com uma expressão que não consegui identificar.
Eu queria abraçá-lo...sabia um pouco o que estava sentindo e queria confortá-lo mas ele iria ser grosso como ele sempre é. Apenas apertei seu ombro e dei um leve sorriso triste depois fui encontrar minha mãe.

- Mãe?- sussurrei no ouvido dela- Vamos pra casa.

Ela concordou e fomos.

                               ♤

Ao chegarmos, fui direto tomar um banho de chuveiro para esquecer aquilo tudo.

Mesmo Suga parecendo sempre ser grosso e irritante, naquele momento que eu o abracei percebi que ele estava tão distante, era como se não estivesse realmente ali.

Sai do banho em seguida vestindo uma roupa confortável e me jogando na cama. Eu só queria dormir e mais nada.

Depois que acordei não fiz muitas coisas. Só comi, assisti filmes, cuidei do Andy, arrumei a casa. E pronto. Quando vi já era noite.

                                  ♤

Suga faltou ontem e hoje na escola.

Será que ele vai entrar em depressão e não irá vir mais?
Por que estou tão preocupada assim? Ele que cuide da própria vida.
Não vou me meter.
Talvez ele ficaria feliz de saber que o diretor definiu o horário que iríamos largar todos os dias concluindo que iria ser de 14 hr da tarde e não de 16hr.

Mas hoje ele nos liberou de 13hr por causa de uma reunião com os professores. O bom foi que tive mais tempo de ficar com o Andy hoje.

Suga- Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora