Após um fim de semana corrido e uma segunda feira longa, terça me deixou ansiosa. No período da noite, o primeiro evento da empresa que eu coordenaria.
Comecei minha manhã com uma reunião com os acionistas. Entrei na sala às 8h.
-Alguma reclamação ou dúvida?
-Eu tenho, sim.
-Pode falar. Senhor...?
-Rodrigo.
Com o nome, lembrei que era o homem que tinha uma filha estudando com Danda. Sorri de leve.
-Pois bem. Pode falar.
-Sem querer ser desrespeitoso, mas acredito que há uma falha nos seus planejamentos.
-Por que?
-Seus planos são fantasiosos, irreais. A nossa marca nunca vende demais no mês de Julho, você deveria ter lido nossos históricos. O Ralph sabe dos seus ideias?
-Claro. Meus planos fantasiosos tiveram seis meses de preparo, com uma equipe de advogados e só os coloco em prática pois tem aprovação do dono da grife. O senhor acha que os milhões investidos em desfiles e merchan são descartáveis?
-Não, claro que não. Mas o nosso ex-CEO era mais realista quanto a isso. Por isso houve dúvidas quanto à uma mulher assumir o cargo.
-Se o realismo dele fosse bom, senhor Rodrigo, eu não estaria onde estou. Porque não aceita que uma mulher foi a mais competente?
Nervoso, ele virou a cadeira de lado para mim. Suspirei, ajeitando meu blazer. Desde nosso primeiro encontro, senti que ele era problema.
-Acabamos por aqui hoje. Lembrando, claro, que todos estão convidados para o desfile e coquetel que ocorrerão aqui, no salão, às 19h.
Fui a primeira a sair da sala, bufando. Caminhei até a minha sala, onde uma pilha de papéis de pura burocracia me esperavam. Bebi minha primeira xicara de café forte do dia e sentei, encarando aqueles papéis.
Ao fim de um documento, minha secretária me ligou no interfone. Atendi.
-Pode falar, Clara.
-Senhora Talita, está ocupada?
-Muito. Porquê?
-Fábio Porchat está na recepção, disse que queria vê-la.
-Pode deixar subir, Clara.
-Ok. Vou pedir que suba.
-Isso, obrigada.
Desligamos. Organizei minha mesa e guardei os papéis que já tinha lido e assinado. Assim que sentei na minha mesa de novo, Fábio bateu na porta e colocou seu rosto dentro da sala.
-Oi, Tatá!
-Oi,Fábio. Entra logo.
-Tudo bem. Vim aqui te apresentar uma pessoa e pedir um favor.
-Iiih, se o favor for dinheiro...
-Idiota. Vem cá, Naty.
Fábio entrou na sala de mãos dadas com sua namorada. Fiquei de pé e dei o melhor sorriso que pude de nervoso.
-Nataly, essa é a Tatá. Tatá, essa é a mulher da minha vida.
Ele beijou o rosto dela, que riu. Mesmo com uma leve inveja de Nataly, sorri ao perceber como Fábio estava feliz.
-Prazer, Nataly. Fábio falou muito bem de você.
-Prazer é meu. Ele também disse muito sobre você.
-Espero que tenha falado bem.
-Claro!
Fábio sorriu, sentando em uma cadeira frente a minha mesa.
-Folgado.
-Sou nada.
-Imagina. Senta também, Nataly. Vocês querem um vinho? Tenho espumante também.
-Talita, quem bebe isso às 10h da manhã?
-A pessoa que teve uma péssima reunião com acionistas e que vai ter um dia agitado ainda, eu mesma. E vocês? Passeando?
-Viemos aqui fazer umas compras.
-Sério? Posso ajudar vocês.
-Esse favor que vim te pedir, ajuda. A loja é enorme.
-E ele não teve paciência para me deixar ver tudo.
-Fábio! Deixa ela. O que vocês querem?
-Eu queria um vestido para usar no aniversário dele. Sabe, vou conhecer a família, quero estar bem.
-Nataly, chegou uma linha nova incrível. Incrívelmente elegante. Vamos lá, vou amar te ajudar nisso. E óbvio que vai rolar um bom desconto que já que é a mulher do meu amigo...
-Tá vendo, Naty? Falei que ela é um anjo-Ela riu.
-E você, Fábio? Nada?
-Não. Comprei um terno na loja da Armani. Não vai me matar por isso, não é?
-Claro que vou! Os ternos da Ralph Lauren são lindos. O dia que vocês casarem, se você não usar um terno meu, nem conta com minha presença lá.
-Calma, Tatá. É o que os ternos deles são mais simples, sabe? Os seus são bem mais bonitos, não combina.
-Ah, ainda bem. Mas estou feliz de vestir a Naty. Vamos lá?
-Claro.
-Enquanto as mocinhas decidem isso, eu vou comer, ok?
-A gente acabou de tomar café, Fábio.
-Não vejo problema.
Após dar um selinho nela, contornou a mesa e beijou meu rosto.
-Mais uma coisa... Hoje de noite vai acontecer aqui um coquetel e desfile. Vai ser um evento muito importante para mim. Se vocês quiserem vir, serão muito bem vindos.
-Ah, claro. Naty, podemos vir, né?
-Óbvio, Fábio. De noite voltamos, então.
-Que bom! Agora vem comigo, Nataly. Vou te levar no andar que nem todos os clientes têm acesso.
-Eu só aceito porque o Fábio que está pagando.
-Ah, é ele? Eu ia oferecer um desconto meu, mas se é ele, vai no preço original.
Nataly riu, levantando de sua cadeira. Peguei sua mão e sorri para Fábio, que me olhou de cara feia. O interrompi antes que falasse algo.
-Estou brincando. Quero que vocês se sintam bem aqui. Fabinho, vou mandar minha secretária te acompanhar até o restaurante daqui porque quero que seja bem recebido.
-Eu te amo, sabia?
-Pela comida, né...
Ele riu e saímos do quarto. Chamei Clara, minha assistente, e seguimos juntos para o elevador.
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Amor & Poder
Fanfiction•Quando a CEO da Ralph Lauren tem uma paixão imensa por um ator Global• #758 - Conto