Esperamos Tatá por cerca de 15 a 20 minutos. Quando ela voltou, não nos olhou e sentou em outra poltrona. Bruna me olhou nervosa.
-Tatá?
-Uhm?
-Está tudo bem?
-Tudo.
Olhamos confusos para ela. Bruna sentou no braço da poltrona, se apoiando em Tatá.
-Tem certeza? Você não parece bem.
-Tenho.
Nem tentei perguntar nada. Fui até a poltrona e acariciei seu cabelo devagar. Tatá parou, de forma que eu já estava esperando ganhar um esporro. Mas ao contrário, ela apenas deitou a cabeça no meu colo.
-Não quer mesmo conversar sobre o que houve?
-Não.
-Só me garante que não tem nada a ver com a Danda e seus pais. Só assim eu vou ficar despreocupado.
Tatá olhou para mim, depois para Bruna. Mas quando eu achei que iria começar a falar, ela levantou.
-Eu vou ficar com meus pais.
E saiu. Bruna pensou em ir atrás, mas segurei seu braço.
-Não, não vai. Deixa ela.
-O que será que o médico falou para ela?
-Não tenho ideia. E é isso que me preocupa.
Alguns minutos depois, uma enfermeira veio nos informar que tudo corria bem dentro da sala de cirurgia. Isso nos aliviou de uma parte da preocupação.
🌸Não vimos mais a Talita. Mas mesmo assim, ficamos na sala de espera aguardando mais notícias. Por volta de 20h, depois do terceiro copo de café, Bruna me olhou.
-Fábio?
-Oi.
-Sua vez de buscar café.
-Mas eu acabei de ir! Já fui duas vezes, você só uma.
-E eu estou grávida e não posso ficar fazendo esforço assim.
-Espera, você está mesmo?
-Aham. Já tem um tempinho que falei isso com a Talita. Achei que ela tinha te falado. Mas ainda é segredo.
-Prometo silêncio. Parabéns, criatura.
-Idiota. Vai pegar café pra mim, vai.
-Não. Faz mal para o bebê.
-Caralho, como a Talita te aguentou todos esses anos?
-Ela me ama. Vou lá pegar café para mim.
-Fábio! Eu também quero.
-Não. Você já tomou mais que o suficiente. Quer água?
-Quero. E vou jogar tudo em você.
-Você é tão fofa. AH!
-Que susto. O quê?
-Então é você que está grávida!
-Foi isso que eu acabei de falar.
-É que eu vi um teste no carro da Tatá e eu achei que ela poderia... Meu Deus, Bruna, que alívio-Ela gargalhou.
-Não viaja, bobo. Minha amiga está mais na seca que o deserto do Atacama. Achei que tinha conseguido desencalhar ela com o Tiago, mas ainda bem você voltou.
-Você reclama, mas me ama, não?
-Amor é uma palavra muito forte. Eu gosto.
-Já é melhor que nada.
Levantei e peguei um copo de café, mas estava pegando para Bruna. Depois de tanto café que bebemos, já tinha decorado o jeito que ela gostava.
-Bruninha, aqui.
-Fábio! Obrigada. Agora entendi porque a Tatá te ama.
Ri e lhe entreguei o copo, enquanto conferia minhas mensagens. Antes que eu pudesse falar de novo, reclamando do sumiço de Tatá, senti uma mão delicada no meu quadril. Virei sorrindo, pois conhecia a dona daquela mão pequena.
-Oi, amor.
-Oi,Fabinho.
Tatá selou nossos lábios e me presenteou com um sorriso suave. Mas levei um leve susto ao ver Diego ao seu lado.
-Que nostálgico ver vocês juntos de novo.
-Eu sei... É estranho até para mim.
-Quando você chegou, Diego?
-Agora, tem pouquíssimo tempo.
-Ah, sim.
-Fábio, eles me convenceram a ir ver um médico. Vem comigo?
-Claro, Tatá. Vamos lá. Vai ficar aqui, Diego?
-Vou.
-Certo. Mandem mensagem se tiverem notícias.
-Podem deixar.
Tatá segurou minha mão e caminhamos até a recepção. Preenchi o formulário para ela e depois sentamos em um banco.
-Sabe o que eu pensei? Tínhamos que começar a planejar uma festa enorme para você e Dandara de aniversário.
-Fabinho, eu até esqueci que nosso aniversário está perto.
-Temos que pensar nisso então.
-Isso é a última coisa que quero pensar. Só quero imaginar a minha pequena bem.
-Ok. Mas quando Danda sair da cirurgia, vou te lembrar disso.
-Então eu te falo se vou aceitar ou não.
Tatá me roubou um selinho, mas o médico a chamou antes que pudesse beijá-la.🌸
Se tem uma coisa que não muda para Tatá é o pavor de agulha, mas o médico realmente só queria aplicar o soro. Depois que ele errou uma vez por que ela tremeu, a segunda tentativa deu perfeitamente certo. Sentei em um poltrona ao lado da sua e lhe dei o beijo de antes.
-Viu o esporro do médico, não? Você tem que comer direito.
-As vezes não dá.
-Dá sim. Agora nem que eu tenha que te levar o almoço, você vai comer bem todo dia.
-Eu tenho o namorado mais fofo do mundo.
-Eu sei, eu sei.
-Mas podemos parar de falar disso?
-Claro. Quer falar sobre o que?
-Qualquer coisa. Só muda um pouco... Porque não me fala o que fez nesses últimos anos?
-Não fiz nada de interessante. Me fala você de como alcançou tão cedo o lugar de CEO.
-Eu sou sexy, você já deve saber-Ri.
-Boba. Fala a verdade.
-Estou cansada. Essa história é meio longa. Fico te devendo ela, ok?
-Vou cobrar. Aproveita para dormir, pequena.
-Estou bem, Fábio. Mas me conta algo que eu não saiba.
-Sobre o quê você quer ouvir? Eu não consigo pensar em nada.
-Qualquer coisa, Fabinho. Me fala do João. Não vi mais ele depois daquele dia lá em casa. A Danda pergunta dele algumas vezes.
-Ah, ele também pergunta dela. Quando a Dandinha estiver recebendo visitas, eu vejo se o João pode entrar.
-Aposto que ela ia adorar receber ele.
-Não duvido. Você soube educar ela tão bem, é a criança mais fofa que já conheci.
Tatá sorriu sem jeito e desviou o olhar, mas estava atento e sequei a lágrima solitária que escorreu em seu rosto.
-Estou com saudades da minha filha.
-Ela já deve estar saindo do centro cirúrgico, baixinha. Vai dar tudo certo.
-Tem que dar.
-O que o médico falou com você aquela hora?
-Me perdoa... Mas não vou falar isso. É particular, não tem nada a ver com ela. Nem com meus pais.
-Prometo não perguntar mais sobre isso. Seus pais estão bem?
-Sim. O médico acha que amanhã de manhã eles saem. Meu irmão assumiu o caso agora e vai cuidar de tudo. Vai cuidar do caso de corrupção e do acidente.
-Concordo que você precisa descansar, Teitei.
Ela apenas assentiu, não sei se por sono ou se por fraqueza. Acariciei seu cabelo.
-Dorme, vai. Vou ficar aqui cuidando de você.
-Você também não me contou nada daquela história.
-Deixa para amanhã.
Tatá foi fechando os olhos sem nem perceber. Quando a vi dormir, zelei seu sono e fiquei mexendo no celular em silêncio.🌸
Por volta de 22h e pouco, quase 23h, recebi uma ligação de um número desconhecido. Ao atender, reconheci logo a voz.
-Fábio? Oi, é Diego.
-Oi, tudo bem aí?
-A cirurgia da minha sobrinha acabou tem uma meia hora, ocorreu tudo dentro do esperado. Mas agora que acordou, quer ver você e Tatá. Vocês podem vir para cá? A Danda não quis ver mais ninguém
-Vou chamar uma enfermeira para vir ver Tatá por que ela ainda está no soro e dormindo.
-Ok, Fábio. Valeu.
Chamei primeiro a enfermeira, que me disse que Tatá poderia ser liberada visto que o soro já tinha mesmo acabado. E enquanto ela tirava, fui acordando minha pequena com carinho. Em resposta, Tatá me olhou de cara feia.
-Me deixa dormir, Fábio.
-A Danda acordou.
-Ah, obrigada.
Ela tentou levantar, mas teve que voltar quando lembrou do soro. A ajudei a levantar quando a enfermeira a liberou e chamei o elevador.
-Está melhor? A fraqueza passou?
-Pouco. Eu realmente preciso dormir.
-E comer. Quando deixarmos a Danda, vou te levar para comer e depois você dorme.
-Veremos. Quem te avisou sobre ela? Sabe se Danda está bem?
-Seu irmão disse que correu tudo dentro do esperado, tudo acabou tem meia hora e ele só acordou agora.
-Entendi. Ela chamou por mim?
-Por nós dois.
-Você realmente comprou minha filha, né?
Dei de ombros e entramos no elevador. Na sala de espera, apenas Diego estava lá no sofá de antes.
-Cadê a Bru?
-Teve que ir para casa, estava ficando cansada demais. Mas agora...
Ele chamou o médico, que nos guiou para os quartos de reabilitação pós-cirurgia. No caminho, foi nos explicando tudo que foi feito e o porquê.
Vi que Tatá estava até mesmo começando a tremer só de ouvir o que fizeram com Dandinha. Coloquei a mão em suas costas, fazendo carinho, e recebi um sorriso leve de resposta.
Ao chegarmos no quarto, abri a porta e entrei primeiro. Engoli em seco.
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Amor & Poder
Fanfiction•Quando a CEO da Ralph Lauren tem uma paixão imensa por um ator Global• #758 - Conto