NOVA VERSÃO AINDA SEM DATA DE PREVISÃO
______________________________________
Sem as suas duas irmãs do seu lado após a batalha que matou tanta gente, Amelia perdeu o rumo que sempre foi tão certo na sua vida.
A sempre tão centrada, paciente e mater...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Amy abriu a porta com os olhos postos em um livro que apoiava nos braços e se afastou rapidamente voltando para a sala sem nem se certificar quem era. Pelo horário tardio ela supunha que fosse Isaac, e com razão. Lahey ficou alguns segundos parado na entrada esperando convite. Quando este não veio ele se autorizou, fechando a porta atrás de si e caminhando em direção aonde a Druida tinha ido. Faziam exatamente três meses que ele não pisava naquela casa e agora que estava ali lembranças tomavam conta de si e o soqueavam no estômago. Imagens de Elizabeth sorrindo, revirando os olhos, corando ou desviando o rosto timidamente invadiram sua mente, se projetando por seus olhos como se ele estivesse revendo cada momento ao vivo.
— Isaac?! — Amelia gritou seu nome e ele piscou os olhos, virando o rosto para ela um tanto atordoado. — Você não escutou nenhuma palavra do que eu falei. — Suspirou um tanto irritada, mas ao perceber o olhar brilhante e caído de tristeza, ela entendeu do que se tratava.
— Desculpe eu estava distraído. — Se lamentou coçando a testa e se aproximando de Jones para ver o que ela tanto lia na imensa pilha de livros espalhados pela mesa de jantar.
— Lizzie? — indagou num fio de voz, tendo dificuldade de tocar naquele assunto. Naquele momento ela constatou que ele nunca tinha falado da irmã ou chorado por ela desde o velório. Pelo menos não na sua frente.
— Deixa para lá. O que você está vendo? — Lahey forçou um sorriso e tapeou o ar tentando demonstrar indiferença, mas Amy sentia que ele precisava falar e ninguém melhor que ela para escutá-lo.
— Não. Com Peter eu nunca senti necessidade de falar dela porque ele sempre me distraía do meu sofrimento. Por um tempo isso foi tudo o que eu precisava, mas está na hora de enfrentar a dor e fazer as pazes com ela para poder seguir em frente. Você devia fazer o mesmo e se guardar esses sentimentos dentro de você, nunca conseguirá fazê-lo. — discursou após estufar o peito.
Aquelas palavras não eram apenas para incentivar o lobisomem, mas igualmente a si mesma. Amelia acreditava que seria com Isaac que ela por fim iria amenizar suas mágoas, mas precisava de ser um esforço conjunto. Pelo que ela podia perceber, Lahey não era alguém que falava casualmente dos seus sentimentos. De certa forma ela se identificava um pouco com ele, pois percebia que ele sempre engolia os sentimentos e se punha forte para apoiar os outros.
— É coisa das Jones esses sermões? — Ele questionou com divertimento, mas percebeu que não iria conseguir escapar daquela conversa.
Baixando o olhar, Isaac engoliu em seco antes de prosseguir. Foi preciso algum tempo de silêncio e de olhares fixos um no outro para ele começar a ceder. Os olhos de Isaac se encheram de lágrimas que ele lutou para não derramar, forçando um sorriso para se garantir a si mesmo de que tudo estava bem quando de fato não estava.
— Eu penso nela todos os dias quando acordo, porque todas as noites eu sonho com ela. Muitas das vezes eu sonho com coisas que passamos juntos, conversas que tivemos. Outras vezes eu sonho com coisas que eu desejava ter dito e feito e nunca tive coragem, quando ganhei já era tarde demais. Tem algumas vezes que eu sonho noite após noite com o dia da batalha. — Isaac falava com a voz embargada e os olhos lacrimejantes, mas não se permitiu chorar por não se achar no direito de fazê-lo na frente de quem de fato perdeu Lizzie.