Ensina-me a amar

50 Capitulo

POV Maria

- Tens a certeza que queres fazer isto? Não tens de o fazer, eu posso faze-lo por ti. (Ares)

- Quero ser eu. Quero que sejam as minhas mãos a fazer o que ele fez ao meu pai.

Tiro a faca da mão do Ares e aproximo-me dele, tirando a faixa que envolvia os seus olhos e depois tirando a que envolvia a boca. Mal ele sente a boca destapada, começa logo a implorar por misericórdia alegando que tem uma família para cuidar. A conversa normal de qualquer pessoa que sente a sua vida ameaçada.

- Não me faça isso. Tenho uma filha em casa para cuidar. Pode ver, tenho uma foto dela na minha carteira. (Assassino)

Sinto uma mão no meu ombro, e sei exatamente de quem é. Olho para trás e encontro o Ares como era de esperar. Ele chega-se perto de mim e sussurra no meu ouvido: "Tens a certeza que queres fazer isto? Vai se tornar numa bola gigante de neve. Ele matou o teu pai. Tu vingas-te. E depois ela também vai querer a sua vingança. Deixa me ser eu a faze-lo"

- Nem pensar nisso.

Chego-me perto do homem e espeto a faca no seu peito, bem perto do coração, no exato sitio onde o meu pai tinha um dos cortes. Oiço os berros dele, porém não me afetam nem um pouco.

Pego no isqueiro e passo bem perto da zona onde coloquei a faca, isto deixará uma cicatriz igualzinha à do meu pai.
Volto a espetar a faca, mas desta vez na perna, sem acertar na veia que passa ali e que o poderia matar. Quando sinto a faca dentro da carne, desloco-a um pouco o que faz com que ele grite ainda mais alto.

Quando estou prestes a voltar a espetar a faca, sinto uma tontura, o que me leva a olhar para o chão. Nele encontro uma foto. Uma foto de uma menina que deve ter mais ou menos 7 anos. Uma menininha de cabelos loiros e olhos azuis que não merece ficar sem pai.

- Traz-me a mala de primeiros socorros.

- Definitivamente o teu juízo não regula muito bem. (Ares)

- Cala te e vai buscar, rápido!!

Quando ele sai, chego-me mais perto dele e vejo-o encolher-se com medo. No que é que eu me tornei? Passo-lhe a mão na cara como um sinal de ternura.

- Desculpa-me eu não sei o que estava a passar pela minha cabeça. Podes ter morto o meu pai, mas eu não podia ter feito uma coisa destas.

O Ares chega com a caixa dos primeiros socorros e eu vou até ele para a ir buscar. Começo a cuidar das feridas e a limpa-las, mal termino, olho para o Ares que olha para mim com um sorriso que parece dizer "Esta sim, esta é a minha menina", a minha atenção é desviada novamente para o homem começa a falar.

- Fui eu que matei o teu pai. (Homem)

- Eu sei.

- E mesmo assim vai deixar-me ir embora? (Homem)

- Vou sim. O senhor pode ser a pior pessoa a face da Terra, mas a sua filha não merece ficar sem pai.

Deixo-o para trás, porém sou seguida pelo Ares que me trava e puxa para ele, enterrando o meu rosto no seu peito.

- Ele merecia mais, mas eu simplesmente não consegui depois de olhar a foto da menina. Ele merecia todos os cortes que o meu pai sofreu e todas as queimaduras também. Ele merecia ficar sem um olho como fez ao meu pai e sem uma das orelhas também, porque eu reparei que também faltava uma ao meu pai.

- Calma princesa.

Sinto um beijo depositar-se na minha cabeça e isso já me acalma bastante.

Ola meus amores
Espero que gostem do capítulo e que deixem o vosso voto e o vosso comentário
Beijinhos doces 😊😘