capítulo 2

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Ao chegarmos perto da entrada, Lucy foi logo cumprimentando algumas pessoas que estavam na frente da grande mansão dos Collins. Eu reconheci alguns, mas eles nem pareceram notar minha presença ou se lembraram de mim. Dois anos nem é muito tempo e a Lucy mesmo falou que não mudei. Será que eles estão com vergonha? Eu sinceramente espero que não e que eles nem saibam quem eu sou.

Ainda não consigo acreditar que ela me trouxe aqui, depois de tudo que aconteceu, logo na minha primeira noite na cidade. Porém tudo bem! Vou fingir que não me importo, já fazem dois anos não preciso ficar me importando com isso.

Lucy vai me puxando pelo braço até a entrada da casa falando o porquê de Kássia não ter vindo, não consegui entender direito por causa do alto barulho que vinha de dentro. A sala estava lotada, tinha copos vermelhos espalhados por todo lado e se o barulho lá fora já era alto, aqui dentro é de ensurdecer. Tentamos passar por um grupo de amigos que estava no meio da sala, no mesmo momento um garoto alto virou e acabou batendo seu copo de cerveja em mim e molhando totalmente minha jaqueta e meu vestido.

- Desculpa- o garoto falou com a língua meio travada. Lógico que ele estava bêbado. - desculpa mesmo- ele repete.

- tá tudo bem- digo e logo saio.

Vou até cozinha onde a encontro no mesmo estado da sala, como um número menor de pessoa, mas ainda sim lotada. Ao chegar a pia tento desfazer o estrago que o garoto bêbado fez. Percebo que assim que o menino me jogou bebida fique tão preocupada em me limpar que não avisei Lucy e acabei perdendo ela, era só o que faltava para melhorar a noite.

Não faz nem dez minutos que estou aqui e minha roupa já está estragada, estou sozinha, perdida e sem ter como voltar. Nem cogito em ir procurá-la no aglomerado de pessoas, sei que não adiantaria de nada, não a encontraria e poderia até mesmo estragar mais minha roupa.

Vou até a porta que vai para a parte de trás da casa, onde parece ser o ambiente mais calmo daqui. Encontro apenas um grupo de amigos que estão na beira da piscina e tem um garoto distante sentado no gramado fumado um cigarro.

Fui andando pelo gramado até uma árvore que ficava no fundo do quintal, aonde sabia que haveria duas cadeiras. Esse era o meu canto favorito de toda essa casa na qual eu não vinha desde o fundamental. Ao me aproximar reparei que uma das cadeiras já estava ocupada, pensei em dar meia volta, porém "que mal faz", e continuei andando em direção da cadeira desocupada, mas logo percebi cometi um grande erro no momento que identifiquei a pessoa que estava sentada nela.

Ethan!

Ele está esparramado na cadeiras, com um copo vermelho em sua mão, sua cabeça está virada para trás e seus olhos estão fechado. Como se ele sentisse minha presença, abriu os olhos e me encarou. Tento dar meia volta e ir para outro canto mas ele me chama.

- volta aqui, princesa! Fica calma eu não mordo. - diz ele, logo após solta uma risadinha. No mesmo instante percebo que ele está bêbado e que não é capaz de me reconhecer.

- Não, obrigada! Não queria atrapalhar. - "só queria enfiar a minha mão na sua cara", penso comigo mesma.

- Uma garota gostosa que nem você nunca atrapalharia. - assim que ele diz isso sinto nojo dele. - como é seu nome, docinho?

- Em...Emilly- minto para ele. - eu me chamou Emilly.

- Nome lindo. Estranho nunca ter escutado falar de você ou te visto por aqui, gatinha. - a ânsia de vômito subia cada vez que ele pronunciava uma frase.

- Eu cheguei hoje de viagem. - é impressionante que ele tá tão bêbado que nem percebe quem sou.

- Adoraria te conhecer melhor, Ella. - nem consegue pronunciar o nome certo meu Deus.

- É Emilly. - o corrijo.

- Ah claro, Emilly. - ele fala com um sorriso nojento na cara. - então Emilly, o que você acha de conhecer o meu quarto? - ele me pergunta na maior cara de pau.

Antes mesmo que eu tenha chance de responder escuto a voz da Lucy

- Ah até que fim que eu te enco... - ela se cala no momento que chega ao meu lado e percebe com quem estou.

- É sua amiga, Emilly? - o idiota pergunta. Lucy me olha sem entender nada.

- Ele tá bêbado e não me reconhece. - falei bem baixinho.

- Ela pode se juntar a nós também. Só se você quiser claro. - ele fala nos devorando com os olhos.

- infelizmente já estamos indo embora. - digo puxando a Lucy pelo braço. Quando chegamos no meio do gramado o escuto grita.

- EU NÃO VOU GANHAR NEM O SEU NÚMERO?

Finjo que não escutei e continuo andando, sem ao menos olhar para trás.

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