capítulo 3

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- A gente já tá indo? Mas ainda nem deu uma hora da manhã. - ela diz com uma voz de criancinha. Apenas dou o meu olhar mortal, ela logo se cala e me segue até o carro.

Chegando no carro, não falei nada, nem quando ela o ligou e começou a se afastar da casa.

- me desculpa, Emma. - ela pede, mas continuo calada. - Você não vai falar comigo mesmo? eu só tava tentando fazer você se divertir.

- me divertir? E como eu iria me divertir sabendo que estava na casa daquele babaca, no lugar lotado de pessoas bêbadas, que não sabem nem o que estão fazendo? - ela não diz nada. - responde-me, Lucy!

- Desculpa ok. Eu só tava tentando, sei lá. - ela faz uma pausa, mas logo depois continua. - pensei que você iria gostar, lembro-me de você falando sobre como era ruim não haver festa pela região e queria dar esse presente de boas-vindas.

- Lucy, entendo que suas intenções era as melhores, mas a casa do Ethan? Sério?

- É, não foi uma das melhores escolhas. - a encaro e ela logo se corrigi. - tá bom, não foi uma escolha nada boa.

- Agora sim. - digo em meio ao riso.

- porém agora que a poeira abaixou posso perguntar o porquê dele está te chamando de Emilly?

- Não queria que ele me reconhecesse. - apenas falo isso.

- humm... - ela não diz nada sobre e logo muda de assunto. - você vai pra minha casa ou para a sua?

- para minha mesmo, acabei de chegar tenho ainda que arrumar as malas e meu pai não gostaria muito que no meu primeiro dia em casa após dois anos eu dormisse fora.

- tá bem. - apenas diz.

O trajeto até minha casa é no puro silêncio, um silêncio confortável. Assim que chegamos na frente de casa, segundos antes de sair do carro ela puxa meu braço e me abraça.

- Eu senti muito sua falta. - ela fala e eu retribuo o abraço.

Fico na frente vendo o carro se afastar e vou me direcionando a porta, estou sem a mínima coragem de subir a escada da minha janela, então entro pela porta da frente mesmo.

Assim que entro vejo que a lâmpada da cozinha ainda está ligada, caminho até ela e paro na porta. Com eu imaginava meu pai ainda está trabalhando, se bem que acabou de dar meia noite, mas ainda assim é tarde para tá fazendo tal coisa. Assim que ele percebe minha presença, levanta o olhar e me dar um sorriso.

- Já chegou! Pensei que iria demorar. - ele diz voltando a olhar para os papéis.

- Eu pensei também, porém o lugar que eu e a Lucy estávamos não tava tão legal e estou bem cansada da viagem queria descansar.

- Entendo, também estou cansado mas preciso terminar de resolver esse caso.

Meu pai é um dos melhores advogado da cidade, seu escritório fica bem no centro e ele sempre tinha um ou dois caso. Sempre achei maravilhoso o amor dele pela sua profissão, mas desde que tudo aconteceu ele não faz outra coisa a não ser trabalhar e isso realmente me preocupa.

Vou até onde ele está e passo os braços ao seu redor

- Sei que você precisa terminar isso, porém tenho plena certeza que pode esperar até amanhecer. O senhor precisa descansar.

- Daqui a pouco irei, eu prometo.

- Tá bom! Boa noite pai, estava com saudade de ter você por perto. - dou um beijo na sua bochecha e começo a me retirar.

- Boa noite, minha filha.

Sai da cozinha e começo a subir as escadas, as fotos que tinha na parede foram retiradas, mas as da sala continuaram. Essa casa é cheia de lembranças boas e ruins, a dor começa a se espalhar por todo o meu peito ao lembrar de tudo.

Assim que entro no meu quarto lágrimas começam a cair, as lembranças ainda me machucam muito e mesmo já se passando dois anos ainda me afeto.

Me arrumo pra dormir e deito toda encolhida na cama, as lágrimas continuam a rolar pelo meu rosto. Eu sabia que iria doer voltar para casa, só não sabia que a dor seria tanta. O choro silencioso continua até eu começar a fechar meus olhos por causa do cansaço.

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