eu e a nossa relação complicada

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Sabe aquele momento que você tá tão, mas tão na merda, já com a bosta nos joelhos, que pensa: “não, pior não fica”? Não adianta responder mentalmente que não, porque eu sei que todo mundo passa por isso no mínimo duas vezes na vida, então, se você ainda não esteve nessa situação, vai estar. Gente, o problema é que fica pior, sim. Não importa o quão na pior você esteja, sempre vai ser aquela força do universo que vai olhar, rir de você e te dar um belo de um cuecão. E o pior é que você nem percebe até ter a roupa íntima atolada entre as nádegas.

Logo na primeira semana morando novamente com o meu ex, a minha vontade era de me jogar de um pé de alface. Jungkook só sabia reclamar e tudo era motivo para começarmos a discutir, fosse na hora de dividir as tarefas da casa ou até mesmo de dormir.

— Isso não teria acontecido se você não tivesse sido um puta egoísta e mentido para a sua mãe – ele disse uma vez enquanto varria o chão. Eu já estava de saco cheio, com a cabeça prestes a explodir, e ele não calava a boca. Sorte minha que a mamis tinha saído para ir ao mercado, e sorte maior ainda que o meu Jungkook de estimação se comportava na presença dela.

– Cara, só fica quieto. – Massageei as têmporas. Por algum motivo, minha enxaqueca tinha decidido atacar logo naquela temporada. Não podia esperar as férias acabarem, não, amiga? – Tudo isso por ter que ajudar na limpeza?

– Acha exagero? – Parou e colocou a mão na cintura, deixando a vassoura bem retinha ao seu lado. – Esqueceu que eu odeio esses trens grandes, é?

Eu estava sentado no balcão da cozinha diante da minha caixa de remédios. Tinha tomado um comprimido mais cedo, logo quando estava amanhecendo, e não tinha certeza se já era seguro tomar outro por não me recordar do horário certo.

– Primeiro, eu não fiquei o ano inteiro contigo em mente pensando no que você gostava ou não antes do nosso relacionamento acabar. Segundo, isso de você não gostar de segurar trem grande é tudo da boca pra fora, porque o tanto que você dizia de dia, fazia o contrário de noite.

Ele fez uma careta.

– O quê? – perguntei como se não tivesse dito nada de mais. – Eu me lembro.

– Não tente manipular minhas palavras, seu traiçoeiro! – rosnou, voltando a fazer sua tarefa. – Eu faço tudo, te ajudo com tudo de bom grado…

– Olha lá a mentira, olha!

– ...e só o que eu te peço é que me mantenha longe dessas porcarias de limpar chão. Esfregar banheiro? Faço, faço sim. Lavar a louça? Também. Trocar os lençóis da sua cama? Mesmo que não fosse justo, eu fiz, e pra quê? Aliás, não tiro mais o lençol da tua cama, até porque você me botou pra dormir no sofá.

– Tá achando ruim? Quer dividir a cama comigo? – Não foi uma proposta, muito menos um convite.

– Cê tá louco? Não mesmo!

Às vezes o indivíduo está fora de si. O ruim do Jungkook é que ele não sabe discutir, não sabe ouvir o outro para poder rebater, ele simplesmente fica batendo boca sozinho. Chega a ser engraçado em alguns momentos. Me divirto quando não estou putasso e com vontade de cometer um crime de falta de paciência.

Se vocês acham que aquele demônio só decidia me irritar quando estávamos a sós, camarada, ledo engano. A cara de pau do garoto chegava a impressionar, porque ele não dava na lata, mas dava sinais pequenos, sacou?

Por exemplo:

– O que você faria sem mim, hein, chuchu? – ele disse um dia enquanto a gente almoçava, em resposta à minha mãe. A dona Somi tinha elogiado a batata de forno dele, e eu, como o bom namorado que era, concordei. Eu sei, erro meu.

eu, meu ex e minha mãe × jk+jmOnde histórias criam vida. Descubra agora