oi
desculpa por fazer vocês esperarem tanto. eu não estava em um bom momento no ano passado, e só recentemente consegui escrever alguma coisa (qualquer coisa). mesmo acreditando que nem todo mundo que leu o capítulo passado estará aqui, obrigada pela espera. recebi algumas mensagens bem bacanas de apoio nesse tempo livre.espero que gostem do capítulo. pela primeira vez em um bom tempo, eu tô muito satisfeita com o resultado. espero que vocês também fiquem.***
Eu queria abrir um buraco no chão e afundar – afundar, mas afundar para valer, de ninguém nunca mais sequer ouvir falar. Sumir. De-sa-pa-re-cer.Tudo começou na noite anterior. Eu estava sentado na bancada da cozinha, jantando e olhando televisão, entretido. Se o prédio desabasse, eu sequer veria. Era assim sempre que saía temporada nova da minha série favorita. Minha mãe estava no quarto, acho, pois a sala estava quieta demais. Faria sentido. Mais cedo, a ouvi resmungar sobre como tinha teias de aranha sob sua cama, seguido de um "se eu deixo nas suas mãos, elas me levam embora, que nem aquelas lá daquele filme do Harry Potter". Provavelmente estava dando um jeito naquilo.
Nos últimos dias, as coisas não mudaram praticamente nada, tirando o clima do apartamento. Não parecia mais que tinha uma matraca vagando pelos cômodos – ou um zumbi, dependendo do dia – e, surpreendentemente, a pessoa digna das duas comparações ainda estava lá. Com clima, vale ressaltar, me refiro à atmosfera agora leve, suave e reconfortante de casa. Eu tinha me esquecido do que era respirar um ar tão puro.
A pedido de mamãe, começamos a fazer mais coisas juntos, como sentar no pátio do condomínio para tomar cerveja (que é só um exemplo, pois eu não a deixaria encher a cara na minha frente nem morto, então foi tereré mesmo), jogar baralho e ver filmes. Sim, filmes. Juntos. Como uma família feliz e unida. O que ocasionou em ela me chamando de dementador por muito tempo após O Prisioneiro de Azkaban, até imitando o meu jeito de "vagar" – palavras dela, não minhas – por aí.
Enquanto isso, o não-matraca agora parecia não saber falar, sempre quieto, fazendo comentários breves e lançando olhares enigmáticos quando achava que eu não estava prestando atenção. Parecia o mesmo de quando estava bravo comigo, mas eu sabia que não era isso. Sei que ele se irrita do nada, às vezes, mas não era o caso. Era como se Jungkook estivesse constantemente pensando em algo e não achasse importante o bastante para compartilhar – ou importante demais.
Não me prendi a isso, nem tentei decifrá-lo. Ele me respondia se eu chamava, e mesmo que não se esforçasse para desenvolver a conversa, era o bastante. Além de que, bem, era um Jungkook não sendo tagarela. Eu não reclamaria. Apenas me adaptei ao seu comportamento.
E foi por isso que, quando ouvi o ranger da porta do meu quarto, seguido por uma figura toda de moletom cinza, que murmurava algo, me surpreendi. Rapaz, aquela voz tão rara me tirou o foco da minha série, tamanha a minha confusão. De primeira, não entendi se era algo coerente ou algum ritual antigo. Talvez ele tivesse voltado a si e aquele era o momento em que surtava e me amaldiçoava. Quando ele se aproximou, porém, pude ouvir direito.
– Que tédio, que tédio, que tédio...
Era isso. De novo e de novo. E de novo.
Não dei moral. Mantive o olhar nele por mais um instante, apenas voltando ao seriado quando ouvi o barulho de uma sirene, seguido de um motor de carro. Misericórdia.
Acabei mergulhando mais fundo. Estava na beira do mar, saí um pouco para tomar um solzinho na areia e voltei com tudo, correndo e pulando de cabeça. Provavelmente não sairia mais daquele transe até chegar no final do último episódio.
Passei algum tempo naquele estado, vidrado naquela cena, vez ou outra analisando a posição dos ferimentos e estipulando possíveis curativos. Coisa de gente que mexe com enfermagem.
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eu, meu ex e minha mãe × jk+jm
FanficA gente tinha terminado. Eu aceitava isso, ele aceitava isso, todos aceitavam isso. Só havia uma pessoa que não parecia disposta a perder o genro de ouro tão cedo, e foi essa mesma pessoa que me fez cometer a maior loucura da minha vida: chamar o me...