A teoria dos problemas

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Sexta-feira. Apenas mais um dia, sem nada incomum.

A semana seguiu com seu ritmo monótono no trabalho, apesar de muito trabalho. Em casa tentava fazer com que Elisa mudasse de ideia, não sei se ela já estava pensando diferente, mas estávamos nos divertindo muito. Eram noites de conversas animadas sobre a minha vida, ela se surpreendeu com meus namoros passageiros, mas disse que isso era por que eu não havia encontrado meu par perfeito, por falar nisso, o e-mail estranho do tal de match perfeito não havia sido único, além do primeiro tinha mais dois.

Mandei um e-mail ao remetente perguntando quem era, e obviamente não obtive resposta, e continuavam sendo mandadas frases sem muito sentido pra mim, com certeza quem quer que fosse não me conhecia muito bem. Então apenas ignorei.

Termino de secar o cabelo e coloco o meu casaco.

— Tem certeza que não quer vir junto? — Pergunto à Elisa pela décima vez. As noites que passamos juntos são ótimas, mas ainda tenho que fazer aquela matéria, então resolvi voltar ao To Love.

— Não, eu estou com um pouco de dor.

— Quer que eu fique com você? — Questiono apreensiva.

— Não! Vá fazer o seu trabalho, eu vou ficar bem. — Elisa responde rindo.

Saio insistindo para ela me ligar se acontecer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.

Na hora que saio do elevador dou de cara com o porteiro que, segundo a Sophie, parece o Alfred do Superman. Ou algo assim.

Ele carrega um enorme buque de flores vermelhas.

— Ah, senhorita Young, estava indo até seu apartamento, são para você. — Fala me entregando.

Fico confusa, mas pego as flores, mantendo uma distância entre elas e meu nariz.

— Quem mandou?

— Não sei senhorita, um entregador que trouxe e não disse nada além de que era para você.

Aceno para ele e sigo meu caminho.

Já dentro de um táxi, vasculho, com cuidado, na busca de um cartão. Um pequeno pedaço de papel está enfiado entre as rosas, nele só está escrito a clássica frase, seu match perfeito.

Com certeza, essa pessoa não me conhecia mesmo.

Largo o buque o mais longe possível de mim no banco.

O restaurante está um pouco vazio, e por sorte, minha mesa também. Vou até ela e me sento na cadeira, largando o buque em cima da mesa, nem sei por que trouxe ele.

Fico observando o lugar em busca de algo interessante. Vejo uma garçonete fazer menção de vir me atender, mas logo em seguida Taylor sai de dentro do que creio ser a cozinha e diz algo pra ela, a garota balança a cabeça positivamente e entra pela mesma porta que ele saiu e ele vem em minha direção.

— Boa noite, senhorita Young, que prazer revê-la — fala parando ao lado da mesa. Ele desvia o olhar para as flores. — Vai me dizer que conseguiu êxito em sua matéria e veio até aqui para me agradecer pela ajuda? Não precisava.

Rio com seu jeito convencido.

— Mais uma vez, suas teorias estão erradas.

Ele faz uma expressão de decepção.

— É uma pena, vermelhas são minhas favoritas — coloca a mão no peito tragicamente. — Mas então, vai me contar qual a razão das flores?

— É meio estranho e o mais estranho ainda, é que tenho alergia a flores.

Match Perfeito - (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora