— Oi, filho. — a mulher falou assim que o menino entrou.
— Oi. — respondeu.
Ele parecia nervoso, tenso e estava muito inquieto.
— Como foi a viagem?
— Boa.
— Que bom. — sorri. — O que tanto quer me dizer?
— Podemos nos sentar?
— Claro.
Eles caminham até a sala.
— Estou aflita. Parece algo sério.
— Eu quero que você me escute... Com atenção.
— Você está me assustando...
— Pra mim é muito difícil estar aqui... Eu nem posso acreditar como é difícil conversar com você... Deveria ser fácil, deveria ser tão... Natural.
— O que está acontecendo? — pergunta assustada.
— Por que você nunca se importou comigo?
— O que?
— Você parece estar tão assustada..
— É claro que estou! É claro que estou assustada, Mingus. De onde tirou essa ideia maluca? Você é meu filho, claro que me importo... Claro que me importo com você.
— Não parece... Nunca pareceu.
— Por que está dizendo isso? O que aconteceu? Converse comigo.
— É isso o que eu venho tentado fazer à anos! Conversar com você. Mas, você só escuta o que quer.
— Mingus, eu... Sinto muito se passei isso pra você. — diz de cabeça baixa.
— Não! Olhe pra mim! — diz em um tom alto. — Olhe pra mim e vamos conversar, eu não aguento mais esconder o que sinto.
A mulher olha para o filho.
— Todos esses anos... Todos esses anos eu pensei que o problema fosse eu. Eu me culpei por não ser um filho perfeito, eu me culpei por nunca ter dado motivos para que vocês se orgulhassem de mim... Me culpei por tantas, tantas coisas! Você não seria capaz de imaginar o tanto que me culpei e me odiei.
Ele respira fundo.
— Eu achava que o erro tinha sido meu. Eu me culpava... Me odiava. Eu pensei tantas e tantas vezes na minha infância, calculando, procurando o meu erro. E sabe de uma coisa? O erro não foi meu...
— O que você quer dizer? Que eu errei? Ok, eu tive meus erros. O seu pai também... Mas isso não significa que a gente não te ama.
— Você nunca estava presente. Você nunca estava ali...
— Eu sinto muito por isso.
— Você sente? Você realmente sente?
— Sim!
— Você nunca fez questão de estar presente em nada. Você nunca fez questão de estar por perto.
— Eu fazia questão sim! — diz alto.
— FAZIA? — grita irônico. — VOCÊ NÃO IA NEM NAS APRESENTAÇÕES DO COLÉGIO! — suspira. — Ok, isso talvez não seja importante pra você, mas pra mim era! Pra mim era muito importante.
— Mingus... Foi você quem me pediu para não ir.
— O que? — pergunta sem entender nada.
— Com cinco anos, você nos pediu pra não ir nas apresentações... Você disse que passava vergonha com todos os seus amiguinhos dizendo como gostavam de nós.
— E você me ouviu? E o Norman também me ouviu? Sério? — estava rindo de desespero.
— O que você queria que a gente fize...
— VOCÊ NÃO PODIA TER ESCUTADO UMA CRIANÇA! — grita. — EU SÓ TINHA CINCO ANOS, VOCÊ NÃO TINHA QUE TER ME ESCUTADO!
— EU NÃO SABIA O QUE FAZER! — gritou.
— VOCÊ SÓ TINHA QUE FICAR DO MEU LADO! EU PRECISAVA DE VOCÊ. EU PRECISAVA DE VOCÊ, MÃE.
— V-você... Me chamou de mãe?
— Eu só... Eu só precisava de você. — falou deixando lágrimas caírem.
— Me desculpe... Eu... Eu pensei que era isso o que você quisesse.
— Eu passei a minha vida inteira me odiando, perguntando o que eu tinha feito de errado porque você escutou uma criança de cinco anos?
— Mingus...
— Você perdeu a formatura do seu filho porque quando ele tinha cinco anos ele disse que tinha vergonha de você? Isso faz sentido na sua cabeça, Helena? Sério mesmo?
— Fazia... Tantas vezes seu pai quis ir nas apresentações e eu falei pra ele não ir porq...
— VOCÊ FALOU PRA ELE NÃO IR? VOCÊ PRIVOU O MEU PAI DISSO? — a interrompe.
— Eu achei que era o que você queria.
— Eu não sei... Eu realmente não sei como consertar isso.
— Eu sinto muito.
— Eu sinto muito também. Mas agora é tarde demais... Eu não posso voltar atrás.
— O que você quer dizer com isso?
— Tchau, Helena. — o garoto beija a testa da mulher e a deixa chorando na casa.
**
[mingus: eu cheguei... eu, eu falei com a helena]
[katelyn: como foi?]
[mingus: katelyn eu preciso de você.]
[mingus: eu preciso de você.]
[katelyn: estou no set. vem pra cá!]
——————
olha não sei vocês mas eu precisei parar de escrever esse capítulo por não aguentar mais chorar
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Bad Reputation || Mingus Reedus [TERMINADA]
Fiksi Penggemarcontinuação de lights on - chandler riggs. _______________ Leia também minhas outras obras: photograph / when the party's over mais histórias disponíveis no meu perfil. me encontre nas redes sociais: twitter.com/jsskatelyn instagram.com/jsskatelyn