Respire.

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Vai, vai, vai! Você tem que correr!

      Dois lances de escadas, descendo tão rápido quanto eu podia correr, eu precisava chegar ao andar subterrâneo, precisava chegar naquele maldito estacionamento!

      Chutei a porta, entrando no andar claro pela luz florescente. Olhei em volta, estava em silêncio, o barulho da porta abrindo me fez olhar para traz. Ele saiu, mas logo começou a correr.

– Espere! – gritou. – Você, espere! – dessa vez sua voz soou mais necessitada.

      Deslizei pelo capô de um carro preto, atingindo o chão com força fazendo meus pés formigarem. Eu corria o mais rápido que eu podia, meus pulmões pedindo uma pausa para recuperar o ar. Corra, não pare. Corra!

       Era tudo que eu podia dizer para mim mesma.

 

– Vá embora! – gritei com toda força sem olhar para trás.  Minhas mãos foram para o alto da cabeça segurando o boné para não cair. – Vá embora!

       Atravessei mais dois carros, pulando o corrimão encontrando-o bem a minha frente. O chão desapareceu. Ele me encarou, tentei fugir dando a volta no carro atrás de mim, mas ele pôde segurar minha mão.

– Você tem que me deixar ir. – eu disse. – Por favor. – eu não queria olha-lo nos olhos. Eu não podia olhar naqueles olhos.

– Você está viva. – era  como se aquela frase estivesse presa na sua garganta . – Você...

– Você tem que me deixar ir. – disse mais uma vez tentando se soltar de sua mão. – Me deixe ir.

– Não! – gritou. – Eu não vou te deixar ir! – ele prendeu-me contra o pilar, seu olhar duro me encarando necessitando de todas as respostas do mundo.  – Eu vi você morrer, vi seu coração parar! Caitlin! – como eu precisava ouvir meu nome sair da sua boca, mas eu não sabia disso até escutar naquele estacionamento depois de meses.

– Justin, me escuta. – segurei seu rosto e,  mesmo se eu quisesse, não consegui conter o quanto aquilo foi bom, em como meu corpo respondia tão bem ao tocar sua pele. – Eu não posso ficar aqui, não podem me ver. Vão nos matar.

– Matar? - riu pelo nariz. Estava claro a frustração que aquele momento o proporcionava.  –Te mataram! Pelo amor de Deus que porra está acontecendo? – meu coração se apertou como migalhas sendo esmagadas. Ele deu um passo para traz levando as mãos na cabeça. – Caitlin, meu Deus do céu você está aqui! Eu fui ao seu enterro. Durante meses eu pensei que aquela foi a última vez que te vi.

Eu tive um enterro? 

– Justin! – gritaram, mas eu não consegui olhar para traz. O ar quente me impossibilitando de respirar. – Precisamos sair daqui. Agora! O que foi? Está ferido? – a mão de Chaz vasculhou seu abdômen até que ele parou de falar. Ele tinha me visto. – Caitlin?

Injeção Letal - 2 temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora