Desconhecido.

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corpo era capaz de trabalhar sobre tanta pressão? 

Talvez, mas o meu não. Nos últimos três dias pude sentir toda a emoção de seis meses, as dores e angústias de quase dois anos, mentiras de uma vida toda.

Encarando o teto pensei nos prós e contras da minha vida, os amigos perdidos, o  homem que eu amo, enxergar que Christian não era o santo que eu sempre pensei que fosse e, a medida que cada pergunta era respondida, mais eu me convencia que aquilo estava longe de acabar. 

Samuel Montes conhecia o verdadeiro Christian, Wes conhecia e provavelmente Hanna também e isso fazia com que eu me sentisse mais traída, não pelo fato de saber de amizades secretas entre o cara que me matou e meus melhores amigos, mas pelo fato de que tudo era uma mentira, ele era uma mentira. 

As minhas respostas não estavam aqui, disso eu tinha certeza agora. Tiago escondeu durante meses que estava sendo pago para me "proteger" a troco de um favor ao meu irmão morto, do qual eu já não sabia mais como havia morrido, o México não era mais o meu refúgio. Eu precisava voltar para Os Estados Unidos. 

        Jéssica entrou no quarto, sem dizer nada sentou-se na cama de Tiago levando as mãos até o cadarço do tênis. Aquele não era o momento desculpas e reconciliaçoes, após meses preocupada, ela simplesmente aparece e por pouco não tirou a vida de Ryan. Eu não estava pronta para ela ainda.

Por mais que eu tenha amadurecido nos últimos meses, ainda havia um pouco da Caitlin maluca que age por impulso, e era essa que eu queria evitar no momento. 



– Tem certeza que quer ir? – sua mão pegou a bolsa das minhas, aliviando o peso. – Você não pode pensar mais um pouco? 


– Não. – peguei a outra bolsa, menor, colocando dentro a identidade falsa com o nome de Cristina Fernández. – Aqui não tem mais nada pra mim, as respostas estão do outro lado da fronteira. 


– Elas ainda vão continuar lá em uma semana, um mês. – aquilo pareceu uma pergunta disfarçada. 

  

– Justin, não. – virei o rosto, ele estava olhando Jéssica na cama e depois me encarou. – Aqui não é mais seguro do que no Texas ou em Chicago. Sabem que eu estou viva. – ele piscou, fazendo um minimo sim com a cabeça. – Além do mais, Ryan pode morrer, a cada hora ele piora mais graças a... 

      Ela suspirou, me fazendo se calar. Por alguns segundos ele me puniu com o olhar por eu estar julgando-a daquela maneira. 


– Não vou discutir. – ele disse, levantou a mala com as poucas roupas de Cristina Fernández deixando-a cair no ombro. – Chaz conseguiu um avião temos que ir. 

   

  Ele murmurou, saindo na minha frente sem ao menos dizer tchau. Ele estava bravo. Mas pelo que? Por Jéssica? O amigo dele quase morreu e sou que ele julga? 

    Bufei segurando o restante das coisas que eu levaria, coloquei a jaqueta preta e ajeitei a calça com a mão livre. Comecei a caminhar em direção a porta e Jéssica ficou de pé impedindo-me de continuar.

 – Você não estava lá. – ela disse se pondo ainda mais no caminho. – Sem você, sem o Bieber tomando conta daquele lugar, sem Chaz Somers fazendo seu papel de diretor, aquele lugar se tornou o inferno. Aqueles guardas... – ela fechou os olhos, como se tivesse tentando esquecer lembranças ruins. – Sei que você acha que sempre temos escolhas, mas eu não tive Caitlin. Não espero seu perdão, nem de Ryan. Só não me julgue tanto pelas minhas ações porque eu não julguei você quando chegou na prisão. 

Injeção Letal - 2 temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora