Injeção Letal - 2 temporada.

Quem segue seus passos.

       Hoje eu fiz café. Não que isso seja importante, mas fazer café nessa manhã foi diferente. Olhei os quadros, as roupas no cabide e, sinceramente, eu nao me sinto confortável, era como se eu tomasse algo de alguém. Dela. Como você já esta familiarizado, hoje eu respirei aliviada pela primeira vez em muito tempo, mesmo que eu esteja me escondendo, estou com o amor da minha vida. Mas ele, eu ainda era o amor da vida dele? Embora ele tenha dito que me amava nas horas fazendo amor ontem a noite, eu sentia que algo ocupava metade da alma dele, uma coisa ruim e que pesava dentro de si.

Eu reconhecia essa sensação.

       Deixei o lápis em cima da folha amarelada, segurei o celular e chequei se havia alguma mensagem, nenhuma. Eu queria poder dizer "seu desgraçado eu irei te matar. " para Lucas Richard. Queria ir até o centro da cidade e olhar nos olhos da mãe de Wes e dizer "seu marido matou seu filho, não eu. " Mas era como acelerar a própria morte.

    O celular apitou e instantâneamente abri a mensagem.

  Estou bem, Jéssica e Tiago ficaram na casa de Chaz. Não se preocupe, mas se proteja estamos em terreno perigoso. Beijos, Ryan.

– Que cheiro bom. – olhei para cima, bloqueando o celular e o colocando em cima do caderno. – Desde quando você faz café?

– Desde de hoje. – sorri. – Você estava cansado. – sua cabeça tombou de um lado para o outro estralando para aliviar a tensão.

– Depois da noite passada. – senti meu rosto ficar quente, com certeza estava vermelha. Ele se aproximou e abaixou na altura do meu ouvido. – Você estava mesmo com saudades.

– Hum, então. – passei a mão na nuca, eu estava com vergonha? Bom, ontem a noite foi intenso. – Acho que não é o momento.

– Não? – a xícara branca tapava sua boca conforme ele segurava. Sem camisa e uma calça de moletom, Justin Bieber poderia me fazer desmaiar. – Diga-me senhorita Blake, o que devemos falar em uma manhã de quarta-feira enquanto você escreve em um caderninho e eu a observo?

– Que você está tirando meu foco. – ele sorriu e revirou os olhos, tentou puxar o caderno para ler, mas eu o fechei e ele não gostou nada. – No México Ryan me contou que Wes não é filho de Amélia Montês e sim Celine Fisher. Quero encontra-la.

– Porque?

– Por que ela sabe de alguma coisa. Eu sei disso. – fiquei de pé, meus pés estavam doloridos. Justin me fitava esperando por respostas. – Mas antes eu preciso de um coisa. Você ainda trabalha na delegacia? – minha voz falhou, aquele era um dos assuntos complicados de uma grande lista. Ele só fez um sim com a cabeça. – Quando Christian morreu tivemos que abrir uma investigação para apurar se era mesmo um afogamento. Acho que era um tipo de protocolo ou sei lá. Eu preciso que você pegue esses documentos e tudo que você encontrar em relação a ele. Se Tiago disse a verdade, o que meu irmão era o matou, e talvez isso tenha alguma ligação com o que aconteceu comigo.

Pensar na ideia de Christian sendo um traficante ainda me fazia querer chorar. Agora eu entendia a sua fascinação por Noelle Page, ela conseguia ser o que quisesse. Igual a ele.

– Vou tentar. – ele disse por fim. Ainda parecendo querer extrair mais coisas de mim. – Mas não posso prometer, ainda estou em observação por lá, se me verem mexendo em alguma coisa ligada a você será como acionar um alarme para Samuel Montês.

– Que ele me ache então. – dei de ombros e vi que ele me olhou com censura. - Me empresta seu carro?

– pra que?