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Dayana

Aproveito um momento de silêncio para abrir a porta do meu quarto, checo os meus arredores para ver se o Tyler não está a espreita e vou o mais rápido possível até a cozinha, sinto como se estivesse brincando de esconde-esconde, mas dessa vez minha única opção é me manter fora do radar. Não quero e não consigo falar com ele, só de lembrar da forma como chegou em casa ontem, sinto meu corpo ardendo de ódio. Enquanto eu fiquei aqui cogitando todo o tipo de possibilidades que nos fizessem ficar juntos, ele estava por aí fodendo com a primeira piranha que apareceu na sua frente,  mas não é só ódio por ele que estou sentindo, também estou brigada comigo mesma, não consigo acreditar que ainda sou ingênua quando o assunto é o Tyler.

Eu já deveria saber melhor, conheço ele desde o início da minha adolescência, e apesar de lindo e simpático, o Ty nunca teve uma boa reputação. Me apaixonei por ele porque não tive como evitar, aquele maldito sorriso derrubou todas as minhas defesas. Demorou muitos anos até que ele parasse de me ver como a pirralha que era melhor amiga da irmã dele, e quando finalmente aconteceu eu não conseguia acreditar, finalmente estava com o cara dos meus sonhos. Não me arrependo nem um pouco de ter perdido minha virgindade com ele, mas gostaria de apagar tudo que veio depois. O Ty não me levava a sério, um dia estava transando comigo e no outro já me esquecia totalmente e ia foder com quem quer que aparecesse, e eu como uma idiota apaixonada, só chorava e esperava até ele voltar para mim. Só que um dia eu cansei de esperar, percebi que ele não era bom para mim e que eu merecia mais.

Foi então que conheci o Fred, que me tratou bem diferente do Tyler, ele só tinha olhos para mim e fazia tudo exatamente do jeito que o garoto que eu amava deveria fazer.

O Tyler começou a bater na minha porta de manhã cedo mas eu não respondi. Preciso de espaço para reerguer as barreiras ao redor do meu coração de novo. Me recuso a ser o meu velho eu, idiota, ingênua e apaixonada, que o Tyler costumava enganar. Ele pisar na bola não é novidade, a única diferença é que dessa vez eu cheguei a acreditar que ele me amava, e que o babaca tinha mudado. Isso só prova que por mais coisas que eu saiba, ainda sou a mesma garota que parece não ter cérebro perto do garoto que faz o coração dela pular no peito.

Saio do quarto sem fazer barulho e pego algumas coisas para comer, pretendo passar o dia trancada no quarto e usando o computador. O Fred me ligou algum tempo atrás, não atendi a ligação e enviei uma mensagem dizendo que estava com dor de cabeça e que nos falávamos mais tarde. Não consigo falar com ele agora e ouvir todas as suas palavras carinhosas quando me sinto suja e arrependida.

Já voltei para o meu quarto há algum tempo e estou terminando de comer, quando ouço batidas na minha porta.

- Dy, sou eu, de novo. Precisamos conversar, você não pode me ignorar para sempre. Abre a porta, por favor. - o Tyler fala quase em súplica.

Respiro fundo antes de responder.

- Não aposte nisso, poderia ficar aqui dentro para sempre, tenho tudo que eu preciso. - digo com ironia - Vai embora, Tyler. Não tenho nada para falar com você. - completo.

- Dayana, eu sinto muito por ontem. Não deveria ter feito aquilo. - fala.

Tarde demais. Deveria ter pensado nisso antes de sair enfiando seu pau no primeiro orifício disponível.

- Não importa, o que você faz ou deixa de fazer não me diz respeito, só se mantém longe de mim que nós não teremos problema.

- Para com isso, você está mentindo, sei que está chateada comigo.

- Eu não estou chateada, estou puta! - grito - Você não mudou nada, e eu tô cansada de sempre ser a sua maior vítima, me deixa em paz Tyler!

- Dy... eu...

Is it love? Game over(Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora