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Deixando Haechan para trás, mexendo no telefone, dei um passo para frente e já me arrependi.

Estava tremendo, com o coração batendo rápido. Nervoso demais.

— Vamos começar a tirar as fotos?

Apenas concordei com a cabeça.

Jeno veio ao meu lado, ajeitou a lente, ajustou as configurações da câmera de maneira cuidadosa, posicionou os braços e tirou uma fotografia.

— Aqui — ele disse, chegando com a câmera para perto de mim

A foto estava linda.

— Você é muito bom nisso

— Obrigado — ele sorriu e continuou tirando fotos das plantas que haviam ao redor. Ás vezes parava por um tempo, me olhava e fingia que nada havia acontecido.

— Aliás, tire daquela ali — sugeri, apontando para o outro lado.

— Ah, essa daqui vai ficar ótima

— Mas como o Haechan vai saber o nome das espécies para montar as legendas? — perguntei

— A gente não pode fazer nada, não sabemos, de qualquer maneira.

— É, deixa essa parte com ele — comecei a rir, e arranquei alguns risos dele também — depois ele se vira, foi opção dele ter ficado lá em baixo.

— Não é tão difícil — ele respondeu tirando outra foto — ele pode fazer uma pesquisa por imagem.

Ainda não havíamos chegado ao topo. Por isso, continuamos a subir.

Ele estava calmo, mas parecia esperar por alguma coisa também. Não que eu esperasse que algo fosse acontecer, mas não excluía essa possibilidade (mesmo não querendo que ocorresse nada demais, estava ansioso).

🌿

Meu Deus. Que lugar alto. Comecei a sentir minhas pernas tremerem.

— Não posso parar por aqui?

— Não, Jaemin. Você precisa vir comigo para ver as fotos e saber o que deve editar.

Droga.

— Eu tenho medo — disse abaixando a cabeça — muito medo.

Jeno foi chegando cada vez mais perto de mim.

— Tudo bem. Me dê sua mão.

— Eu não quero te atrapalhar... — tentei responder, mas acabei gaguejando um pouco.

— Você não vai me atrapalhar — ele disse, juntando suas mãos às minhas.

Sorri. Ele sorriu para mim e demos mais alguns passos curtos.

— Está vendo? Não é tão alto.

Na verdade era muito alto.

— É alto sim.

— Quanto mais você dizer para si mesmo que é alto, mais a situação se agrava. Já ouviu falar que uma mentira contada mil vezes torna-se verdade?

— Então... é baixo.

— Sim, é baixo. E você não precisa se preocupar com a altura desse lugar. Você está comigo. Nada de ruim vai acontecer. Vamos tirar as fotos, daqui a pouco terminamos, tudo bem?

Respirei fundo. Tentei não olhar para baixo, mas era inevitável. Ele percebeu.

— Jaemin.

— O que foi?

— Olhe para mim, não para lá. Concentre-se em mim.

Esse era meu maior problema.

Desviei o olhar, acabei encarando o chão, sem dizer nada.

— Jaemin? — ele  veio ao meu lado e colocou uma de suas mãos em minhas costas — vamos, devagar. Se quiser, pode continuar olhando para o chão, mas você precisa vir.

Apenas fiz o que ele pediu. Andamos um pouco e ele parou.

— Esse é um dos pontos mais bonitos da cidade — ele me trazia para mais perto — você não vai querer perder esta oportunidade, certo? Mesmo que seja alto, você está comigo. Está tudo bem, vai ficar tudo bem.

A voz dele me acalmava.

— Agora, levante a cabeça.

Acrofobia • Nomin Onde histórias criam vida. Descubra agora