Histórias de Mirella (Completo)

PARTE 2/I - VOLTA ÀS AULAS

Sem dúvidas minhas férias foram quase um fracasso, quer dizer parte dela, passei dentro de casa. O bom e que pude colocar minhas leituras em dia. Li vários livros, e reli alguns. O ruim não mais tinha nem revista em quadrinhos para ler. E o babaca do irmão ainda quebrou o meu tablet.

As férias acabaram, fevereiro chegou. Eram 05:30 da manhã, o despertador toca. Ô barulho irritante, tenho vontade de atirar essa porcaria pela janela. Hora de voltar para a escola, essa era a realidade.

Tomo um banho, visto o uniforme, escovo os dentes e desço para tomar café.

— A nerd esmilinguida já acordou. – O chato do meu irmão começa.

— Cala a boca, pai dos babacas. — Bato com força na sua cabeça.

—  A Milla me bateu, mãe. Vai ter troco retardada.

Mostrei a língua para ele, infantil eu sei, mas o babaca do meu irmão me tirava do sério.

— Vocês dois, parem com isso. Olha o tamanho de vocês. — Minha mãe reclama

— Bom dia turma, Eliete você pode levar o Marco e o Rodolfo, hoje à tarde para a escola?

Tia Susete surge, e nem bate mais a porta ao entrar de tão em casa que ela se sente.

— Claro Susete.

— Obrigado Eliete.

Sério uma é minha mãe outra e minha tia. Mas vovó poderia ter sido mais criativa e colocado um nome menos parecido nas filhas. As vezes parece até uma dupla sertaneja.

— Vou para escola tchau para todos. — Pego minha mochila, e uma maçã.

chego no colégio e encontro meus amigos, Renan e Paula. Nos apressamos para conferir a lista de alunos de cada sala.

Sorte: eu era da mesma sala dos meu amigos.

Azar: eu também era da mesma sala da Michelle.

— Ai... Não acredito que vou estudar com o membro júnior da família buscapé.  — Ela me olha de cima abaixo com um sorriso debochado.

Já citei que Michelle fazia bulliyng comigo... Citei. Mas era com todos, ela tinha prazer de maltratar e espezinhar os outros.  Ela se achava a rainha da escola.

— Deve ser uma merda ter a sua vida, Milla Buscapé. — Sai gargalhando sozinha pelo corredor.

— A única merda, deve ser você. — Cochicho entre os dentes.

Meus amigos me seguraram para evitar um escândalo. Eu quase voei em cima dela. Mas foi bom não ia sujar minha mãos naquilo.

O sinal bateu, e no caminho da aula encontro ele... O gato da van vermelha, aquele dos olhos azuis meu novo vizinho, Guto.

Mas não era apenas eu que estava de olho no gato. Adivinhem quem resolveu entrar no meio do jogo. A nojenta, a ridícula da Michelle.

— Oi gato, novo por aqui.

Chegou toda melosa enrolando uma mechas de cabelo entre os dedos.

— Sim, sou novo.

— Qual sua graça.

— Guto.

— Não tem medo de pegar má sorte, recebendo tantos olhares da Milla Buscapé. – Ela diz em voz alta e alguns no corredor riem.

— E comigo querida, Barbie depois do furacão.

Eu revidei, não levo desaforo calada.

— O quê? Você não tem moral para falar assim comigo.