II - MEU FINAL FELIZ

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Eu e o Guto resolvemos ter um pouco de privacidade. Depois das aulas fomos para a praça namorar. Teria dado tudo certo se o cretino, babaca, mané do meu irmão não abrisse aquele bocão.

Resultado: namoro agora só com o Diogo a tira colo.

No cinema eu, Guto e também Diogo. Na cena romântica fomos no beijar e a bochecha do meu irmão estava na frente.

Na sorveteria, pedi sorvete napolitano, o Guto de maracujá e meu irmão de flocos. Lá estava a vela de um metro e setenta, tomando sorvete.

Foi assim na praça, na escola e em todo lugar. Eu tinha que tomar providencias... Ou meu namoro ia dançar tango em Paris.

- Se eu te ajudar a conquistar a Maggie, você me deixa em paz com o Guto?

Fui direta, estava desesperada.

- Certo, se você me ajudar eu te ajudo. Uma mão lava a outra.

- Sim uma mão, esfrega lava e ainda perfuma a outra.

Sorri de forma malandra.

Era quarta feira dia das aulas de Violino da Maggie.

- Vai lá e esbarra nela. Finge que foi sem querer. Vai.

Empurrei meu irmão, e ele foi com tudo e quase derruba a moça.

- Desculpa moça, me perdoa foi sem querer, foi culpa da minha irmã, aquela doida ali.

Ela me olhou, e dei um tchauzinho.

- Quero me desculpar...

- Tudo bem. Não precisa ficar tao nervoso. Nossa você esta tremendo vamos até a lanchonete do seu pai, tomar uma água.

- Espera você conhece meu pai?

- Quem não conhece.

Minha idéia pode ter parecido idiota, mas até que foi bem esperta.

Meu irmão entrou na mercearia, com a Maggie. O papo rendeu horas. E meu irmão a convidou para tomar um sorvete. Então ia ser encontro de casais? Não seria cada um na sua mesa.

- Ainda bem que seu irmão arrumou companhia.

- Sim podemos namorar, sem as chatices do papai.

O programa foi ótimo. Meu irmão finalmente arranjou uma namorada. E minha mãe ia implicar quando soubesse.

Cheguei no portão eu e o Guto.

Nos despedimos com um beijo.
Papai da janela começou a berrar.

- Olha a mão boba, sobe essa mão. Está pensando que minha filha e o que garoto? Cadê o Diogo?

- Namorando...

- Finalmente seu irmão desenrolou... Olha a cena no portão. Vai chamar a atenção de todos Mirella entra para dentro de casa.

Meu pai gritou tanto que tive que entrar. Senti vergonha alheia, ele estava quase pulando em cima de nós, se tivesse feito isso todos teríamos ido direto para o hospital.

Alguns meses depois papai tomou uma difícil decisão, largar de vez a charanga azul. Não era fácil para ele abandonar, a companheira de famílias e aventuras.

- Eu não vou vender a nossa kombi azul.

- Harold isso vai ficar, ai na garagem sem uso.

- Eliete é minha história.

- Você faz o que você quiser. Só dei minha opinião.

Minha mãe tentou argumentar, mas desistiu. As férias de julho estavam chegando e papai queria antecipar, o roteiro que aconteceriam no ano que vem.

Íamos de van, sim agora de van azul para a casa de dona Mirna. Ficaríamos quinze dias na praia.
Esse ano seria especial, o Guto viria com a gente.

Com muito custo meu pai foi afrouxando o namoro, dando mais liberdade e confiando mais no Guto.

Meu irmão, e a Maggie se davam super bem. O namoro fez meu irmão deixar de ser babaca, e ser um pouco mais legal.

Minha tia continuou com a yoga. Mas dia desses flagramos ela atrás da moita devorando uma caixa de bombons. Quem dedurou foram os próprios filhos, meus primos Marco e Rodolfo.

Minha tia ficou muito irritada, e pela primeira vez tomou alguma atitude quanto ao comportamento dos filhos. De castigo sem vídeo game, e sem TV por uma semana.

E eu estou aqui, arrumando minhas malas para minha viagem enquanto isso penso na minha história. Será que ela daria um livro? Quem sabe as historias da Mirella fariam sucesso. Eu e minha mania de me referir a mim em terceira pessoa.


 Eu e minha mania de me referir a mim em terceira pessoa

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Este foi o último conto das histórias de Mirella.

Este foi o primeiro conto que escrevi, mas não foi o primeiro publicado aqui.

Enfim queria agradecer, aos comentários, votos e as leituras.

 Histórias de Mirella (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora