lenda do arranca linguas

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Hoje volto a trazer para vocês uma postagem da série "Histórias e Lendas Brasileiras". O texto de hoje retratará uma criatura do folclore brasileiro: o Arranca Língua. Essa lenda é bastante difundida no estado de Goiás, principalmente nas regiões banhadas pelas águas do rio Araguaia.

A lenda do Arranca língua é uma lenda difundida no Estado de Goias, de acordo com relato de pessoas que já o viram, o Arranca Línguas é como um grande Gorila, medindo em torno de 2 metros e meio parecido com um homem pré histórico. Segundo a lenda, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais como, cachorros, bois, cavalos, cabras ou até mesmo de gente. O Arranca língua costuma atacar suas vítimas à noite em emboscadas sorrateiras, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, sendo por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Contam os ribeirinhos do Rio Araguaia que o Arranca línguas mora nas encostas do Rio, camuflando-se entre árvores frondosas e grandes troncos caídos.

Uma explicação para o nascimento da lenda

Na região de Aruana, antigo porto fluvial do Araguaia, apareceu no gado uma peste aftosa, no ano de 1929, produzindo uma tremenda "comichão" na língua dos animais. Por conta dessa grande irritação, muitos dos animais acabaram por amputar a própria língua com os dentes, o que levou muitos deles a sangrar gravemente, podendo até chegar a morte. A epidemia cresceu, tomou proporções de calamidade, e chegou a doença a alarmar todos os pecuaristas do Centro Oeste.

A endemia chegou até Caldas Novas, onde houve quem visse o arrancamento da língua materializar-se, por várias vezes e em vários lugares. Vulto de homem amacacado, cabeludo, tipo gorila, braços compridos, mãos grandes e cara chata. A crendice popular, pela sugestão, criou fantasias e diálogos, onde o monstro, com a voz muito fanhosa, pedia que não o atirasse: "Não me mate, vaqueiro, porque você virá arrancar língua em meu lugar". O vaqueiro teria perguntado: "Quem é você, macacão?" — Sou a personificação do castigo. Venho punir os ladrões de gado.

Continuando o diálogo, teria o monstro explicado que fora também ladrão de gado nos Estados Unidos; e agora, tinha sido condenado a tomar a forma de monstro até cumprir a sina. E falando assim, andou de marcha à ré na direção da serra de Caldas Novas, sem se voltar, e desapareceu. Desde então, não houve mais arrancamentos.

Este fato relatado em Goiânia para os pioneiros que ali se empenhavam nos serviços da edificação do palácio, foi levado ao conhecimento do dr. Joaquim Câmara Filho, que decidiu servir-se do acontecido para fazer a propaganda de mudança, atraindo a atenção do mundo para Goiás, usando o absurdo da história.

Nasceu daí o King-Kong arrancador de língua. Colocou-o novamente no Araguaia, onde estaria desempenhando a sua missão contra os fazendeiros do Oeste da velha capital. Era tanta gente que ia ao Araguaia para ver e, se possível, fotografar o King-Kong, e tanta gente que já o tinha avistado, que tomou foros de verdade. Raro era o fazendeiro que não tinha perdido gado dessa maneira. Chegaram até a pedir providências ao ministro da Agricultura.

Estes acontecimentos chegaram até 1935. Os que conseguiram entrevistar o King-Kong, informaram que se tratava de um homem grosso, baixo, coberto de pêlos, escuro, não tendo semelhança alguma com o gorila africano. Operava desde a cabeceira do Xingu até perto de Goiás. Muitos garimpeiros e borracheiros tinham sido agredidos por ele. Um homem teve a cabeça arrancada e afincada em uma estaca, não cortada a instrumento, e sim quebrada por meio de força braçal.

Tal qual como fizeram com o general Moreira Cesar, em Canudos. Embora desmentido, cabalmente, e jamais provada por uma pessoa merecedora de fé, esta história despovoou, por muito tempo, as praias do Araguaia, porque ninguém queria saber de encontros com o monstruoso King–Kong, ainda que fosse mentira. Os que o avistaram disseram que ele andava aos bamboleios, como o urso, e levando sempre uma língua sangrenta nas mãos.

Os criadores pagavam guarda-noites para vigiarem as malhadas. O festejado poeta da velha capital, Omir Omá, sem favor algum o príncipe dos nossos vates, bom humorista e com um pouco de sátira escreveu num dos jornais da época o seguinte soneto:

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