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— Papa... non! – Freddie exclama pela terceira vez, enquanto segura com os dedinhos gordos a jaqueta de Louis, que suspira cansado, dessa vez o pegando no colo e começando a niná-lo em seus braços. — Papa non vai hoje, né? – o pequeno pergunta mais calmo, apertando a mãozinha em sua camisa de tecido preto.

— Filho, já falamos sobre isso. – Louis suspira, mantendo sua voz baixa. — Eu preciso ir trabalhar, meu amor... – ouve um choramingo alto do menino, mas antes que ele comece a chorar outra vez, Eleanor entra no quarto. — Baby, olha quem chegou! – Freddie olha para a porta, vendo a mulher de cabelos castanhos com um sorriso meigo no rosto.

— Titia Els! Titia Els! – o pequeno exclama, fazendo a mesma se aproximar. — Pede po papa ficar com o Fred, por favor... – Eleanor recebe dois pares de olhos azuis, um cheio de lágrimas suplicantes e outro claramente pedindo socorro.

— Querido, o seu papa precisa ir... – ao ouvir isso, um bico emburrado se forma nos lábios da criança que abraça o pescoço do pai, apertando as mãozinhas uma de cada lado do ombro do mesmo.

— Non vai! Papa non vai deixar Fred só aqui de novo! Non, non, non! – diz com voz chorosa, cheirando o pescoço onde seu rosto estava escondido e vendo o peito de Louis subir e descer em um suspiro cansado.

— Mas ele vai voltar, você sabe. E não vai ficar sozinho, eu estarei aqui pra você, podemos brincar o dia inteiro. – insiste, mas o outro não se move, apenas solta um resmungo abafado contra a pele do castanho.

— Freddie Tomlinson, olhe para mim. – Louis tenta soar mais sério para conseguir a atenção desejada, fazendo o filho se afastar um pouco, ainda o segurando com medo que ele fugisse ou algo do tipo. — Nós conversamos sobre isso, você sabe que eu não tenho escolha. – o menino choraminga mais uma vez, encarando o pai com os olhinhos lacrimejados, coisa que sempre faz o coração de Louis se apertar em seu peito. — Eu te amo, meu gatinho, nunca te deixaria só. A Eleanor está com você, não está? Você gosta da tia Els? – o menino afirma com a cabeça, coçando os olhos numa tentativa de afastar as poucas lágrimas dali. — Ela vai cuidar muito bem de você enquanto eu estiver fora, como sempre fez. E eu sempre vou voltar para você, não precisa ficar assim toda vez que eu for sair!

— Eu tamém te amo você, papa. – murmura, sorrindo pequeno, meio triste. — Pomete que volta logo? Logo, logo? Se Fred contar até vinte, você chega? A tia Els ensinou Fred a contar até vinte. Você jura que volta pa casa? – pergunta esperançoso, enquanto mexe os dedinhos.

— Vamos combinar assim... Eu prometo que quando eu chegar nós iremos assistir desenho juntos até tarde. Combinado? – ele recebe um sorriso animado de dentinhos de leite.

— Yeah! Yeah! Yeah, papa! – bate palmas, deixando beijinhos no rosto do outro à sua frente. Logo Eleanor o pega no colo, já que Louis estava mais do que atrasado. — Titia Els ouviu? Ouviu? – a mulher afirma, igualmente animada pela empolgação do menino, — É de note. De note é quando o sol vai mimir, né? Vai demorar? Podemos mandar o sol mimir mais cedo hoje? – começa a tagarelar, brincando com os cabelos dela.

Louis assiste tudo aquilo com os olhos brilhando. É incrível ver seu filho tão feliz pelo que parece tão pouco para qualquer outra criança. Ele sentia muito por não passar o tempo desejado com seu pequeno, mas não podia mudar, jogar tudo pro ar e simplesmente perder seu emprego.

Fazem três meses desde que eles chegaram no hotel em que estão. Freddie sente saudades de Johannah, não entende o motivo deles terem ido para longe. Mesmo que seu pai o explicasse com "vovó", "dodói" e "dinheiro", agora ele só sabe que não pode mais ter seu pai a disposição 24 horas do dia, nem Jay o dando doces gostosos e beijinhos de boa noite. Eleanor anda ajudando muito, o menino se apegou a ela com facilidade, mas ainda prefere seu papa, claramente.

The Demanding Boss - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora