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Talvez a ideia de que era só um beijo e de que tudo continuaria normal não fosse totalmente verdadeira.

No dia seguinte Louis foi pego de surpresa ao ir comprar suas rosquinhas no horário do almoço. A vendedora não havia ido e ele não conhecia mais nenhum lugar ali em que pudesse ir e gastar pouco. Olhando ao redor ele apenas enxergava estabelecimentos onde provavelmente teria que deixar um rim para conseguir comprar uma água. Não poderia se dar o luxo de sequer pôr os pés naqueles lugares.

O Tomlinson pensou em caminhar um pouco a procura de um local menos extravagante, porém ele não fazia ideia para que lado ir ou a distância, então apenas virou e refez o caminho para a empresa, sentindo seu estômago se contorcer dentro de si.

Entretanto, ele não tinha escolhas, era isso ou chegar atrasado novamente e, se agora ele não tinha como gastar um preço considerável em seu próprio almoço, imagina desempregado. Ia muito além dele, tinha Freddie para alimentar, o aluguel para pagar, Eleanor e ainda planejava mandar uma pequena quantia para ajudar sua mãe novamente, mesmo que ela sempre tentasse negar sua ajuda.

De qualquer forma, poderia não almoçar, mas não voltaria para sala antes da hora. O olhar do Styles queimava sua pele e o deixava sem jeito, principalmente depois do acontecimento recente. Era como se cada movimento seu fosse escaniado pelo seu chefe e cada erro notado e anotado mentalmente, tudo contribuindo para uma reclamação ou até demissão.

Sim, todos os pensamentos de Louis eram os mais pessimistas possíveis, ele não poderia evitar. Porque, mesmo que Harry tenha sido tão cuidadoso e doce consigo enquanto o beijava, todas as outras vezes ele se mostrou desagradável e infeliz pela sua presença, parecendo sempre querer mantê-lo ocupado e distante.

E, do mesmo jeito que o beijo suave e os toques gentis dele estão marcados na mente de Louis, os olhares exigentes e as palavras rudes também tinham um grande espaço em sua memória, o deixando em um looping confuso e contraditório.

Um dos únicos momentos em que chegava a esquecer disso era quando conseguia parar um momento para fofocar com Taylor sobre seus colegas de trabalho - ou, como ela mesma diz, "se atualizar sobre a vida de pessoas que estão dentro de seus ciclos sociais".

Agora para a infelicidade do rapaz, a Swift parecia por dentro do boato que estava rodando sobre duas funcionárias do segundo andar estarem saindo. Infelizmente porque uma delas é a "crush suprema" da loira, mesmo que ela não chegue a admitir isso em voz alta. Apenas a paixonite pela mulher poderia explicar as idas incessantes de sua amiga para aquele andar.

— Você está bem, Tay? – ele pergunta, encostando na mesa alta em que ela trabalha e a encarando com um pequeno bico com seu lábio inferior.

— Claro que eu estou. Por que não estaria? Estou ótima. Perfeita. Deslumbrante! – responde rápida e exageradamente, cruzando os braços e virando o rosto. — E-Estou como sempre. – sua voz falha e ela arregala os olhos que logo lacrimejaram, fazendo o homem correr para o outro lado da mesa e a abraçar, logo a tendo chorando em seu ombro.

— Hey, Tay... Está tudo bem, ok? – fala baixo, acariciando os cabelos hoje soltos dela. — Nós nem sabemos se é verdade, uh? Não fique assim.

— Eu sou tão idiota. – ela fungou. — Tive chance e estraguei tudo. – lamenta, mas logo se recompõe e se afasta, arrumando sua roupa que amassou um pouco.

The Demanding Boss - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora