O grupo andava pelas ruas da Ilha, sendo capturados pelos olhares curiosos. Já era noite, e esse era o horário mais movimentado daquela região. Roubos, sabe?
- Não acredito que Freddie não quis vir. - CJ bufou, pulando por cima de uma poça, para não se molhar. - Essa área é dela, ela conhece mais ela que a gente.
- Ela não quer encontrar o pai, porque se não ele vai fazer a cabeça dela, mandar ela dominar Auradon e blah blah blah. - Uma suspirou. - Ela não se importa para nada mesmo...
- É mas a Mal não tem nada pra fazer aqui e veio mesmo assim! - A loira apontou para a amiga, que conversava com Evie.
- Ei! Eu só estou aqui para cuidar de vocês, idiotas.
- Conhecemos essa Ilha, Mal.
- Mas eles não! - A de cabelos púrpura apontou para Jane, Doug e Lonnie. Carlos teve que segurar a mão da fada para ela não se perder em algum momento de curiosidade. - Agora vamos, dormiremos no esconderijo. Deixem suas coisas lá e depois vocês podem sair para fazer o que querem.
Mal virou a rua a direita, sendo seguida pelos amigos.
Carlos e Jane estavam bem afastados dos outros. Suas mãos estavam entrelaçadas e ambos olhavam para o chão, não sabiam o que falar um para o outro.
- Carlos... - Jane o chamou, fazendo ele olhar para ela. - Olha... eu não sei o que vai acontecer quando você encontrar sua mãe, mas já lhe peço desculpas antes.
- Por que está se desculpando? - O platinado olhou para ela.
- É que eu quem tive a idéia de vocês virem para Ilha, e não quero me sentir culpada caso seus pais sejam muito... cruéis? - Carlos riu com a definição que a fada deu sobre sua mãe.
- Acho que todos sabem o quanto ela é cruel.
- É... - Jane suspirou, olhando para baixo. - Mas mesmo assim, já deixo minhas desculpas.
- Você não precisa pedir desculpas. - O sardento parou de andar, fazendo a morena parar e se virar para ele. - Você não tem culpa pelas ações da minha mãe, ninguém tem! Ela quem faz suas próprias decisões. Além do mais, você fez isso não só para mim, também fez para os outros.
Carlos aproximou a mão livre do rosto da garota, encostando em sua bochecha e acariciando. Se lembrou das palavras da Fada Madrinha. Como um pequeno serzinho pode adquirir aquilo? Ela é tão frágil, sentimental, inocente. Não é possível que aquilo tenha acontecido a ela. Era tão nova...
- Hey, casal! - Jay os chamou ao perceber que eles estavam para trás. - Vamos, já chegamos.
Jane logo sorriu, puxando a mão do namorado para ele ir mais rápido. Estava tão aniosa para conhecer o esconderijo.
Assim que o casal alcançou eles, Mal pegou uma pedra e jogou na placa, fazendo a passagem secreta abrir. Logo todos poderam entrar, sendo Jay o último.
- Aqui continua a mesma merda de sempre. - Mal observou o local, estava exatamente como deixou. - Okay, deixem suas coisas e podem vazar.
- Sempre tão convidativa. - Uma revirou os olhos, jogando a mochila em uma mesa que ali se encontrava.
- Vamos, Lonnie. - Antes que o casal saísse, Mal levantou a mão, indicando que parassem.
- Não voltem tarde, não sejam sequestrados e não se esqueçam que amanhã de manhã voltaremos para Auradon.
- Tá bom, mamãe. - Jay riu, descendo as escadas com Lonnie.
- Também já vamos, Mal, não iremos demorar muito. - Evie segurou Doug pelo braço, puxando o moreno até a saída.
- Vamos, CJ? - Uma perguntou para a loira. Moravam perto uma da outra, então seria melhor irem juntas.
- Bora! - Hook jogou o espelho que olhava para longe, sem se importar se quebraria, não tinha medo do azar. - Tchau, tchau, idiotas.
Assim que as duas saíram, a de cabelos púrpura olhou para Jane e Carlos, perguntando apenas com o olhar se já iriam.
- É, já vamos. Boa sorte ai, Bertha. - Carlos se virou, sentindo a almofada que Mal jogou em suas costas. Jane riu, e depois de se despedir da amiga, foi atrás do namorado.
- Você está sozinha, Mal. - Os olhos verdes percorreram pelo lugar, procurando alguma coisa interessante. - Mas não por muito tempo...
{...}
Lonnie seguia Jay por toda a Ilha, e ela já estava cansada de tanto andar. Fazia quase uma hora que Jay a levava para um lugar que ela nem sabia qual é. Sério, ela já quase foi roubada três vezes.
- Jay, meus pés estão doendo! - A morena resmungou, sentindo os dedos dos pés a matarem lentamente, sem pena alguma. - Já estamos chegando?
- Estamos quase.
- Você já disse isso, acho que meia hora atrás. - Lonnie cruzou os braços, claramente irritada.
- Mas agora é sério. - Jay se virou, segurando segurando mão da namorada e puxando ela em direção ao caminho que estavam. - Vem, é ali na frente.
Caminharam até um casa pequena, mas aparentemente confortável. Ali era a antiga casa de Jay, e onde Jafar mora.
Jay nem sequer se importou em bater na porta, já abriu ela e foi entrando. Esse horário o pai dele estava "normal", ou seja, estava sóbrio e não se relacionando com alguma mulher qualquer da Ilha.
E não é que ele acertou? Jafar estava largado no sofá, olhando para o teto e pensando provavelmente em qual bar iria daqui alguns minutos. Jay olhou o estado da casa, como sempre uma bagunça. Garrafas de bebida no chão, caixas de pizza e até mesmo camisinhas abertas.
- Aqui não mudou nada desde a última vez que estive aqui. - A voz do garoto atraiu a atenção do mais velho, que rapidamente se levantou e se virou para ele, claramente surpreso.
- Jay... - Jafar ficou encarando o garoto, claramente surpreso. Ele não estava ali, não ele. É mais provável Jafar ter bebido e nem percebido. Será que ele estava embriagado? - É você?
Para saber se não era um alucinação, o homem se aproximou do filho, tocando primeiro em seu rosto. Era carne. Era seu filho! E o que um pai que não vê seu filho há mais de um ano faria? Daria um soco nele, óbvio.
Lonnie arregalou os olhos ao ver o punho do sogro acertando a face de Jay. Teve que segurar ele, já que ele quase caiu com o impacto.
Jay ajeitou a posição e colocou a mão no local atingido, sentindo a dor aumentar a cada segundo. Lonnie pensou que ele iria brigar com o pai, mas não! Ele riu. Ele simplesmente riu!
- Também estava com saudades, velho. - O moreno se aproximou do pai, sendo recebido com abraços. Agora Lonnie entendia, era assim que expressavam "amor". Ainda bem que era apenas com o pai.
Percebeu que esqueceram completamente dela, forçando uma tosse para a notarem. Logo se soltaram e se viraram para a garota.
- Ah! Pai, quero te apresentar alguém. - Jay foi até o lado da asiática, a segurando pela cintura. - Essa é minha namorada, Lonnie.
- Filha de quem?
- Mulan. - Lonnie respondeu no lugar do maior, estendendo a mão para o sogro. - É um prazer te conhecer.
- Uma princesa, Jay? - Enquanto apertava a mão da morena, Jafar olhava para o filho.
- Ah, não. - Lonnie tratou de corrigir o mais velho. - Muitos pensam que minha mãe é uma Princesa, mas não é. Ela é bem diferente das outras.
- Lonnie também é diferente. - Jay puxou a namorada para mais perto. - Por isso escolhi ela.
- Na verdade eu que te escolhi. - A garota sorriu forçadamente, ainda olhando para Jafar.
- Foi eu. - O moreno imitou o gesto de Lonnie, olhando para o pai. - Sou o ativo nessa relação.
Lonnie ao ouvir isso pisou no pé do maior, mas continuando sorridente. Jay gemeu um pouco, mas logo os dois riram forçadamente para Jafar, que olhava para eles como se fossem dois doidos.
É... talvez eles sejam doidos. Doidos um pelo outro.

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101 razões para te amar
RomanceCarlos De Vil está em uma relação com Jane. Sabemos da vida do garoto, mas e da garota?