hesitate

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Era um final de tarde.

Eu andava pelo caminho no qual costumava seguir.

Você estava lá, como de costume.

Minhas mãos começaram a suar, meu corpo a tremer. Já não obedecia meus comandos.

Eu fui em sua direção.

Eu cumprimentei-o como sempre. E você me respondeu com um belo sorriso, como sempre.

Já havia virado rotina. Desde o meu primeiro dia aqui, em Mokpo, eu seguira por esse caminho. Desde então, passava por você e recebia um sorriso seu todos os dias, tornando aquele, meu caminho favorito.

Eu não sabia como, nem quando tudo isso havia começado. Como um hábito, quando eu te via, eu começava a sorrir (mesmo que de forma discreta, para que você não percebesse).

Você estava sempre ali, sentado naquele banco. Sozinho. Sempre.

Todos dos dias, no final da tarde.

Teve um dia, no qual eu me senti encorajado o suficiente para falar algo além de um simples "oi" tímido, mas hesitei.

Fracassei novamente.

Me perguntei se deveria tentar me aproximar de novo.

(...)

Eu estava em casa, deitado.

Minha cabeça estava perturbada naquele dia novamente.

Estava pensando em maneiras de me aproximar. Mas todas pareciam ser um fracasso.

Isso estava realmente me enlouquecendo.

Pensei no quão idiota eu era por ficar criando expectativas. Me sentia um bobo.

O que eu faria?

Uma imagem sua me veio em mente. Uma imagem na qual eu capturei, e me sentia orgulhoso por isso.

Foi um momento em que você estava distraído com uma cachorrinha que estava por perto, ela era branquinha e pequena, estava com uma moça.

Você sorria espontaneamente.

Com certeza, umas das cenas mais lindas que eu já presenciei.

Naquele dia, você resolveu brincar com o meu coração. Olhou diretamente para mim, desmanchou seu sorriso e mordeu os lábios, me fitando de forma séria.

Permaneceu me encarando até eu desviar o olhar para outro lugar.

Naquele dia, eu também me perguntei como alguém podia mudar tão rapidamente como você mudou.

Foi um dia cheio.

(...)

Já havia amanhecido.

Como de costume, me levantei arrastando meus pés no carpete macio e parei em frente a grande janela de vidro de meu quarto.

A cortina já estava aberta, pois gostava de acordar com a bela vista do céu, até mesmo quando estava chovendo.

O tempo estava bom. O sol não estava tão forte, o céu se encontrava em tons pastéis. Como em um fim de tarde. O que era estranho, porém, não deixava de ser belo.

Ao pensar em que iria vê-lo em pouco tempo, meu coração acelerava. A ansiedade aumentava.

E minha vontade de ir trabalhar havia se tornado presente. Mas apenas porquê eu iria vê-lo depois.

(...)

Eu estava voltando para casa. Nervoso.

A cada passo que eu dava, meu coração ficava ainda mais inquieto.

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