Prólogo

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-Eu aposto meu May-bech Classe C que o Grant não se casará com Layla. -Enzo iniciou a aposta entre risadas e pôs às chaves do carro sobre a mesa de bilhar onde todos jogavam.

Haviam bebido altas doses de uísque e rum, mas não estavam alterados ao ponto de não terem consciência do fazíam. Jogavam e conversavam na área de entretenimento da casa de Jensen McCarthy, Dono de uma rede de alfaiataria conceituada, parte da irmandade que ali formava.

-Que bobagem! -Jensen fingiu indignação. -Eu aposto uma viagem à Dubai que eles se casarão porque ela está grávida. -também entrou na brincadeira descabebida.

-Aposto o Lux's, que eles não casarão. -Harold também entrou no jogo.

-Vai dá o seu Iate? -inquiriu Enzo surpreso.

-Por quê não? Sei que ganharei, pois ela já está grávida. -sorriu vitorioso.

-Como sabe, Mágico de Oz ? -Jensen indagou provocador.

-Ela o trai com o irmão. Descobri semana passada quando foi ao hospital fazer exame de gravidez, e quem estava com ela era o Juan. -explicou. -Grant vai saber assim que ela dizer que está grávida. Ele é estéril!

-Puta que pariu! -Jensen exclamou surpreso. -O Grant não merecia. É nosso amigo!

Todos concordaram com o Jensen, e Leon que olhava toda aquela conversa que começou descontraída e terminou tão melancólica, decidiu falar:

-Por isso sempre achei casamentos perda de tempo. -foi sua opinião sobre o assunto. Ele era o único na roda que não estava comprometido de alguma forma.

-Ui, Ui! Ele é fodão! -Jensen provocou. -"Johnny Bravo", "Amor é coisa de adolescente". -tinha dessa mania de zombar de quase tudo.

Todos riram. Até mesmo Leon.

-Não desacredito no amor, apenas acho que casamento é apenas contrato. Posso amar alguém sem querer consumar isso em papel, acho inútil assinar para amar alguém.

-Então casar é apenas conveniência? -Enzo inquiri enquanto entorna mais uísque em seu copo.

-Pode ser dizer que sim. -foi ameno. -Casamento é fruto de uma imaginação utópica, onde se acha que o amor só será eterno se houver troca de alianças e um padre. Se tiver que acabar o amor, vai acabar e pronto. -bebericou um pouco de sua bebida.

-Não sei se compreendo sua relutância ao casamento. -Harry parecia confuso. Mas ouvia atento.

-Vou tentar simplificar. Casamento é apenas uma forma de prisão. Assinando aquele papel você se verá preso aquela pessoa de alguma forma, pelo menos é o que as pessoas acreditam. -levou o indicador ao queixo graciosamente, fazia movimentos leves com a mão como se estivesse articulando algo. -Casamento não garante felicidade e nem um amor eterno, é apenas uma forma das pessoas se enganarem achando que depois que o amor acabar ainda dê para "empurrar com barriga" até não aguentarem mais ou formarem uma convivência desagradável.

-Eu acho à idéia de viver o resto da minha vida ao lado da mulher que amar, imensurável. -Enzo mostrou não concordar com a maneira de pensar do amigo.

-É uma opinião minha, não precisam aderir. -falou amigável.

-Acha que pode durar um casamento sem amor? -Harry inquiriu.

Leon deu de ombros e coçou o queixo quadrado.

-Acho que pode existir um tipo de amizade durante o tempo em que se manterem presos um ao outro, e talvez isso dure mais que um casamento feito por amor.

-Acredita então em casamentos arranjados? Por conveniência?

Harry havia se interessado na teoria do amigo sobre o casamento. Era o único que era casado. Os outros olhavam e bebiam tentando compreender qual era o medo de querer casar. Afinal, esse era o ciclo, se apaixonar, casar e ter filhos. Uma família. Leon parecia não se importar com aquilo, para ele o amor era algo relativo e sem complicações. Talvez fosse pelo fato de nunca ter amado de verdade.

-Acredito que o casamento é uma conveniência. Pessoas casam por dinheiro, poder, atração, amizade, gratidão e até amor. Mas tudo isso passa um dia, e o casamento é apenas serve para criar burocracias na hora da separação. Se for para viver junto, que viva sem precisar assinar um contrato para isso. -deu de ombros.

-Cara, você realmente tem pavor de casamento. -Jensen brinca.

-Não é pavor, sou prático e moderno. -retrucou. -As pessoas só acreditam em casamento por acharem que casar é símbolo de amor e confiança. Acreditam que é necessário assinar um papel pra provar o sentimento. Bobagem! -riu. -Pode se estar casado e não amar sua esposa, ou vice-versa, mas ainda existir amizade e desejo. O casamento não é apenas para quem ama, casamento é pra quem quer viver de símbolos e tradições que não fazem tanto sentido.

-Hmm! Não concordo mas também não discordo. -Harry opinou. Leon meneou a cabeça com um sorriso. -Mas já que tens sua opinião formada sobre o assunto, por quê não nos prova sua teoria, meu amigo? -tinha um sorriso travesso.

-Um desafio! -Leon também sorriu. Seja lá o que fosse ele aceitaria, sua fera interior apreciava um bom desafio. Não correria.

-A proposta é, você precisa casar apenas por conveniência para nos provar sua teoria. Pode escolher a noiva, mas terá uma cerimônia e todos terão que conhecê-la. O tempo de casado pode se estipular dois anos, não acho que a pobre mulher te aguentará por muito tempo. -todos riram. -Se houver desistência de um dos dois, você perderá o desafio e terá que nos pagar uma contia de vinte milhões a cada um. -ditou as regras.

-E se eu vencer? -Leon se indireitou no sofá. Estava interessado nos prós e contras que aquele desafio lhe causaria.

-Se vencer leva tudo que apostamos até agora, transferimos a aposta para seu casamento fajuto.

-Aceito! Não será difícil. -apertaram as mãos fechando um acordo.

-Mas tem uma cláusula pequena, que quero acrescentar. -Enzo manifestou-se.

-Diga, Dornan!

-Não pode se apaixonar pela CONTRATADA.

-Isso não será problema!

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