Capítulo 30

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Ally sentiu a respiração profunda de Leon em seu pescoço. Ele estava com tronco nu em cima do dela, o rosto em no colo dos seios mas quando levantava-o o nariz roçava o pescoço, os braços fortes rodeavam a cintura fina dela cada vez mais apertado e Ally tinha as pernas em volta do seu corpo. Não era uma posição muito confortável mas Alysson gostava do calor do corpo dele sobre o seu, acariciou os cachos loiros e olhou para o teto respirando profundamente, sentiu-o apertar mais sua cintura e ronronar como um gato manhoso. Sorriu involuntariamente.

Alysson percebeu que estava sorrindo para tudo que envolvia Leon Cross e sua vida ultimamente, a idéia de ser casada por conveniência já não era tão horrível assim, seu corpo estava cada vez mais acostumado ao dele, ela estava se entregando demais ao desejo e deixando sentimentos confusos nublarem sua mente. O simples fato de um lado dela aceitar de bom grado que ele esteja tão perto e o outro tentar repeli-lo com medo do estrago que ele pode fazer. Alysson estava com medo porquê gostava de Leon e aquele sentimento estava crescendo, ela não podia deixar. Ela não o amava, ela não sabia como fazê-lo.

Quando se cresce vendo a única referência de amor só transmitir ódio é difícil entender como é amar. Ally cresceu assim, a única referência paterna que ela tinha era um monstro e o pior pesadelo de sua mãe. Frederick Willem era o homem responsável por amá-las e cuidá-las, o homem que devia ter ensinado a ela e Jasminea o valor do amor incondicional e do respeito mútuo entre homem e mulher. O homem que deveria ter sido seu pai e melhor amigo, que deveria protegê-la de tudo e todos e que deveria ser seu exemplo. Ele foi esse homem por um tempo, esse pai que ela achava ser seu herói. Mas durou pouco sua farsa e o monstro que ainda atormenta sua vida apareceu.

Ela lembrava avidamente de quando tudo começou, exatamente o dia em que começou seu pesadelo.

"A pequena Ally estava afoita sentada na poltrona gigante favorita de seu pai enquanto o esperava chegar com seu presente. Frederick havia prometido que lhe compraria uma bola de futebol depois vê-la jogando com os meninos da rua, ele não havia gostado de vê-la tão entusiasmada com os meninos e disse que compraria uma bola para ela brincar com sua irmã. Ally ficara tão feliz que mal podia conter sua ansiedade, ela era a única menina do bairro que no auge dos oito anos queria uma bola em vez de bonecas e panelinhas.

-Vai dormir, meu amor. Seu pai deve demorar a chegar. -Arminda acariciou seu rostinho e sorriu passando conforto.

-Não mamãe, vou esperar o papai. Ele disse que ia comprar minha bola de futebol hoje. -respondeu animada. -Eu esfregar na cara da Shonda e da Ashley e mostrar que meu pai não estava mentindo. Eu só vou brincar com a Gia e o Matt.  -disse com firmeza mostrando determinação.

-Mas a Jass está dormindo sozinha e você sabe que ela tem medo de escuro. Sem você lá ela vai ficar com medo e vai chorar. -sua mãe jogou fazendo-a franzir o cenho preocupada.

-Mas e a minha bola e o beijo de boa noite do papai? -fez um olhar triste e Arminda estreitou os olhos.

-Você é terrível, Alysson. -riu. -Tudo bem, mas assim que seu pai chegar e... -ela parou de falar quando o tranco da porta se abriu e Frederick entrou cambaleando e com o rosto machucado.

-Papaaaai! -Ally correu animada e abraçou sua perna. -Cadê minha... -olhou para o rosto dele e mudou sua pergunta. -O quê aconteceu com seu rosto, papai?

Arminda também correu mas para verificar os machucados no rosto do marido, mas ele a olhou com tanto ódio que a fez recuar. Ally puxou levemente a calça jeans tentando chamar atenção dele e recebeu um tapa no rosto que a fez cair ao chão. Seus olhinhos pequenos e verdes inundaram e seus lábios tremeram quando ela acariciou o lugar onde ele bateu, sua bochecha ardia e sua boca sangrava mas o pior era forma como seu pai lhe olhava. Arminda correu para ajudá-la e a pegou no colo tentando acalmá-la.

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