Maps • Marco Asensio

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Hoje completava exatamente seis dias que eu não me encontrava com Marco. Na segunda-feira, dia dezenove, o jogador se apresentou para a concentração da seleção espanhola, sendo assim a última vez que eu o vi pessoalmente.

Apesar dos telefonemas e das mensagens trocadas a todo momento livre, eu não conseguia colocar em palavras a saudade que estava sentindo, mesmo com esse pouco tempo separados. Asensio já fazia parte da minha vida e sua presença era tão natural, que a sua falta parecia me sufocar devagar. Durante a semana, eu ficava distraída por conta da correria do meu trabalho, mas assim que chegava em casa e finalmente podia relaxar, a única coisa que eu pensava era em tê-lo ali comigo.

É engraçado como uma pessoa poderia abalar todas as estruturas da nossa rotina. A pouco tempo atrás, eu não sentia a necessidade de ter alguém para dividir minha vida, nunca fui do tipo obcecada em encontrar um namorado ou algo do tipo, pois acreditava que pra tudo tinha seu tempo e seu destino, mas agora com toda essa guinada e mudança de sentimentos, ficar sem Marco era a última coisa que eu queria.

Mesmo com essa falta absurda, tentei me concentrar no meu trabalho. Aproveitando toda a semana, adiantei vários posts pendentes do blog, fiz diversas reuniões com meus parceiros do coach e até mesmo concedi uma entrevista para um jornal espanhol sobre o assunto. A pequena manchete fez com que a família Cartín Reyes explodisse de orgulho, me parabenizando pela conquista. Meu pai não era lá a pessoa mais satisfeita com minha profissão, mas ele sempre se fazia presente nas minhas vitórias pessoais, me dando o suporte mais que necessário.

Além disso, na quinta-feira fui visitar a pequena Maria Cecília, filha de Caterine e Cristiano. A morena havia dado a luz de surpresa e eu não podia perder a oportunidade de babar na pequena bebê, que era a coisinha mais linda desse mundo. Eu amava crianças e nada melhor do que aqueles pequenos seres com cheirinho de leite para agarrar. Quando estava fazendo a visita, Cate e Danielle me convidaram para estrelar a mais nova campanha da loja En Blanco Y Negro e nem precisei pensar duas vezes para aceitar tal proposta.

Na sexta, pude assistir o amistoso da Espanha contra a Alemanha, que terminou no empate de 1x1. Hoje, sábado dia vinte e três, eu passaria o dia todo na Loona, pois a academia iria fazer um encontro solidário com a ONG Novo Ser, que lutava pelo apoio, respeito e direitos para as pessoas com deficiência física.

Renato sempre prezou por ações sociais e a cada seis meses ele realizava um evento como esse na Loona Fitness Experience, em conjunto com alguma instituição de Madrid. A causa, além de humanitária, trazia para meu chefe um cunho mais pessoal, já que sua irmã mais velha tem síndrome de down e nesta semana tinha sido celebrado o dia internacional dessa conscientização.

Acabei convidando Marisa para ser voluntária e minha amiga prontamente aceitou. Nós duas ficamos responsáveis pela área da beleza, onde iríamos fazer as unhas, cabelos e maquiagem nas meninas da ONG que viessem participar.

- Eu acho isso tão incrível. O Renato tem um coração gigantesco. - Marisa comentou, enquanto já separava os itens de cabelo em cima da bancada.

A academia estava aberta ao público e dividida em várias áreas, que contavam com diversos setores com programas de artes, esportes, e outros tipos de lazer.

- Eu também. Sempre me divirto horrores e acabo conhecendo pessoas incríveis. - sussurrei quando as primeiras pessoas começaram a chegar.

Aos poucos o local foi enchendo, assim como meu serviço. Fiz dezenas de maquiagens, conversei com várias meninas e me emocionei com diversos relatos de superação. Eu amava saber que poderíamos fazer a diferença no dia a dia deles, mesmo que de uma maneira mínima. Pessoas assim nos ensinam tanto sobre a vida e às vezes nem se dão conta disso. Eram momentos como esse que eu aprendia ainda mais sobre o significado de amor, principalmente aqueles mais puros.