Maps • Marco Asensio

◾05

Segundo estudos, a ansiedade é um estado psíquico de apreensão ou medo provocado pela antecipação de uma situação desagradável, perigosa ou que gere algum tipo de nervosismo e preocupação.

Nesse exato momento, eu estava enquadrada nesse último quesito. Desde que me entendo por gente, sempre fui uma pessoa extremamente ansiosa e impaciente. Meus pais diziam que quando eu colocava uma coisa na cabeça, a tal coisa tinha que acontecer naquele exato momento ou eu não iria conseguir focar mais em nada.

A contar do meu último encontro com Marco Asensio, onde ele me convidou para sua festa de aniversário, eu não conseguia pensar em outra situação. A semana pareceu se arrastar enquanto eu pensava nas mil possibilidades do que aconteceria caso eu aparecesse nesse jantar ou caso eu resolvesse desistir de última hora.

E por falar no jogador, digamos que ele fechou o cerco ao meu redor. No início da semana, Marco e Igor me seguiram nas redes sociais, fazendo questão de curtir tudo que eu postava. No decorrer dos dias, Marco me mandou algumas mensagens no celular, inclusive me perguntando sobre a confirmação se eu iria ou não para o restaurante. O "sim" acabou saindo rápido pelo teclado do celular, recebendo um emoji em formato de coração como resposta e eu sabia que depois disso eu não poderia, e nem queria, decepcionar o jogador.

A cartada final veio na sexta-feira quando eu cheguei no meu prédio depois do trabalho e um buquê de rosas estava me esperando na portaria. Seu José me lançou o sorriso mais fofo do mundo quando me entregou a encomenda, fazendo questão de dizer que não havia nenhum cartão ou bilhete e que provavelmente era de um admirador secreto. Não pude conter o sorriso e as borboletas dentro do meu estômago, mesmo sem ter a certeza de que aquilo era obra do Asensio.

Quando viu as rosas frescas na minha bancada da cozinha, Marisa fez questão de saber se eu havia recebido alguma coisa. Quando contei o que achava, a loira teve um mini ataque e eu tive a certeza de que eu iria nessa jantar, nem que fosse amarrada pela minha amiga.

- Eu não acredito que um jogador do Real Madrid tá caidinho pela minha melhor amiga. - riu, enquanto mexia no notebook, sentada de frente a bancada de mármore, tomando sua taça de vinho.

- Essa história não pode sair daqui, ouviu? Você é a única pessoa que tá sabendo dessa situação. - disse. - Eu contei pra minha mãe o que aconteceu em Mallorca, mas não falei mais nada porque não quero que minha família toda fique sabendo. E você sabe como eles são.

- Relaxa, não vai sair daqui. - respondeu. - Sabe, eu super acho que essas flores são do Marco e tal, mas já pensou na possibilidade de ser de outro homem? - Marisa perguntou, arqueando a sobrancelha definida. - Sei lá, do Ricardo talvez.

- Eu não tinha pensado nessa chance. - falei, servindo um pouco de vinho na minha taça. - Ele anda bem frio comigo ultimamente. Nessa semana fui pedir uma opinião pra ele sobre uma cliente minha do coach e ele me tratou de um jeito bem estranho, sem toda aquela atenção especial de sempre.

- Acho que ele percebeu que não vai ter uma chance com você e tá bolado. - disse, tirando sua atenção da tela. - Afinal, eu nunca entendi muito bem isso de vocês dois. Você sempre pareceu gostar dele, vocês combinam em quase tudo, tem os mesmos gostos. Afinal, nunca rolou um sentimento?

- Eu gosto do Ricardo. Nosso papo sempre é bom, quando ele não fica jogando cantadas de cinco em cinco segundos. Eu gosto da sua companhia e da pessoa que ele é, mas eu nunca senti aquela chama, sabe? Aquele frio na barriga nunca apareceu. - suspirei, me sentando ao lado de Marisa. - E você sabe como eu sou iludida com essas coisas. Não queria forçar algum romance onde eu vejo apenas amizade. Mas eu também não quero perdê-lo. Ele é importante pra mim.