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Alguns dias se passaram desde que eu decidi aceitar a proposta de emprego em Nova York.

Na mesma noite em que expliquei a situação para o Marco, mandei uma mensagem para Renato assumindo o compromisso de me mudar. Meu chefe ficou contente com minha possível certeza, mas fez questão de perguntar mil vezes se aquilo era o que eu queria de verdade.

Eu não podia afirmar que estava cem por cento segura do que havia decidido.

Minhas emoções estavam confusas, desnorteando qualquer resposta que eu buscasse. Era como se meu próprio corpo e mente estivesse bloqueando quaisquer possíveis debates sobre isso.

Devo confessar que me sentia fraca e só de pensar no futuro meu estômago embrulhava, deixando-me com náuseas e tonturas frequentes.

E tudo isso piorou quando eu abri o jogo para minha família, comunicando sobre minha partida.

A família Cartín Reyes surtou.

Meu pai logo fez seu drama mexicano dizendo que estava passando mal, sendo amparado por dona Elsa que chorava desesperadamente por ter a ideia de ver sua filha ir embora, enquanto meus irmãos gritavam sobre os perigos de ir pra outro país.

A falta de confiança deles me deixou irada, alimentando mais a ideia de que eu deveria provar pra todos minha capacidade de me virar sozinha.

Era frustrante não ter o apoio da minha família, porém eu deveria ter na cabeça que essa mudança não estava sendo fácil pra eles, pois não era bom ter um membro da família partindo pra longe.

- Eu andei dando uma olhada e o bairro West Village parece ser melhor pra você morar. É uma área bastante residencial, cheia de lojas e restaurantes agradáveis. - Laura Rodrigues comentou sentada no meu sofá com seu notebook no colo, pesquisando informações e vendo sobre aluguéis em Nova York.

Minhas amigas ficaram surpresas quando contei a novidade para elas.

No começo, Yana, Sasha e Laura não pareciam acreditar que eu estava falando sério, mas quando expliquei sobre a empresa e o conceito de trabalho deles, a ficha delas caíram de que aquilo não era uma piada.

Apesar de ficarem tristes com minha ida, as três mulheres pareciam dispostas a me auxiliar, ajudando a procurar apartamento, fazer as malas, dentre outras coisas que precisavam ser resolvidas.

- Eu ainda não acredito que você vai mesmo embora. - Sasha abriu um sorriso triste, servindo mais vinho em sua taça enquanto ajudava-me a organizar a agenda de clientes do coach.

- Nem eu... Ainda parece meio surreal que duas amigas minhas foram embora de maneira tão rápida. - Yana disse dando de ombros, se referindo a Caterine Aveiro.

- Se isso está estranho pra vocês, nem imaginam como minha cabeça se encontra nesse momento. - suspirei sentando no sofá, passando as mãos pelo meu rosto num sinal claro de angústia.

- Amiga, você tem certeza do que quer? Porque me parece existir uma grande dúvida acontecendo... Quer dizer... Você não parece segura da sua escolha. - Sasha perguntou, sentando-se ao meu lado.

- Eu estou confusa. Quero ir pra Nova York e ao mesmo tempo não quero. Mas não sei decidir isso, não sei explicar o que está se passando dentro de mim. - choraminguei. - Eu só queria uma luz pra guiar meu caminho e me dizer o que devo fazer.

- É normal estar confusa, especialmente por causa do Marco. Você não quer ficar longe dele e é compreensível. Porém tenho certeza que isso vai ser incrível pra sua carreira. - Laura sorriu.

Maps • Marco AsensioOnde histórias criam vida. Descubra agora