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ELIZABETH MOORE
         

    Eu estava na educação física. Não se engane, eu não estou fazendo absolutamente nada. As outras pessoas da turma ao contrário de mim fazem de tudo. Se exercitam ou correm. Eu estava sentada na arquibancada, o campo aberto e estava começando a me incomodar com o sol da manhã no meu rosto. Como sempre.

Óbvio que para estar sentada ali sem o professor encher meu saco é considerado uma grande conquista. Menti que estava com muitas cólicas e que não estava aguentando nem de pé. O problema? Ou ele já não cai mais nas minhas mentiras ou ele simplesmente não liga.

Estava barulhento. Advinha por que? caro cérebro, minha única companhia matinal. No canto perto das arquibancadas onde eu estava estavam as pessoas da minha turma. Porém lá na frente no grande e extenso campo tinha como sempre as animadoras de torcidas ensaindo, e lá longe treinando basquete estavam os garotos do time.

- Nosso time vai ganhar, vai ganhar! - As meninas gritavam

Vi Daniel de longe. Parece pensativo, de longe eu podia perceber isso. Ele jogava a bola na cesta repetidas vezes.

Eu estava pensando enquanto observava Daniel. Era óbvio que seria difícil ensina-lo, e sua prova estava chegando. Como eu iria fazer? A primeira vez que tentei fui falar com ele de revolução francesa e ele disse que aconteceu na Itália! Teria que ter outro jeito, outro modo de ensinar ele de uma forma que ele fosse entender.

Aprender é fácil, ensinar que é difícil porque depende da pessoa também. Nunca é 100% quem ensina, sempre foi e sempre será, apesar de muitos não entender, 50% quem ensina, 50% Quem quer aprender.

Então eu tive uma idéia que estava louca para colocar em prática. Foi a aula mais longa que já tive, esperei de forma cansativa o tempo passar voando. Foi quando o apito dos três professores soaram. O meu professor mandando irmos nos trocar. A treinadora das líderes de torcida mandando elas irem tomar um banho e em seguida voltarem para as aulas. E o treinador do time de basquete dizendo o mesmo que a treinadora das meninas.

De longe vi Francine correndo até Daniel. Ele não parecia em um bom humor hoje, ontem ele estava animado e hoje estava diferente. É bipolar mesmo.

Ele conversou pouco com ela, ela saiu de lá a passos largos e foi atrás das amigas dela, provavelmente. Todos saíram de campo, ele não percebeu mas sobrou apenas nós dois. Eu na arquibancada e ele em meio de campo. Foi quando gritei;

- DANIEL!

ele levantou a cabeça, ficou parado me olhando e então resolveu caminhar até onde eu estava. Levantei do banco e desci cuidadosamente. Teve uma vez que desci tão rápido que escorreguei e desci de bunda.

Já me considero sem bunda, na hora eu percebi que não tinha mesmo.

- O que faz aqui?  - Ele perguntou quando ficamos cara a cara. No meu caso, cara a pescoço.

- Estava na educação física.

- Que diferente sua aula, sentada. - Olhou para onde eu estava.

Dei de ombros

- Eu gosto de renovar.

Ele sorriu de lado

- Qual foi?

- O quê? - perguntou confuso

- Sei lá, você parece pensativo. Não que eu me importe, mas né.

- Tô preocupado. Pra caramba.

- Com o que exatamente?

Ele ficou em silêncio

QUERO QUE VOCÊ SE APAIXONE POR MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora