26

26.3K 3.1K 650
                                    

ELIZABETH MOORE

       No dia seguinte eu fui para o colégio morrendo de dor de cabeça, apesar de eu só ter ficado deitada no final da tarde inteira de ontem parecia que eu tinha bebido horrores e a monstruosa ressaca me visitava.

Eu não estava nem um pouco interessante ao meu ver. Meus cabelos estavam frizados e minha face demonstrava perfeitamente meu profundo e irritante cansaço. Parecia que eu não dormia a dias, mesmo que eu tenha dormido por mais de 10 horas.

Eu li uma vez em uma revista que quanto mais você dorme mais seu corpo fica cansado, infelizmente não tive cabeça pra pesquisar e comprovar se é ou não verdade.

Minha boca não parava de abrir com meus bocejos, e tudo o que eu queria era minha cama pelo simples fato de que eu não me sentia saudável mentalmente para ver Francine, Paulo ou Daniel de novo.

Quando entrei na escola o colégio inteiro parou para me observar passar. Eu odeio quando as atenções estão em mim, então eu me senti facilmente desconfortável. Minha vontade era de sair correndo por aquele corredor longo, eu tinha vontade de chorar! Todos ali tinham presenciado a cena ontem, todos cochichavam achando que eu era uma vagabunda.

Mas por mais que eu me importe muito e me sinta uma menina chorando por dentro.

Por fora, eu não sou aquela pessoa.

Então continuei andando de cabeça erguida, forcei minhas pernas a dar passo a frente de passo. Eu mostrei que não estava abalada, eu mostrei que não me importava com tudo aquilo.

Porque eu queria que todos soubessem que eu não sou a garota que eles estavam tentando colocar para fora me olhando daquele jeito. Eu enfrento as coisas de cabeça erguida. E se eles me acham piranha? Que achem, que pensem que sou mesmo. Eu nunca mais verei nenhum deles quando as aulas acabar.

E para mim isso é mais que satisfatório.

Fui até meu armário e deixei os livros desnecessários e peguei os necessários. Bati a porta do meu armário e continuei andando.

Meu coração deu um salto, mas não foi pelos olhares ainda em mim, foi pela pessoa parada no fim do corredor me observando.

Daniel me olhava sério, mas nos seus olhos eu podia sentir sua tristeza, que brega. Minha vontade era de ir até ele e ver se ele estava bem, mas eu simplesmente mantive meus pés parados.

De repente sentir algo, ou melhor, alguém trombando em mim. Olhei para trás e vi a vadia que menos queria ver.

- Já tá fazendo ponto na esquina do corredor do colégio? - Ela disse e suas poucas amigas riram - O que foi maria chata? As ruas estão perigosas para uma vagabundinha como você?

E Pela primeira vez em anos, a raiva simplesmente transbordou em mim. Minha voz veio na minha mente dizendo a mim que eu era melhor que aquilo. Que eu sou melhor que tudo isso, Para deixar aquilo de lado e continuar andando. Ignorar Francine. Para eu não me rebaixar.

Mas não deu. Chega uma hora que a gente cansa se ser forte, cansa de ignorar. Chega uma hora que o limite que eu não sabia que tinha simplesmente estourou.

Quando eu percebi eu simples joguei meu livros na cara dela, fazendo as amigas pular para trás com o susto. Francine andou para trás perplexa, olhando para mim boquiaberta.

Foi mais forte do que eu. Eu queria esfregar a cara dela no chão havia tempos e agora finalmente eu havia sentido a força para fazer isso. Eu sabia que não deveria me rebaixar a seu nível ridículo, mas no momento eu só queria me vingar dela.

- Você não fez isso sua vadia! - ela rosnou

Eu sorri, com a pura e mais assustadora frieza.

- Fiz sim, e ainda faço mais.

Caminhei até ela puxando seus cabelos. Eu não queria brigar como menininha de puxa cabelo aqui puxa cabelo ali mas eu queria arrancar aqueles cabelos ridículos dela. Todos se afastaram perplexos com o que estava acontecendo. Eu puxei Francine com uma mão e meti um tapa em seu rosto perfeito com a outra mão.

Quando vi a estava espurrando no chão e no segundo que ela caiu sentada no chão, subi em cima dela estapeando cada centímetro de seu rosto.

Ela gritava, as amigas gritavam, algumas pessoas riam e eu podia jurar ouvir Daniel dizendo "Porra Elizabeth, para" mas a raiva que eu sentia era mais forte que eu.

Francine arranhou meu braço tentando me tirar de cima dela.

- Sai de cima de mim sua cadela maluca! Aaai! Tirem ela de cima de mim!!!!! - gritou de forma estridente. Foi quando eu senti braços em volta da minha cintura, não precisei olhar para saber que eram os de Daniel. Então sabendo que ele teria força para me tirar de cima dela eu simplesmente fechei a mão direita em punho para um ultimo golpe, e soquei seu rosto.

Ela desmaiou e eu fui tirada de cima dela. Daniel segurou meu rosto me fazendo olhar em seus olhos verdes.

- Porra Elizabeth, Você está louca? O que deu em você?

- Ela não queria que eu me rebaixasse ao nível dela? Ela conseguiu - empurrei ele e sai andando por entre as pessoas pasmas com o que tinha acabado de acontecer.

___________

___________

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
QUERO QUE VOCÊ SE APAIXONE POR MIMOnde histórias criam vida. Descubra agora