Isobel Coltsdam andava com passos hesitantes pela calçada rachada da 57 com a 6. Ela sabia que de forma alguma conseguiria chegar á tempo, então simplesmente largou de mão e ficou observando a paisagem com seu olhar vago.
Mais á frente, talvez uns 10 passos de diferença, um mendigo estava deitado encolhido e enrolado em uma manta em farrapos, o homem agarrava com força uma latinha a qual deveria ter dinheiro e o mesmo tinha uma barba cheia e mal-feita.Izzie sentiu um desconforto no peito, que não chegou á ser pena. As pessoas normalmente tem que ajudar as outras de rua, né?
Ela parou por alguns minutos e ficou o encarando, então colocou sua mochila no chão e tirou de sua carteira uma nota de dez coroas purpuresas, deixando com cuidado dentro da lata. Ao fechar a mochila, notou o embrulho com a quantidade absurda de brownies e sem pensar duas vezes o pegou e deixou ao lado do homem.— Deus a abençoe, minha querida. — A garota ouviu uma voz gentil e assim que colocou sua bolsa nos ombros virou-se, dando de cara com uma mulher negra e extremamente bem arrumada que sorria abertamente. A senhora tinha um estilo meio exótico e bonito, com o cabelo raspado quase no zero, uma blusa abotoada cor amarelo Sol, junto de uma saia tubinho e um salto fúcsia.
Izzie nunca havia visto uma criatura daquela.A mulher, comovida pela a atitude da garota e tentada a fazer o mesmo, pegou de sua bolsa de couro de cobra uma nota de vinte e em seguida deixou dentro da latinha também.
— Viu, David? É nela que você tem que espelhar. — A senhora pronuncia-se novamente e a garota finalmente vê um menininho na faixa dos oito que segurava na mão da mãe e olhava com curiosidade.
A morena até tentou sorrir, mas simplesmente não conseguia ser falsa, então continuou encarando o garotinho. Logo arregalou os olhos e lembrou-se do colégio, fazendo um xingamento interno.
De repente, ouve-se um rugido potente de motor e uma voz terrivelmente conhecida chega nos ouvidos da garota.— Ei, Isobel! — A mesma se vira lentamente apenas para ver o loiro sentado em seu Bugatti veyron conversível sorrindo para a mesma. — Quer carona?
— Não. — Responde simplesmente e se vira, acenando para a mãe junto do menino, que estava com um olhar curioso.
— Mas se for á pé... Vai se atrasar, não vai...? — O rapaz pergunta, retirando seus óculos escuros e a olhando com suas íris verde mar, aquela maldita cor que Izzie nunca sabia se era verde ou azul.
A garota suspirou pesadamente e encarou seus tênis levemente puídos, constatando que por mais que todos no colégio a odiassem pelo motivo mais fútil existente - que era ela chegar com o garoto - ela realmente não podia se atrasar, então virou-se e começou a andar em direção ao veículo, fazendo o rapaz sorrir.— Ele é o seu namorado? — A senhora perguntou baixinho, meio curiosa e meio surpresa por um garoto daquela idade ter um carro tão... bem, deixa pra lá.
— Não. — Izzie respondeu simplesmente e continuou a caminhar. Abriu a porta do chique do automóvel e logo entrou, sentando-se confortavelmente no banco de couro.
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Defensory: Como nas HQ's
Teen FictionDesconstrua tudo o que você já tenha visto sobre super-heróis até agora. Não pense em caras certinhos que vieram de outro planeta, nem em jovens nerds que foram picados por uma aranha. Essa história fala de adolescentes complicados e imperfeitos...