4º capítulo: Quando as coisas fugiram do controle.

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"Chegamos ao pub e todos já estavam lá, claro, Cait sempre se atrasava e aquele dia não podia ser diferente. Ela sempre tentava se justificar, um dia era o secador que não funcionava, outro era um programa interessante na tv, sempre tinha algo que a fazia perder hora. Já estava acostumado, não que eu gostasse de esperar, mas no fim acabava rindo da situação.

- Vou pegar bebida pra gente! Whisky certo? – a olhei só para ter certeza, dificilmente ela bebia outra coisa nessas festas, mesmo eu insistindo que ela não aguentava muito, ela queria provar que sangue irlandês era tão bom ou melhor que escocês quando se tratava de tolerância pra whisky.

- Claro! Não sei por que sempre pergunta! – me olhou com desdém e depois rindo.

Dei um tapa de leve em seu braço e fui para o bar enquanto ela sentava com o resto do pessoal que estava em uma mesa grande no fundo do pub. Peguei nossas bebidas e fui encontrar todos. Conversamos, rimos e bebemos, muito, de tudo. Já tinha rido tanto das besteiras que o Graham estava falando que estava com dor na barriga.

Cait estava numa conversa animada com Tobias, aliás, mais animada da parte dela, que ria toda hora. Só de olhar sabia que a bebida já tinha feito efeito. Ela ficava com as bochechas vermelhas e os olhos pequenos. E claro, ria, muito. Não que isso ela não fizesse sóbria, mas quando bebia, era muito pior. Resolvi sentar do lado dela pra ver se conseguia controlar um pouco as doses de whisky, eu já não estava 100% e não queria ter que cuidar de ninguém e sabia que ela dava trabalho quando bebia, aliás, todos sabiam.

- Acho que alguém já bebeu demais por aqui, não? – falei olhando pra Cait.

- Você com certeza não! Nem vem querer tirar meu copo, conheço esse seu olhar, sei quando quer controlar o que eu bebo. Sam, relaxa, amanhã é domingo e não temos nada pra fazer! Agora deixa eu continuar a contar meu caso aqui – e virou pra Tobias, que só me olhou e deu nos ombros rindo. Coitado, não tinha pra onde escapar.

Resolvi seguir o conselho de Cait e relaxar, se ela não se importava, não era eu que iria me preocupar. Sentei com o pessoal e voltamos às conversas sem sentido e engraçadas. Um tempo depois senti alguém se apoiar no meu ombro. Olhei pra cima e vi Cait sorrindo. Conhecia aquele sorriso, ela estava completamente bêbada. Segurei sua mão e falei:

- Cansou do Tobias e veio atrás do seu outro marido? – ri e dei um beijo em sua mão.

- Como você adivinhou? Vai, me leva pra casa, cansei! Esse pessoal é muito desanimado! – me olhou fazendo careta.

Só dei risada. Também já estava cansado e resolvi que era hora de ir, só tinha sobrado eu, a Cait e o Graham, que não parecia nem um pouco cansado, não sei como aguentava. Levantei, passei os braços pela cintura da Cait e fui a levando para a saída. Vi que Graham gritou alguma coisa, mas não entendi. Só vi que Cait deu um riso sem graça e abaixou a cabeça. Deve ter falado alguma besteira, só pode.

No taxi, senti a Cait cada vez mais perto de mim, vi que ela estava com sono, mas precisava chegar tão perto? Ela estava com um vestido curto e conforme ia se mexendo, o vestido ia subindo, deixando suas pernas à mostra. Mas qual era o problema? Já tinha visto seu corpo milhares de vezes, e muito mais do que estava à mostra no momento. Ignorei meus pensamentos e olhei pela janela do carro.

De repente senti os cabelos de Cait no meu pescoço. Ela havia deitado no meu peito, estava quase dormindo e foi se ajeitando como se eu fosse um travesseiro. Não podia negar que aquilo era gostoso, ela parecia tão confortável. Mas o problema é que eu ainda era um homem normal que não conseguia ignorar seus instintos naturais, ainda mais depois de muita bebida.

Enquanto estava preso nos meus pensamentos, senti a mão de Cait no meu rosto. Assustei e dei um pulo no banco, ela deu risada, mas continuou na mesma posição:

- Já te falei como seus olhos são bonitos? E sua boca também... – falou ela passando a mão em meus lábios.

- Cait... – não conseguia pensar em nada racional para falar naquele momento, e ela me encarando com aquele olhar sedutor não ajudava em nada. – acho que você bebeu muito hoje hein – foi a única coisa que consegui falar, numa tentativa de mudar o rumo daquela conversa.

- Shiuuu, não precisa falar o que eu já sei – ela falou colocando dois dedos na minha boca para eu parar de falar – mas tô falando sério, nunca te elogiei, e hoje parece que você está mais bonito que no dia que te conheci. – agora ela já tinha se levantado do meu colo e estava me encarando.

Nossos rostos estavam a poucos centímetros de distancia. Não estava conseguindo raciocinar. Da onde aquilo tinha saído? Por que ela estava me falando aquelas coisas? E por que estava me encarando como se quisesse me comer com os olhos? Não, ela estava fora de si, só podia ser a bebida. Mas por que eu não conseguia desviar o olhar? Não conseguia parar de encarar aqueles olhos azuis, aquela boca...quando achei que conseguiria fugir, ela colocou as mãos no meu rosto e me puxou para um beijo.

Fiquei parado um momento, com a boca dela colada na minha, sem responder ao beijo, estava tão surpreso e demorei pra fazer alguma coisa, mas não consegui evitar, quando dei por mim já estávamos num beijo intenso, louco e cheio de desejo. Merda! Não era pra isso acontecer! Mas será que traria tanto problema assim? Só sei que estava bom demais para parar."

'Cause I knew you were trouble when you walked in
So shame on me now
Flew me to places I'd never been

Dear DiaryOnde histórias criam vida. Descubra agora