Capítulo Um

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Acordei com uma fresta de sol esquentando minha mão. O lençol deixava o calor passar esquentando minha mão.
- Filha?
Ouço a voz de minha mãe ecoar pelos corredores. Abro os olhos e vejo meu reflexo no vidro da janela. Meu cabelo loiro estava enrolado e meus olhos verdes pioravam minha cara de cansada.
Tirei o lençol em cima de mim e arrumei meu cabelo em um coque.
Levanto da cama arrastando meus pés pelo chão de madeira escuro, minhas meias brancas ficam presas em fiapos de madeira então tiro elas.
- Mãe? - disse procurando ela pelo corredor - Onde você esta?
Ouço passos vindo de lá em baixo. Desço as escadas esperando ver minha mãe e a vejo na bancada da cozinha tomando chá, ela percebe que estou na escada e se vira:
- Esta cansada de ontem, não é?
Foi então que lembrei, ontem foi o dia da inscrição. Minha mãe me deu um vestido que conseguiu para tirar a foto.
Ele era vermelho vinho, uma das minhas cores favorita, com sapatilhas pretas.
O Flash da câmera quando se expande pelo meu olho que havia esquecido da Seleção completamente.
- Ah, sim...
Suspiro me sentando no outro banco perto dela. Vejo que meu rosto cansado não era só por ter dormido muito.
Uma coisa gelada passa em meus dedos, abaixo a cabeça e vejo um prato com pão e manteiga.
- Se quiser pode esquentar na frigideira - Minha mãe aponta com a cabeça para a frigideira que estava em cima do fogão - fica melhor quente.
Ando com o prato na mão para esquentar, ligo o fogo e coloco o pão.
- Bem, o que será se - Ela da uma pausa - se escolherem você?
Fecho os olhos pelo cansaço, e penso: "Tinha que puxar assunto justo agora?"
- Ah, sabe como sou né - Mexo no pão com os dedos esquentando eles - sou arrogante demais para entrar nesse tipo de coisa.
Sinto com que minha mãe abaixou a cabeça e suspirou.
- Arrogante?
- Sim, eu não sou tão mimada igual aquelas de castas altas. E ainda mais, eu não me dou bem com homens muito menos príncipes.
- E quem disse que toda princesa precisa ser mimada? - Retirei meu pão da frigideira e coloco no prato, minha mãe se levanta - E quem disse que uma cinco não pode ser uma princesa? Igual a rainha Singer.
Seguro meu prato com força, olho diretamente para meu pão. Imagino como o príncipe estaria agora, enchendo a boca de comida e um belo suco de laranja em quanto outros comem pães queimados.
- Se eu for escolhida, o que vai ser pouco provável - Encaro minha mãe em seus olhos castanhos - Eu vou provar a eles como deve ser uma e agir como uma. Não preciso aprender a ser uma princesa daquele jeito igual a uma boneca.
Faço uma pausa jogando meu prato na bancada e minha mãe da um pulo.
- Eu vou ensinar a eles como deve ser uma.
Meu olhar fica tenso e ao mesmo tempo destinado a fazer o meu dever.
E que eles nunca esqueçam de como é ser uma princesa.

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