Conhecendo a nova casa

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Sara on

Acabei de arrumar a minha mala e saí do quarto depois de me despedir das raparigas que dormiam no mesmo dormitório que eu, dirigi-me para a entrada onde Mónica, a secretária, me esperava com o taxista para me levar para a minha nova casa. A partir de agora vou me chamar Sara Riu, a filha da família mais rica da cidade. Quando Mónica me disse quem era a família eu fiquei estupefacta, não sabia que tinham gostado tanto de mim, afinal eu fiquei quieta como sempre a ler um livro, pois já sabia, ou pelo menos pensava, que eles, uma família extremamente rica, nunca me iria escolher.

- Estou pronta - Despedi-me de Mónica que sinceramente estava nem aí para nós, mas mesmo assim, eu sei que ela acabava por sentir um pouco a nossa falta quando alguém saia deste centro de adoção

- Não te quero aqui de novo! Vê se te portas bem com a tua nova família Sara - Ela disse colocando um caramelo na boca e deitando o plástico que o envolvia para o lixo

- Irei tentar... - Virei-me para a saída e coloquei as minhas duas grandes malas no porta-bagagens e logo de seguida entrei no táxi

Eu entendia perfeitamente o que Mónica me tivera dito, afinal, eu já fui adotada umas três vezes, mas todos acabaram por me devolver ao centro. Se me devolverem pelo menos mais uma ou duas vezes, acho que Mónica teria que me transferir para outro lugar, onde as pessoas pudessem finalmente gostar de mim e me adotar.

Começou a chover logo que eu cheguei à minha nova casa.

Peguei no guarda-chuva preto e abri-o, retirei as malas do porta-bagagens, caminhei até à entrada por um largo passeio de pedra com um relvado verde e aparado ao redor, a casa era rodeada de um muro branco com grades da mesma cor, e por dentro, para reforçar, teria altos arbustos também ao redor da casa, encostados ao muro branco do lado de fora. Todo aquele espaço exterior era decorado com algumas árvores o que dava um ar mais natural e relaxante à casa.

Toquei à campainha enquanto observava as paredes brancas e o telhado claro beje. Janelas altas e tapadas no interior por cortinados brancos, que não permitiriam espreitar o interior. A grande porta castanha clara à minha frente abriu-se e uma rapariga que parecia ter a mesma idade que eu, de cabelos compridos ruivos claros e olhos azuis como o céu claro, convidou-me a entrar.

- Tu deves ser a Sara, certo? - Ela disse com um sorriso enquanto me começava a ajudar com as malas

- Sim, e tu és? - Eu disse enquanto a seguia esperando que ela completasse a frase

- Muito prazer, eu sou a tua nova irmã, ou digamos meia-irmã, sou a Taís - Ela lançou-me um sorriso e eu limitei-me a continuar a segui-la

- Prazer... - Eu respondi - Onde estão os meus novos pais?

- Bem eles... - Ela hesitou um pouco antes de responder - Eles saíram, mas já voltam

- Ah sim? Onde foram? – Pela expressão dela, parecia que me estava a esconder alguma coisa

- Não sei bem - Ela disse sem me olhar - Tens fome? Eu fiz uns bolinhos de aveia com mel – O facto de ela estar a mudar de assunto rapidamente, fez-me ficar um pouco curiosa

Alguma coisa de errado não está certa, mas apenas ignorei a minha intuição e segui o caminho com ela.

- Na verdade ainda não tenho grande fome

Depois de arrumar as minhas coisas no nosso quarto que agora era partilhado. Taís disse-me que os nossos pais queriam que dormisse-mos no mesmo quarto para também ajudar no desenvolvimento da nossa relação como irmãs. Para ajudar a nos conhecer melhor.

Enquanto conversávamos ouvimos a campainha tocar.

- Devem ser os pais, vamos? - Ela disse enquanto abria a porta do quarto

A minha meia irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora