Apanhadas de surpresa

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Taís on

Quando cheguei ao hospital, apanhei os meus cabelos rosa pastel num rabo de cavalo, acho que o fiz por nervosismo também de alguma forma, corri para a secretaria e pedi que me dessem permissão para ir ao quarto dela. Por fim deixaram-me passar e eu caminhei a passos largos até ao seu quarto.

Antes mesmo de entrar lá dentro vi a minha mãe sair do quarto.

- Taís – Ela falou enquanto caminhava na minha direção – Eu sei que estás nervosa, mas entra com calma, ela acabou de acordar ainda está meio abalada, enquanto isso eu vou buscar água para ela – Ela falou e eu acenei de forma afirmativa com a cabeça

Entrei finalmente no quarto e lá estava ela, cheia de curativos pelo corpo inteiro por causa dos cortes que sofrera também. Caminhei até ela hesitante, eu queria a abraçar, mas sabia que se o fizesse iria começar a chorar. Acabei por ganhar coragem e me aproximar na mesma, eu tinha mesmo que lhe tocar, queria lhe transmitir segurança.

Peguei na mão dela com cuidado enquanto voltava a olhar para o seu rosto.

- Sara? – Falei e ela começou a abrir os olhos aos poucos

- Taís – Ela falou e sorriu – Estás aqui

- Claro que estou, sempre estarei – Eu falei e uma lágrima escorreu pelo meu olho – Senti a mão dela me puxar sem muita força para mais perto dela e quando dei por mim ela já me estava a abraçar

- Está tudo bem agora – Ela falou ainda com a voz um pouco fraca por ter acordado à pouco tempo

- Pregaste-me um grande susto...acho que nunca senti tanta dor e desespero na minha vida – Falei baixo com voz de choro

- Desculpa, eu não sabia mesmo que aquilo era uma armadilha, senão as coisas com certeza teriam sido diferentes – eu sentia a sua mão fazer carinho na minha cabeça – Eu não vos vou deixar tão cedo... - Ela falou e eu abracei-a com um pouco mais de força, sem a magoar – vocês são a minha única família, não vou desperdiçar esta vida assim agora que vos encontrei

- Nem nós queremos isso – Sorri – E tu vais recuperar-te rápido, vais ver – Olhei para ela desta vez e encostei a minha testa na dela – Olhei nos olhos dela a sorrir com os lábios enquanto sentia o seu dedo polegar limpar uma das minhas lágrimas

- Já agora...como te posso agradecer por me teres salvo?

- Fazes qualquer coisa? – Perguntei e ela acenou com a cabeça em sinal positivo - Hum...deixa-me ver...arrumas o quarto tu durante um mês – Falei aquilo e ambas rimos um pouquinho

- Tudo bem – Ela sorriu – Devo-te isso, e muito mais, afinal salvaste a minha vida de qualquer das maneiras – Ela falou aquilo e eu senti o meu coração aquecer por ainda estarmos muito perto

Acabei por decidir agir. Agir sem pensar nas consequências. Simplesmente segui o meu coração no que queria mesmo fazer naquele momento, e o que eu já queria fazer muito antes.

Fiquei a encará-la durante um tempo e só pelo olhar ela percebeu o que eu queria. Continuamos a olhar-nos como se tivéssemos a olhar a alma uma da outra.

- Taís... - Ela começou a falar, mas eu interrompi-a finalmente com um beijo

Um beijo intenso e com desejo, eu conseguia sentir a ânsia das duas por aquele momento. Eu sentia o meu coração disparar, mas não parei, era um dos momentos mais felizes da minha vida, eu sentia o verdadeiro calor do amor percorrer o meu coração, o meu corpo inteiro.

Infelizmente não durou muito tempo afinal a máquina ao nosso lado começou a apitar. Olhei Sara preocupada.

- Sara?

- E-está tudo bem... - Ela olhou-me completamente corada, e ao ver o seu rosto vermelho acabei por sentir o meu ficar mais quente também

- Eu vou chamar a enfermei... - interrompi-me a mim mesma quando me virei para a porta e vi a minha mãe com um copo de água na mão, a olhar estupefacta para nós

- M-mãe... - Gaguejei num tom baixo

- Vai chamar a enfermeira. – Ela falou num tom sério ainda meio abalada pelo que acabaria de ver. Eu acabei por ficar meio hesitante e paralisada pois já nem me lembrava que ela tinha ido buscar água – Vai rápido – Ela falou e eu saí

A minha meia irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora