Pesadelo

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Uma pequena se contorcia na cama atormentada por seus sonhos, e seu Dada preocupado tentava acorda-la, mas ela parecia presa naquele sonho, depois de muito se mexer e o nome dela ser dito, ou melhor, gritado a pequena acorda assustada.
Seus olhinhos se abrem trazendo um pouco de paz para seu protetor que estava angustiado por não poder fazer nada para salvar sua pequena de seus próprios sonhos.
Ela esfrega seus olhos com suas mãos gordinhas e olha para ele parecendo estar desacreditada que ele estava ali, para acalma-la ele pega seu rosto com as duas mãos e dá um beijo em sua testa.
-- Tudo bem, pequena, o Dada está aqui...

Ela o olha prestes a chorar e ele percebe ela segurando seu choro por dar fortes mordidas em seu lábios e se levantando, mas ele segura seu braço a impedindo de fugir para o banheiro, como ela costuma fazer quando tem uma crise de choro.

-- Valentina, já tivemos essa conversa, você não vai fugir de mim só por causa de uma crise de choro.

Ela não responde e começa a tentar tirar seu braço do aperto dele que segura ainda mais forte.
-- Só vai conseguir se machucar e você não quer isso...

Ela tenta mais algumas vezes e desiste se sentando no chão, se encolhendo e começando a chorar, ele a abraça forte e da outro beijo em sua cabeça, esse gesto sempre acalmou sua pequena, pois ela dizia que acalmava saber que ele estava ali cuidando dela.

-- Minha pequena valente... Shhh... O Dada esta aqui, ele vai cuidar de você.

Ele a pega no colo e a coloca na cama ficando do seu lado, ela continua a chorar e ele faz carinho em sua cabeça enquanto ela solta o choro pra fora desejando fazer algo mais, mas sabendo que, por agora, era tudo que ele poderia dar até sua pequena se acalmar.
Passados alguns instantes ela começa a chorar fraco e parece se acalmar.
-- Esta melhor bonequinha?
Ela balança a cabeça concordando e olha pra baixo envergonhada.
-- Desculpa... Por isso... D-Dada
-- Pelo que?
-- Por essa crise de choro, eu não sei porque eu...
-- Shh, não tem problema, pequena, chore o quanto precisar, eu vou estar aqui

Ela o olha carinhosamente e respira fundo tentando apagar as sobras do pesadelo, ele não deixaria isso acontecer, parte dela sabia disso, mas isso não tirava o terror do sonho.
Muitas vezes sonhos parecem tão reais que é difícil sair deles, o frio que ela sentia bater em seu corpo frágil, o breu, o pavor de sentir mãos desconhecidas por seu corpo.

Sentiu uma ânsia muito grande por lembrar de todas as sensações, mas ele a tirou deles quando acariciou seus ombros, sentir o toque daquelas mãos quentes era tudo que ela precisava para voltar a sua realidade, que era aquela que seu Dada a protegia de todo mal que acontecesse a ela.

Ela afunda a cabeça na blusa dele, o deixando meio desorientado, aos poucos sua respiração, antes ofegante, se acalma e ela consegue olhar para ele, tentando traduzir sua dor pelo olhar, mas sabia que a questão surgiria e não sabia se estava preparada para responder, odiava quando tinha que ser tão sincera, eram seus sentimentos, não eram? mas percebia em seu olhar que a questão iria vir.
-- Está se sentindo melhor?
-- Sim Dada - falo e olho para baixo.
Ele levanta o queixo da pequena fazendo a mesma olhar em seus olhos com sombras de preocupação, querendo a proteger até mesmo dos seus sonhos.
-- Tem certeza?
Ela balança a cabeça concordando e ele da um beijo carinhoso em sua boca, um calmo, sem pressa alguma, queria a fazer sentir segura, amada e fez isso com seus lábios quentes sobre os dela, ele para o beijo encostando sua testa na dela, olha no fundo de seus olhos e faz a temida pergunta que a mesma sabia que iria surgir.
-- Fala comigo princesa, o que houve para te deixar tão afetada assim? - ela olha para o outro lado envergonhada, sem saber o que fazer ou falar para traduzir seu sonho apavorante, preferia deixar isso particular, lembranças, memórias e sentimentos eram melhores escondidos , sabia que seu Dada não deixaria, mas mesmo assim tentou.
-- Dada acho que já estou melhor - ela finge dar um bocejo
-- Deu até sono - ela fala querendo que ele simplesmente esquecesse da pergunta, deita do lado contrário que ele e fechando os olhos.
Quando passa algum tempo e ele não fala nada, ela entende como um sinal que ele iria deixar quieto dando um pequeno suspiro aliviado, até abri-los e se surpreender com seu rosto ao lado analisando suas reações.
-- Achou mesmo que iria deixar esse assunto quieto? Sei quando você mente para mim val... E isso não me deixou nada feliz... Qual é a sua regra número um? - Ela engole nervosa e olha para o outro lado.
-- Olha pra mim - fala com uma voz calma mas com um claro comando.
-- Responda a minha pergunta, honestamente, se não vou ser obrigado a te punir, é isso que gostaria?
-- Não Dada, por favor...
-- Então responda
-- Dada, não é...
-- Val, último aviso, não quero ter que te fazer chorar pra me contar ou voce fala, ou sofre as consequências, qual vai ser?
-- Eu não quero ser punida.... - digo baixinho
-- Então é só me falar que não vai dormir com a bunda vermelha
-- Esta bem... - diz ela se rendendo
-- Mas é muito besta...
-- Por que não me fala e eu decido isso? - diz ele interrompendo
-- Eu sonhei que... - ela engole um pouco de saliva.

Desejo SubmissoOnde histórias criam vida. Descubra agora